Pesquisar no Blog

sexta-feira, 11 de setembro de 2020

5 dificuldades pós pandemia para crianças e adolescentes

Nos últimos meses, houve um processo de flexibilização da quarentena e retorno de alguns comércios e serviços. Com essa flexibilização, percebeu-se algumas dificuldades de adaptação das crianças e adolescentes nesse “novo normal”. 

A neuropsicóloga Bárbara Calmeto, diretora do Autonomia Instituto, enfatiza que essa realidade que se apresenta agora precisa da criação de novos hábitos e isso requer treinamento, orientação e paciência. "Todos precisaremos nos habituar a situações que nunca passamos antes”. 

Bárbara separou algumas dessas adaptações do “novo normal” para falar das dificuldades e orientar os pais.

 

1) Uso de máscaras: é obrigatória e imprescindível como proteção da contaminação da Covid-19, então precisa se tornar a nossa companheira de todos os momentos, como o celular. Importante orientar e supervisionar as crianças sobre o uso correto cobrindo o nariz e a boca, como guardar e lavar, sobre não ficar colocando as mãos ou tirando. O ideal é a família iniciar o treino em casa mesmo, onde todos os membros colocam as máscaras e passam um tempo em treinamento. “Estamos muito tempo em casa e não temos a prática do uso das máscaras. Ela precisa ser adquirida no dia a dia através de tempo de uso e treinamento das orientações básicas”, reforça a psicóloga.

 

2) Lavar as mãos: esse é um hábito que até já tínhamos antes da pandemia, mas com certeza, em grau de frequência bem menor do que precisamos ter agora. Lavar as mãos e usar álcool nas mãos é uma das melhores maneiras de prevenir o contágio, então precisamos reforçar o hábito da frequência e da lavagem adequada. “As crianças precisam entender o momento de lavar as mãos e a maneira certa, lavando todos os dedos, unhas, lados das mãos e incluir os braços”, orienta a psicóloga Bárbara Calmeto.

 

3) Distanciamento social: esse provavelmente é o novo hábito mais difícil que os brasileiros estão enfrentando, pois sempre fomos conhecidos pelo “povo caloroso que somos”. 

“Nossa cultura é do abraço, do aperto de mão, do contato físico, na aglomeração, e as crianças/adolescentes estão sentindo muito esse distanciamento social, em especial, dos amigos e familiares”, reflete a psicóloga. Por isso, é um dos hábitos que precisamos de orientação dos pais, supervisão e paciência para os esquecidos. Ajude um ao outro a lembrar dos novos cumprimentos (cotovelos ou pés) e tentar a aproximação virtual através das reuniões online.

 

4) Vacina: essa é a esperança de um mundo melhor nesse momento. Todos os olhos e pesquisas estão voltados para a vacina que vai, enfim, dar esperando de voltar ao normal. Porém, tomar vacina pode ser traumatizante para algumas crianças e ainda temos outras que têm alergias aos componentes das vacinas. Então, seja mais uma vez paciente! Não fique falando muito sobre isso e quando falar enfatize as propriedades benéficas que teremos com essa vacina. 

 

5) O “novo normal”: a grande verdade é que não sabemos se tudo vai realmente voltar como foi antes e essa incerteza de como e quando voltaremos ao normal traz muita ansiedade. Se você está percebendo seu filho (a) mais ansioso, comendo mais, roendo as unhas, com dificuldades para dormir ou se concentrar nos estudos, busque alternativas de trazer alegria e criatividade para os seus dias. Vários estudos vêm demonstrando que as crianças estão mais ansiosas com a quarentena e o distanciamento dos amigos. “Faça uma rotina com atividades divertidas e variadas, incluindo jogos, atividades físicas, pinturas, músicas e tudo mais que a família gosta. Tire as crianças da internet um pouco, diminua o acesso às telas”, orienta a psicóloga Bárbara Calmeto.

 

 

 

Bárbara Calmeto - psicóloga cognitivo-comportamental, neuropsicóloga pela Santa Casa de Misericórdia RJ, especialista em Análise do Comportamento Aplicada para pessoas com autismo e deficiência intelectual, especialista em Educação Especial com diversos cursos nas áreas de autismo, síndrome de Down, habilidades sociais, testes psicológicos e adaptação curricular. Possui 13 anos de experiência clínica, atendendo pessoas com atraso no desenvolvimento, desce bebês até idosos.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados