Dados são um alerta da OMS no mês
mundial de conscientização sobre a Infertilidade
O mês de junho é
marcado pela campanha Junho Laranja, dedicada à
conscientização sobre a infertilidade. Segundo a Organização Mundial da Saúde
(OMS), aproximadamente 17,5% da população adulta mundial,
ou seja, cerca de 1 em cada 6 pessoas, enfrenta
dificuldades para engravidar, evidenciando a necessidade urgente de ampliar o
acesso a cuidados de fertilidade de alta qualidade e informação acessível.
No Brasil, com
dados da OMS estima-se que entre 8% e 15% dos casais em idade reprodutiva
enfrentam problemas de infertilidade, o que representa milhões de brasileiros
lidando com essa condição desafiadora .
Apesar da alta
prevalência, a infertilidade ainda é um tema cercado de tabus, desinformação e
estigmas sociais. Muitas vezes, as pessoas afetadas enfrentam ansiedade,
depressão e dificuldades financeiras devido aos altos custos dos tratamentos,
que geralmente não são cobertos por sistemas públicos de saúde .
A mentora de
tentantes Yalle Roseno (https://www.instagram.com/stories/yalleroseno/), idealizadora do projeto “Sempre Quis Ser Mãe”, reforça a
importância de dar visibilidade a essa realidade: “A Campanha Junho Laranja -
Mês Mundial de Conscientização sobre a Infertilidade é um passo importante no
sentido de educar e sensibilizar a sociedade no que se refere à realidade de
quase 18% da população no mundo e que segue, ainda, invisibilizada. Não se
fala, não se conhece sobre o assunto e parece que não existe. E quando o
assunto vem à tona, na maioria das vezes, é arraigado de achismos, expectativas,
julgamentos e preconceito. Acontece que somos muitos! São sonhos e histórias de
amor que precisam ser contadas, acolhidas e transformadas e isto começa com um
movimento forte e coerente a respeito do assunto. Termos um mês, uma cor e unir
pessoas que já fazem parte deste movimento é muito significativo pois
conseguimos chegar em mais pessoas e lugares. Não é apenas sobre quem passa
pela infertilidade ou necessita da reprodução assistida é também sobre os
nossos filhos e o mundo que os recebe. Só conseguiremos criar um mundo mais
acolhedor, cuidadoso e empático sobre infertilidade quando este tema sair das
profundezas do tabu para as rodas de conversa entre família e amigos. Aí sim
viveremos mudanças significativas. Até lá, seguiremos trabalhando”, compartilha.
Yalle, que
enfrentou a infertilidade por oito anos antes de engravidar da filha Laura,
utiliza sua experiência pessoal para apoiar outras mulheres em situações
semelhantes. Através de palestras, lives, rodas de conversas, encontros de
tentantes e mentorias que fazem parte do movimento “Sempre Quis Ser Mãe”, ela
oferece suporte emocional e informações valiosas para quem enfrenta os desafios
da infertilidade.
É fundamental
ampliar o entendimento sobre o planejamento familiar, que vai além da prevenção
da gravidez e inclui também a preservação da fertilidade. Dados de uma pesquisa
realizada pela farmacêutica Merck em parceria com o IPEC revelam que 55% das
brasileiras entre 25 e 45 anos desconhecem opções de preservação da
fertilidade, como o congelamento de óvulos, embriões ou sêmen. Além disso,
apenas 5% discutem métodos de preservação da fertilidade com seus
ginecologistas. Esses números evidenciam a necessidade urgente de políticas
públicas que garantam acesso equitativo a diagnósticos e tratamentos de
qualidade, bem como de campanhas educativas que promovam o conhecimento sobre
saúde reprodutiva.
A conscientização e a orientação adequada são passos essenciais para que as mulheres possam tomar decisões sobre seu futuro reprodutivo, integrando a preservação da fertilidade como parte integrante do planejamento familiar.
A campanha Junho
Laranja não apenas ilumina a realidade de milhões de pessoas afetadas pela
infertilidade, mas também destaca a urgência de políticas públicas que garantam
acesso equitativo a diagnósticos e tratamentos de qualidade.
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