Especialista do CEJAM recomenda atenção especial na quarentena e dá dicas para fortalecer a saúde mental
Considerada pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) uma das doenças mais incapacitantes do
mundo, a depressão atinge mais de 12 milhões de brasileiros. Embora mais frequente
entre mulheres, o transtorno não escolhe gênero, faixa etária ou classe social
e pode, quando não tratada, levar ao surgimento de outras doenças e, até mesmo,
ao suicídio.
De acordo com a
psicóloga e Supervisora Técnica de Saúde Mental do CEJAM, Dra. Tatiana Mendes
Alencar, o momento atual pede atenção redobrada para sinais que podem indicar
depressão. "O isolamento social é uma medida sanitária e necessária para o
enfrentamento de grandes pandemias. Contudo, ele pode desencadear ou agravar
manifestações psicopatológicas, aumentando o risco do desenvolvimento de um
quadro depressivo", alerta.
Entre os problemas que
podem surgir nesse período, a especialista cita alterações do humor, ansiedade,
estresse, alterações do sono (insônia ou sono em excesso), alteração no apetite
(falta de apetite ou apetite em excesso), luto patológico, abuso de drogas,
transtornos de adaptação, entre outros.
Diante da importância
de trazer esclarecimento à população sobre o tema, a especialista traz
recomendações que podem ser feitas em casa e que contribuem para reduzir,
prevenir ou evitar essas condições.
7 dicas para
fortalecer a saúde mental
1- Realize atividades
prazerosas, como meditação, leitura, exercícios de respiração, artesanato,
jardinagem, entre outros;
2- Evite a exposição
excessiva às notícias diárias, sempre checando a veracidade das informações;
3- Pratique atividade
física, que auxilia na redução dos níveis de estresse, além de liberar
hormônios que trazem sensação de bem-estar físico e mental;
4- Mantenha contato
com amigos e familiares, seja por telefone, videochamadas, redes sociais, etc.,
compartilhando sentimentos e anseios com pessoas de confiança;
5- Evite o consumo de
álcool, tabaco e outras drogas para lidar com as emoções, a fim de não se torne
um hábito e traga problemas futuros como a dependência de substâncias
psicoativas;
6- Crie uma rotina e
busque segui-la. Essa estrutura favorece o equilíbrio emocional e ajuda a
reduzir a ansiedade. Isso inclui: refeições saudáveis em horários pré-determinados,
manutenção do horário do sono e tempo destinado às atividades profissionais e
de lazer em equilíbrio;
7- Compartilhe e
participe de ações de cuidado e solidariedade, como por exemplo, campanhas
solidárias ou mobilizações que o façam sentir-se parte do meio social.
Dra. Tatiana destaca,
ainda, que é importante buscar ajuda especializada quando as estratégias
adotadas não forem suficientes, mantendo-se atento caso os sintomas persistam
ou se tornem mais intensos.
Tratamentos na rede
pública
A especialista explica
que o tratamento para depressão envolve diversas áreas, devendo ser feito por
uma equipe multiprofissional que possibilite a troca de conhecimentos para a
criação de um projeto terapêutico singular, focado nas necessidades específicas
de cada paciente.
"Na Saúde
Pública, há serviços na Atenção Primária e na Especializada que ofertam apoio
em saúde mental. Entre eles há os CAPS (Centro de Atenção Psicossocial), nas
modalidades Adulto, Infanto-juvenil e Álcool e Drogas", orienta.
Os CAPS são voltados
ao atendimento de transtornos mentais graves e persistentes, incluindo as
enfermidades decorrentes do uso de substâncias psicoativas (álcool e outras
drogas). "O CEJAM atua em diversas unidades de São Paulo, oferecendo
acompanhamento em saúde mental à população geral, entre eles o CAPS AD III
Jardim Ângela, o CAPS Infanto-juvenil II M´Boi Mirim, o Rede Hora Certa II
M´Boi Mirim, as UBS com equipe NASF e AMA Especialidade, em Capão
Redondo".
Em situações mais
graves, a psicóloga ressalta que questões relacionadas à instabilidade
financeira, vulnerabilidade social, desemprego, alterações abruptas da rotina
entre outras adversidades ampliadas com o isolamento social podem contribuir
para a piora de casos de depressão e riscos de suicídio.
"Nesse momento, é
fundamental contarmos com estratégias preventivas para diminuir o impacto da
pandemia na população. Um importante canal a ser divulgado é o serviço de apoio
emocional e prevenção de suicídio do CVV (Centro de Valorização da Vida),
acessível a qualquer pessoa pelo telefone 188 ou site http://www.cvv.org.br", reforça.
Centro de Estudos e
Pesquisas Dr. João Amorim - (CEJAM)
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