Diante da queda da taxa básica de juros e da
redução dos retornos dos títulos e fundos de renda fixa, assim como do maior
acesso a conteúdo de educação financeira e informações sobre investimentos, o
fluxo de pessoas físicas na Bolsa vem aumentando de forma acelerada.
Nunca foi tão importante diversificar a
carteira, incluindo ativos de renda variável, como ações, fundos de
ações, fundos imobiliários e ETFs, que tem mais volatilidade e
maior possibilidade de ganhos. Esta é uma mudança de mindset,
depois de um longo período da “ditadura do CDI” e do “país da renda
fixa”.
É essencial que os investidores tenham uma boa
estratégia de alocação de investimentos, dividindo o dinheiro entre variadas
classes de ativos, de acordo com o seus perfis e seus projetos de curto, médio
e longo prazos.
Mas além de fazer um plano de alocação e escolher
bons ativos, é preciso monitorar os investimentos periodicamente para que sua
carteira não fique desenquadrada, ou seja, fora do nível de risco tolerado e
desalinhado dos objetivos e necessidades.
Atenção ao enquadramento
Vamos falar de uma maneira mais prática, sobre a
necessidade de acompanhamento de uma carteira, principalmente quando tem ativos
mais voláteis.
Neste exemplo, vamos supor que um investidor
tivesse no dia 2 de janeiro deste ano, um portfólio totalizando R$ 60 mil:
Uma fatia de 10% em ações, com
investimentos iniciais de valores praticamente iguais entre B2W
(BTOW3), B3 (B3SA3) e Magalu (MGLU3). Este investidor tem um perfil mais
conservador e não quer avançar desse percentual em renda variável.
Uma parcela de 90% em fundos de renda fixa, com
aportes iniciais idênticos em quatro produtos: Trend Pós-fixado RF Simples; AZ
Quest Luce Crédito Privado LP; Sparta Premium Ref DI Crédito Privado e ARX
Denali RF Crédito Privado.
Em 29 de julho ou cerca de 7 meses depois, a
participação das ações teria subido de 10% para 15,4%, portanto, um aumento de
54% dessa classe de ativo na carteira. Isso porque as ações dessas três
companhias – B2W, B3 e Magalu tiveram valorizações surpreendentes no período.
Neste caso, o ideal seria que o investidor vendesse
algumas ações para realocar o dinheiro em títulos e fundos de renda fixa ou
aportasse novos recursos nessa categoria, para “calibrar” a carteira.
Esse exemplo demonstra que, de tempos em tempos, os
investidores devem verificar suas alocações e exposição ao risco – isto é, se
os investimentos estão enquadrados ou não ao seus perfis, promovendo ajustes
quando necessário.
Porém, é essencial ter um plano para esse controle
do portfólio, avaliando o comportamento da precificação dos ativos, os
movimentos de mercado e o cenário da economia. Nesse sentido, contar com o
suporte de um assessor de investimento faz muita diferença, pois é um
profissional especializado nesses tipos de análises.
Cassio Bariani - CEO da fintech SmartBrain, plataforma de controle e consolidação de investimentos
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