Psicóloga diz que pandemia pode potencializar
casos de depressão
No mês da campanha de
prevenção ao suicídio - setembro -, o Brasil completa seis meses de isolamento
social, ainda que parcialmente, devido ao novo coronavírus. A pandemia aumenta
a relevância do Setembro Amarelo, já que, segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), uma de suas principais causas é a depressão e a doença pode ser
agravada pelo distanciamento entre as pessoas.
As estatísticas já
mostravam um aumento no número de casos no Brasil antes da chegada da Covid-19.
A OMS apontou 6,1 suicídios a cada 100 mil habitantes no país, em 2016, contra
5,7 suicídios em 2010. Considerando que mesmo com as medidas de flexibilização
em curso, atividades cotidianas, profissionais e de lazer ainda não foram
normalizadas, a psicóloga Claudia Pimentel, afirma que é preciso ter especial
atenção às pessoas que apresentam predisposição à depressão e à ansiedade.
"O isolamento social potencializa o que já estava acontecendo antes. Se já
há questões emocionais com as quais elas têm dificuldades em lidar, com a
privação pode piorar", afirma.
Em muitos casos,
familiares e amigos se dizem surpresos, mas é possível identificar os sinais da
doença. "Isolamento, agressividade, insônia, tristeza e desinteresse de
tudo, mesmo das coisas que a pessoa gosta muito, são sinais de depressão.
Quando apresenta esse quadro e ainda verbaliza que ‘não aguenta mais viver’, a
pessoa pode estar realmente em risco", alerta Claudia.
A profissional ainda
destaca que é fundamental não só levar os indícios à sério, mas também
estimular conversas mais profundas. "Muitos de nós não prestamos atenção
de fato ao que está acontecendo com o outro. Mas não é raro que a ideia (de
suicídio) não seja manifestada claramente, o sofrimento é mais silencioso, a
pessoa consegue escondê-lo", diz a psicóloga.
Assim como nosso
corpo, a mente também pode adoecer, por isso é importante cuidar da saúde
mental e saber lidar com as emoções. Ter uma rotina organizada, manter relações
interpessoais (mesmo que remotamente), dormir e se alimentar bem e fazer
atividades físicas são algumas das práticas aconselháveis para manter o
bem-estar, além de considerar a procura por acompanhamento psicológico,
especialmente após surgirem sintomas de desequilíbrio emocional.
Claudia Pimentel
- Psicóloga clínica e Gestalt-terapeuta, é psicoterapeuta Sistêmica Familiar;
psicoterapeuta Cognitivo-Comportamental (TCC); especialista em Psicologia
Positiva e Clínica Infantil. Claudia é life coach, Master Practitioner em
Programação Neurolinguística (PNL) e hipnoterapeuta Ericksoniana.
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