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quinta-feira, 12 de junho de 2025

Preservação da fertilidade ainda é tabu nas consultas ginecológicas e impacta carreira

Em pleno Junho Laranja, mês de conscientização sobre infertilidade, levantamento revela desconhecimento sobre congelamento de óvulos, embriões e sêmen, procedimentos centrais para quem deseja postergar a maternidade com segurança

 

Em um momento em que o protagonismo feminino cresce nas empresas e nas decisões de carreira, o planejamento reprodutivo ainda não acompanha essa evolução. Uma pesquisa da Merck, realizada com 550 mulheres brasileiras entre 25 e 45 anos das classes A, B e C, revela um cenário preocupante: 55% das entrevistadas dizem conhecer muito pouco ou nada sobre congelamento de óvulos, embriões e sêmen,  procedimentos centrais para quem deseja postergar a maternidade com segurança.

A desconexão entre carreira e planejamento reprodutivo é ainda mais visível quando se analisa a presença desse tema nas consultas ginecológicas. Segundo o estudo, entre as mulheres de 36 a 45 anos, 86% relatam que seus ginecologistas nunca abordaram tratamentos de infertilidade ou preservação da fertilidade. A maior parte das entrevistadas também não considera preservar seus óvulos para o futuro, revelando que o planejamento familiar ainda não faz parte da vida prática, mesmo entre as mais maduras e experientes.

“Infelizmente, o conceito de planejamento familiar ainda está muito ligado à contracepção”, afirma o ginecologista e especialista em medicina reprodutiva Dr. Maurício Chehin, do Grupo Huntington. “O ginecologista está treinado para orientar as pacientes sobre como evitar a gravidez indesejada, mas raramente a questiona a respeito de sua reserva ovariana ou seus planos futuros de maternidade”, alerta.
A lacuna de conhecimento se estende a outras técnicas e marcos legais:

54% das mulheres dizem conhecer muito pouco ou nada sobre fertilização in vitro (FIV) e inseminação artificial;

77% não têm informações sobre a legislação brasileira de reprodução assistida;


86% desconhecem os fundamentos da oncopreservação, técnica que permite preservar a fertilidade em pacientes com câncer.


Segundo Chehin, ampliar o conceito de planejamento familiar é essencial, principalmente após os 30 anos. “Se a paciente tem mais de 35 e não pretende engravidar tão cedo, é importante avaliar sua reserva ovariana. Dependendo do resultado e dos planos de vida, o congelamento de óvulos pode ser uma decisão estratégica,  tanto do ponto de vista pessoal quanto profissional”, diz.
Um bom exemplo de como trazer o tema à tona é a decisão recente da influenciadora e ex-BBB Mari Gonzalez, que compartilhou com seus seguidores o início do processo de congelamento de óvulos. Sua atitude deu visibilidade a uma escolha que muitas mulheres têm adiado por falta de informação, incentivo médico ou acesso. Como foi o caso da apresentadora Ana Hickmann, que aos 44 anos e em um novo relacionamento, relatou que se arrependeu de não ter congelado os óvulos há alguns anos.

Apesar de os tratamentos de reprodução assistida estarem cada vez mais avançados, apenas 10% das mulheres afirmam ter algum conhecimento sobre os três principais procedimentos de preservação da fertilidade. E uma em cada dez não conhece nenhuma das técnicas abordadas na pesquisa.

“Nos últimos dez anos, o congelamento de óvulos evoluiu muito e se tornou mais acessível. Ainda assim, há um desafio de conscientização – não apenas entre pacientes, mas também entre profissionais de saúde. É por isso que, no Grupo Huntington, promovemos programas de educação médica continuada, campanhas informativas e participações em congressos, para levar esse tema ao centro da conversa nos consultórios”, conclui Chehin.



Huntington Medicina Reprodutiva



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