Pesquisar no Blog

quarta-feira, 16 de setembro de 2020

É PRECISO MAIS ATENÇÃO COM A GERAÇÃO VIRTUAL

O mundo evolui em informação, as notícias se multiplicam – sejam elas verdadeiras ou falsas - a internet e as redes sociais contribuem e muito para o desvio de foco de um aluno, principalmente quando ele está na faixa etária entre 09 e 17 anos. 

A deficiência de comunicação com os pais potencializa esse desvio de foco e acaba por gerar perigos ocultos na interação manipulada pelos adultos. Parte daí o encontro com o comportamento sensualizado exacerbado e a pedofilia. Estamos diante de um fato: meninas e meninos estão se adiantando na sexualidade. Mas, onde a escola entra nessa situação? 

Na maioria das vezes, os pais desconhecem os conteúdos acessados e os canais “frequentados” por seus filhos, com quem eles trocam informações ou conversam on-line. A negligência e a tecnologia consumista aumentam a ameaça e estimulam crianças e jovens a se exporem mais do que deveriam. A verdade é que é preciso ainda mais atenção com essa geração virtual. 

A ‘onda’ entre os jovens é sensualizar. Todo dia é possível assistir nas redes sociais meninas seminuas dançando vulgarmente em vídeos disseminados por elas mesmas, as amigas ou por seus pseudos namorados na internet. Os conflitos se agravam quando esses vídeos chegam à escola e são compartilhados pelos demais colegas. A confusão está armada! São situações criadas fora dos portões das instituições, mas que acabam, inevitavelmente, nas salas de reuniões das escolas. 

E qual é o compromisso da escola com o comportamento dos alunos na internet? Pedagógico! O fato é que a sedução das imagens deve ser uma alavanca a nosso favor, nunca contra. Usar filmes, propagandas, caricaturas, desenhos, mapas: tudo deve servir ao único e grande objetivo, que é ajudar o aluno a ler o mundo, não apenas a ler letras. O compromisso da escola é transmitir conteúdos inerentes às aulas, despertando interesse para pesquisa, fazendo com que ampliem os horizontes e o conhecimento educacional. Já os pais, são eles os convocados a agir com atitude e impedir os exageros. 

Enquanto professores, num mundo imerso no visual e dominado por sons e cores, nós devemos estar atentos ao uso de imagens, música, sensorialidades variadas, sendo essa uma exigência da modernidade e uma forma clara de estar mais próximo dos alunos. Mas, ainda assim, é fundamental trabalhar todas as áreas, elaborar temas transversais e, ao mesmo tempo, libertar o aluno da ideia didática das gavetas de conhecimento. Não apenas áreas afins (como História e Geografia), mas Literatura e Educação Física, Matemática e Artes, Química e Filosofia. É preciso restaurar o sentido original de conhecimento, que nasceu único e foi sendo fragmentado até perder a noção de todo. É certo que o futuro acadêmico é muito mais prático do que nós temos sido até hoje, nós profissionais da área temos o dever de acompanhar essas mudanças, porém, com didática, metodologia e cautela. 

Quando o uso da internet foge a este contexto já não é mais responsabilidade da escola, mas dos pais. Afinal, a educação que ensina a privacidade do corpo e o respeito à moral e aos bons costumes deve vir do berço. Caso esses responsáveis não se sintam capazes de controlar as ações virtuais de seus filhos, talvez esteja na hora de pedir ajuda profissional. 

Como dizem os filósofos atuais, o mundo está permeado pela televisão, pelo computador, pelos jornais, pelas revistas, pelas músicas de sucesso. Contudo, a escola e a sala de aula precisam dialogar com este mundo. Seria hipocrisia não reconhecer que, em geral, os alunos não gostam do espaço da sala de aula, porque em sua maioria há muito de artificial nele, de deslocado, fora do seu interesse. Considera-se aí que, usar o mundo da comunicação contemporânea não significa repetir o mundo da comunicação contemporânea; mas estabelecer um gancho com a percepção do aluno, e, nesse ponto, a escola vem se esforçando e criando mecanismos para que essa relação de conhecimento se fortaleça. 

 



Sueli Bravi Conte - especialista em educação, mestre em neurociências, psicopedagoga, diretora e mantenedora do Colégio Renovação, instituição com mais de 35 anos de atividades do Ensino Infantil ao Médio, com unidades nas cidades de São Paulo e Indaiatuba.

  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados