Psicóloga alerta: ansiedade e
autocobrança estão entre os maiores desafios dos jovens na transição entre
escola e carreira
A transição entre a escola e o mundo do trabalho é uma das fases mais desafiadoras da vida.
Envato
Com a chegada do ENEM 2025, milhões de jovens brasileiros entram
em uma fase marcada por expectativa, medo e incerteza. A prova, que acontece em
novembro, representa mais do que uma avaliação, é vista como uma porta de
entrada para o futuro profissional. Mas, junto com a preparação intensa, vem
também uma sobrecarga emocional que, se não for bem administrada, pode
comprometer o desempenho e o bem-estar.
Segundo dados recentes da Organização Mundial da Saúde
(OMS), o Brasil continua liderando o ranking mundial de transtornos de
ansiedade, e os jovens estão entre os mais afetados. A pressão por resultados e
a busca por um propósito profissional aumentam o nível de estresse entre
estudantes que estão concluindo o ensino médio ou ingressando na faculdade.
“A transição entre a escola e o mundo do trabalho é uma das fases
mais desafiadoras da vida. É o momento em que o jovem se vê diante da
necessidade de fazer escolhas importantes sem, muitas vezes, ter segurança
sobre quem é ou o que deseja. Isso gera uma mistura de medo, cobrança e
expectativa que impacta diretamente a saúde emocional”, explica Luciane
Rabello, psicóloga e CEO da TalentSphere People Solutions.
De acordo com a especialista, a ansiedade não é apenas resultado
da prova em si, mas também do simbolismo que o ENEM carrega. “Para muitos, o
exame representa o início da vida adulta, a primeira grande decisão. Por isso,
trabalhar a inteligência emocional é tão importante quanto estudar o conteúdo
da prova”, afirma.
Autoconhecimento
e propósito: o diferencial para o futuro
Luciane destaca que o autoconhecimento é uma das principais
ferramentas para enfrentar essa fase com equilíbrio. “Quando o jovem entende
suas habilidades, valores e limites, ele toma decisões mais assertivas e reduz
o peso da comparação com os outros. O problema é que ainda existe uma cultura
de sucesso imediatista, que faz com que muitos se sintam atrasados antes mesmo
de começar”, ressalta.
O desenvolvimento de competências socioemocionais, como
resiliência, empatia e autoconfiança, tem ganhado espaço no mercado de trabalho
e também nas discussões educacionais. Empresas e recrutadores valorizam cada vez
mais profissionais que saibam lidar com pressão, trabalhar em equipe e se
comunicar bem, o que reforça a importância de investir em habilidades humanas
desde cedo.
Dicas
da especialista para os jovens que farão o ENEM
Luciane Rabello elenca cinco estratégias práticas para os
estudantes enfrentarem o período de provas e o início da vida profissional com
mais tranquilidade:
- Tenha uma rotina equilibrada: dormir bem, se alimentar corretamente e manter pausas
durante o estudo são fundamentais para o desempenho cognitivo e emocional.
- Evite comparações: cada pessoa tem
seu tempo e trajetória. Comparar-se com colegas pode gerar frustração e
insegurança.
- Defina metas possíveis: estabeleça pequenos objetivos diários ou semanais em vez de
buscar perfeição o tempo todo.
- Fale sobre o que sente: conversar com familiares, professores ou psicólogos ajuda a
aliviar a tensão e evitar o isolamento.
- Cultive o autoconhecimento: reflita sobre seus interesses e motivações, entender o
“porquê” por trás das escolhas ajuda a direcionar melhor os próximos
passos.
Para Luciane, preparar-se para o ENEM é também um exercício de
amadurecimento emocional. “Mais do que uma prova, é um momento de
autodescoberta. Quando o jovem aprende a lidar com a ansiedade, ele não só
melhora o desempenho acadêmico, mas também desenvolve habilidades essenciais
para a vida adulta e o mundo do trabalho”, conclui.
TalentSphere – Impulsionando Talentos e Negócios para
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