Gelatina
utilizada nas cápsulas de medicamentos é o diferencial para garantir rápida
liberação e dissolução confiável de ativos
Ao tomar uma cápsula
de um analgésico ou antigripal, a maioria dos pacientes pode não imaginar a
quantidade de pesquisa envolvida em um produto tão pequeno e aparentemente
simples. Quando os comerciais falam que determinado medicamento tem "ação
rápida" ou "ação em minutos", um dos segredos está no principal
componente das cápsulas e na tecnologia envolvida na sua produção: a gelatina.
"Nos últimos
anos, o conceito de ‘ação rápida’ de remédios mudou drasticamente graças a
novas tecnologias da indústria. Se antes essa agilidade era medida em dezenas
de minutos, agora ela se restringe a alguns poucos minutos", afirma Denise
Reis, gerente de P&D da GELITA, líder mundial na fabricação e fornecimento
de gelatina e colágeno.
Segundo Denise, quando
uma cápsula chega ao estômago, ela deve se abrir para liberar o medicamento,
que, na sequência, entra na corrente sanguínea. São duas etapas essenciais para
o efeito ágil e eficaz. Há, porém, um desafio: as reações químicas que ocorrem
entre essa capa de proteção (a cápsula), e o seu conteúdo (princípio ativo) que
podem atrapalhar esse processo.
Algumas dessas reações
químicas envolvem interações entre os componentes do princípio ativo e a
gelatina da cápsula, ou simplesmente reações que ocorrem naturalmente na
estrutura da gelatina que compõe a cápsula, chamadas de cross-linking.
O cross-linking
é um fenômeno que faz com que as ramificações das moléculas da proteína, ao se
aproximarem, liguem-se umas às outras, e consequentemente aumente o peso
molecular de todo o sistema. Esse fenômeno leva a uma perda da solubilidade da
camada gelatinosa, dificultando a abertura das cápsulas onde são usadas e a sua
abertura e liberação do princípio ativo. A consequência é a demora do efeito do
medicamento o que é indesejado pelo consumidor da cápsula.
Ainda, a exposição das
cápsulas a condições extremas de temperatura e/ou umidade, a presença de alguns
íons específicos no sistema (nos corantes, por exemplo), além de alguns outros
fatores, potencializam as reações de cross-linking,
"Uma tecnologia
desenvolvida com exclusividade pela GELITA produz peptídeos de tamanhos muito
pequenos que, quando adicionados à gelatina, atuam como bloqueadores da reação
de cross-linking colocando-se entre as ramificações e assim impedindo
que elas se unam e aumentem o seu peso molecular de forma significativa",
afirma Denise.
A especialista cita
como exemplo uma recente tecnologia, chamada de RLX R², que permite liberação
de 80% do princípio ativo após cinco minutos de ingestão - até três vezes mais
rápido que outros produtos do mercado. "Quando as cápsulas estão novas ou
recém-produzidas, a liberação ocorre em poucos minutos. Quando comparamos com
produtos que ficaram meses em estoque, expostos a alta temperatura e elevada
umidade do ar, a vantagem das cápsulas produzidas com a gelatina GELITA RXL R²
são ainda maiores".
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