Especialista alerta os perigos ocultos da comida humana na dieta canina
Eles são companheiros fiéis, carismáticos e estão
cada vez mais presentes na rotina das famílias brasileiras. Mas, seja o
vira-lata caramelo ou o cão de raça mais exigente, todos merecem atenção
especial quando o assunto é alimentação.
A médica-veterinária Karin Botteon, gerente técnica
da Boehringer Ingelheim, alerta: “O que é saudável para os humanos pode ser
perigoso para os cães”. E para quem assistiu ao filme Caramelo, sabe bem como é
fácil se identificar com o tutor que busca agradar o paladar do seu cãozinho:
seja com um pedaço de pão, um arroz temperado ou até um petisco improvisado.
“Cuidar da alimentação dos pets é também um gesto
de amor e responsabilidade e, o carinho, está em justamente saber o que
oferecer e, principalmente, o que evitar. O arroz do nosso prato, por exemplo,
pode conter temperos industrializados, alho ou cebola, ingredientes que
representam riscos sérios à saúde dos pets”, afirma Botteon.
Entre os alimentos que devem ser evitados estão:
- Cebola, cebolinha e alho:
causam desde vômitos e diarreia até anemia. A toxicidade está presente em
todas as formas: crua, cozida, desidratada ou em pó. Segundo a revisão
feita por Cortinovis e Caloni (2016), o principal mecanismo tóxico dos
compostos de enxofre presentes em plantas do gênero Allium (como alho e
cebola) é a destruição dos glóbulos vermelhos por oxidação. Esse processo
leva ao desenvolvimento de anemia hemolítica, que pode ser grave e, em
alguns casos, levar os pets ao óbito. Uvas e seus derivados secos
(uvas-passas, sultanas e groselhas): podem causar insuficiência renal
aguda, mesmo em pequenas quantidades.
- Abacate:
pode ser tóxico para cães, principalmente devido a um composto chamado
persina, presente nas folhas, casca, caroço e, em menor quantidade, na
polpa da fruta. A ingestão pode causar sintomas como vômito, diarreia e,
embora raro, alterações cardíacas
- Café, chás e chocolate:
contêm substâncias chamadas metilxantinas, como cafeína, teobromina e
teofilina, que podem causar efeitos clínicos graves em cães. Esses efeitos
incluem estimulação excessiva do sistema nervoso central, levando à
agitação, tremores e convulsões, além de aumento da frequência cardíaca,
arritmias, alterações respiratórias e diurese intensa (aumento da produção
de urina), o que pode resultar em desidratação e representar riscos para
os rins e o sistema cardiovascular. Fique atento: chás e refrigerantes
também podem conter essas substâncias.
- Sal em excesso:
pode causar diversos problemas de saúde nos pets, como desidratação,
vômitos, diarreia e até contribuir para o aumento da pressão arterial. Em
casos mais raros, pode provocar tremores, convulsões e até danos nos rins,
devido ao desequilíbrio hidroeletrolítico que o sal em excesso pode
causar.
- Temperos industrializados:
podem representar riscos à saúde dos cães, pois frequentemente contêm
ingredientes como alho e cebola, já mencionados anteriormente, além de
pimentas e outros condimentos potencialmente tóxicos, como a noz-moscada.
Esta última, por exemplo, contém miristicina, uma substância que pode
causar tremores, desorientação, convulsões e, em casos graves, até levar à
morte.
- Xilitol: um
adoçante comum em produtos como gomas de mascar, doces e pastas de dente,
é altamente tóxico para cães. Mesmo pequenas quantidades podem causar Hipoglicemia
grave (queda de açúcar no sangue), devido à liberação excessiva de
insulina e até falência hepática, que pode ser fatal. Por isso, é
essencial manter produtos com xilitol fora do alcance dos pets e procurar
atendimento veterinário imediato em caso de ingestão
Karin finaliza: “É comum o tutor querer agradar o pet com um pedacinho do próprio prato, mas é preciso lembrar que o organismo dos cães é diferente e ter cuidado pois muitos ingredientes comuns na culinária humana não são seguros para cães e gatos. O ideal é oferecer alimentos específicos para eles, formulados com equilíbrio nutricional e segurança. Além disso, dietas caseiras sem acompanhamento veterinário podem resultar em deficiências nutricionais ou em excessos perigosos para a saúde do animal.”
Link ingelheim.com/br/saude-animal
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