Com a aproximação do inverno, infectologista
reforça importância de manter os cuidados para evitar o mosquito transmissor
A
cidade de São Paulo enfrenta uma das piores epidemias de dengue dos últimos
anos. Até 16 de maio de 2025, foram confirmados mais de 46 mil casos da doença
na capital, segundo boletim da Secretaria Municipal da Saúde. A situação é
considerada epidêmica, com 389,6 casos por 100 mil habitantes.
O número de óbitos também preocupa. Até o momento, 14 pessoas
morreram em decorrência da dengue na capital paulista. Metade
das vítimas tinha até 34 anos e nenhuma das crianças que morreram havia tomado
a vacina Qdenga, disponível na rede pública e privada. Em relação a 2023, o
crescimento de casos é de quase 370%.
Com a aproximação do inverno, o alerta continua. Mesmo em períodos mais frios, os ovos do mosquito Aedes aegypti podem permanecer viáveis por meses e eclodir quando as condições climáticas se tornam favoráveis.
“A prevenção deve ser contínua. Mesmo fora do verão, é essencial eliminar focos de água parada e ficar atento aos sintomas”, alerta Luciana Campos, infectologista do Sabin Diagnóstico e Saúde. “O diagnóstico precoce é decisivo para o tratamento adequado, por isso a importância dos exames laboratoriais para detectar o vírus logo nos primeiros dias de infecção.”
A
especialista reforça que a imunização é uma aliada importante na contenção da
doença. “O ideal é que todos que estejam no grupo elegível busquem a vacinação,
disponível na rede pública e privada. Ela reduz significativamente o risco de
formas graves e da reinfecção por sorotipos diferentes”, afirma Luciana.
Prevenção: medidas simples podem salvar vidas
A
infectologista reforça a importância de medidas simples e diárias para evitar a
proliferação do mosquito. “O Aedes aegypti se desenvolve em ambientes úmidos e
quentes, comuns nas regiões com temperaturas elevadas e chuvas intensas,
favoráveis à eclosão dos ovos com as larvas do mosquito. Por isso, a atenção
constante e a eliminação de focos de água parada são essenciais para evitar o
aumento dos casos de dengue”, alerta a médica.
- Evite o acúmulo de água:
elimine focos de água parada em vasos, garrafas, pneus, calhas e outros
recipientes.
- Feche bem os reservatórios de água:
tampas e coberturas adequadas evitam que o mosquito coloque ovos.
- Limpeza de calhas e caixas d'água:
mantenha esses locais limpos para evitar que se tornem criadouros do
mosquito.
- Descarte correto de objetos:
pneus, garrafas e outros objetos que possam acumular água devem ser
descartados de maneira adequada.
Sintomas: atenção aos sinais e importância do diagnóstico
Os
sintomas da dengue podem se assemelhar aos de outras doenças transmitidas pelo
Aedes aegypti, como zika e chikungunya, dificultando um diagnóstico rápido. Fique
atento aos seguintes sinais:
- Febre alta repentina
- Dores no corpo e nas articulações
- Dor atrás dos olhos
- Fraqueza e prostração
- Náuseas e vômitos
- Dor abdominal
Luciana
destaca a importância de procurar atendimento médico assim que os sintomas
surgirem. “Buscar um diagnóstico preciso é fundamental para garantir um
tratamento adequado e evitar complicações. Exames laboratoriais são essenciais
para identificar corretamente qual doença está em questão”, afirma.
Exames laboratoriais para diagnóstico da Dengue
Por
meio de exames laboratoriais, é possível confirmar o diagnóstico de dengue de
maneira rápida e eficiente.
Testes com resultado em até 1 dia útil:
- Antígeno de Dengue (Teste Rápido):
indicado para coleta entre o 1º e o 6º dia após o início dos sintomas.
- Sorologia para Dengue (IgG e IgM):
recomendado após o 6º dia de sintomas.
Testes com resultado em até 2 dias úteis:
- Detecção Molecular do Vírus Dengue (DENVPCR)
- PCR para Zika, Chikungunya e Dengue (PCRZDC)
Exame avançado com resultado em até 4 dias úteis:
- Painel Avançado,
capaz de identificar não só a dengue, mas também zika, chikungunya,
Mayaro, Oropouche e febre amarela.
Esses
exames são fundamentais para garantir que o paciente receba o tratamento
adequado, com base no diagnóstico correto.
Vacina QDenga®: aliada no combate à Dengue
Em
resposta à crescente demanda por medidas de prevenção, a vacina QDenga®,
aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 2023, é
indicada para pessoas de 4 a 60 anos e tem mostrado excelente eficácia, com 80%
de proteção contra a dengue e 90% de redução nas hospitalizações.
A
QDenga® utiliza vírus vivos atenuados para estimular o sistema imunológico sem
causar a doença, oferecendo uma proteção duradoura. A imunização é realizada em
duas doses, com intervalo de três meses. Ela é recomendada para crianças a
partir de 4 anos de idade, adolescentes e adultos até 60 anos. São necessárias
duas doses, com intervalos de três meses.
Grupo Sabin
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