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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

Demência em idosos: como as famílias podem agir com apoio profissional

Cuidado preventivo: trabalho do cuidador de idoso profissional
 inclui atividades cognitivas, que retardam o surgimento da demência.
(Crédito: Geração de Saúde)


8,5% dos brasileiros com mais de 60 anos vivem com algum tipo de demência. Cuidadores especializados garantem dignidade e qualidade de vida ao idoso e à família
 

 

A demência já é considerada um dos maiores desafios do envelhecimento no Brasil. Segundo o Relatório Nacional sobre a Demência, divulgado pelo Ministério da Saúde em 2024, cerca de 8,5% dos idosos brasileiros vivem com algum tipo de demência, o que representa 1,8 milhão de pessoas. E a projeção é alarmante: até 2050, estima-se que 5,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no país. 

A demência não é consequência inevitável da idade, embora o risco pode aumentar com os anos. Pesquisas da Universidade de São Paulo (USP) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que quase 60% dos casos estão ligados a fatores modificáveis, como baixa escolaridade, depressão, isolamento social, sedentarismo, hipertensão, diabetes e até perda auditiva não tratada. 

O diagnóstico, no entanto, ainda é tardio ou falho. Estudo publicado em 2025 mostra que metade dos idosos hospitalizados apresenta algum grau de comprometimento cognitivo que passa despercebido pelos profissionais de saúde. Em casa, os sinais também podem ser confundidos com “coisas da idade”, esquecimentos, confusão e mudanças de comportamento.

 

Quando a rotina vira sobrecarga

Lidar com um idoso com demência é desafiador. A memória falha, a lógica se perde, o humor muda e o tempo parece correr em outra direção. A família tenta adaptar a rotina, mas, aos poucos, percebe que o cuidado exige atenção 24 horas, paciência, preparo e equilíbrio emocional. 

“Não é só o idoso que adoece. A família adoece junto quando tenta cuidar sozinha, sem orientação, sem descanso e sem apoio”, afirma Bruno Butenas, fundador da Geração de Saúde, empresa especializada em Cuidadores de Idosos. 

No Brasil cerca de 95% dos cuidadores informais de pessoas com demência são mulheres, geralmente filhas ou esposas, que abandonam empregos e passam a viver em função do cuidado, explicam especialistas. “O impacto é profundo: esgotamento físico, depressão, isolamento e culpa por não conseguir ‘dar conta’”, completa Bruno.

 

Sinais de alerta

Entre os sintomas mais comuns estão esquecimentos frequentes, dificuldade de raciocínio, repetição de perguntas, perda de objetos, confusão de lugares e horários, irritabilidade, alterações de sono e desconfiança injustificada. 

Em casa, isso se traduz em situações delicadas: o idoso pode deixar o fogão aceso, se perder na rua, se recusar a tomar banho ou medicamentos, ou até se mostrar agressivo sem motivo aparente e falar coisas que magoam, mesmo que não sejam verdades. Para os familiares, lidar com essas mudanças diárias é emocionalmente desgastante e doloroso. Também se torna um perigo ao idoso estar nessa situação sem supervisão.

 

O papel do cuidador profissional

É nesse ponto que o cuidador de idosos se torna um aliado essencial. Mais do que uma presença física, o cuidador representa segurança, estabilidade e carinho para o idoso e para toda a família. 

“O cuidador é treinado para lidar com as particularidades da demência: as crises de confusão, as mudanças de humor, a resistência ao banho, à comida ou aos remédios. Ele sabe acolher e agir com técnica e empatia”, explica Butenas. 

O trabalho do cuidador envolve muito mais do que o acompanhamento básico. Ele organiza os horários de medicação, monitora sinais de desorientação, previne acidentes, estimula o idoso cognitivamente, e mantém a rotina de alimentação e sono, que são muito importantes para quem está com quadro de demência. Além disso, serve como ponte entre o idoso, a família e os profissionais de saúde. 

“O cuidador não substitui o amor familiar, ele dá suporte e apoio, com segurança e responsabilidade”, completo Bruno. 

Conviver com um idoso com demência exige empatia e preparo. O cuidador entende que cada dia pode ser diferente, que a confusão não é teimosia e que a agressividade, muitas vezes, é medo. Ele ajuda o idoso a se sentir seguro dentro do próprio lar e devolve à família a possibilidade de viver com mais leveza. 

“Nosso papel é devolver dignidade e tranquilidade. A demência muda a dinâmica de uma casa, mas, com o apoio certo, é possível atravessar essa fase com menos sofrimento e mais amor”, diz o fundador da Geração de Saúde. 

Conheça mais sobre o trabalho da Geração de Saúde pelo site ou pelas redes sociais

 

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