Pessoas
de todas as idades, no mundo inteiro, conversam sobre a pandemia de Covid-19,
mas será que a maioria tem noção que ao realizar questionamentos sobre o vírus
e buscar soluções mesmo que não científicas está colocando em prática a
Filosofia?
Segundo
o professor de Filosofia e coordenador do Sepam Vestibulares, em Ponta Grossa
(PR), Yuri Sócrates Saleh Hichmeh, a Filosofia sempre teve ligação com as
crises. “A pandemia é uma crise de saúde, social e econômica e o principal
gatilho da Filosofia é a dúvida, então em momento de mais dúvidas é que as
pessoas vão questionar a sociedade, a política, entre outros campos”, explica.
Yuri
afirma que a Filosofia é o questionamento sobre o assunto. “É o ato de
questionar e desenvolver racionalidade, tentando achar resoluções contundentes
para questões que se levantou. A Filosofia impacta no coletivo”, garante.
Pensar
coletivamente neste momento de pandemia, de acordo com ele, é uma das
principais saídas. “Não só na pandemia, mas em outras crises o pensamento
global significa se colocar no lugar do outro e adotar uma medida preventiva de
usar máscara e álcool em gel é proteger a si e ao próximo, é não levar a doença
adianta”, diz.
Para
o professor, a pandemia é uma oportunidade de aprendizado. “Estamos perdendo
uma oportunidade de ouro para refletir sobre aspectos da conduta humana, das
organizações econômica e política, do papel das nossas lideranças e o mais
importante de usar a Filosofia para entendimento do próprio indivíduo, entender
o que significa ter mais tempo par si, passar mais tempo no lar, o que vem a
ser utilizar de forma inteligente o ócio e produzir a partir dele, essas são
questões fundamentais que estão sendo pouco discutidas”, fala.
O
professor recomenda boas leituras nesse momento, entre elas as obras do
escritor sul-coreano, Byung Chul Han, que ajudam a compreender a dinâmica do
ser humano. O autor é crítico de como a sociedade é obcecada pela produtividade
e está sempre disposta a mostrar que as pessoas nunca estão ociosas. “É
realidade que vivemos essa obsessão de mostrar serviço e isso gera um
esgotamento físico e principalmente emocional. É a sociedade valorizando o
desgaste mais do que o dinheiro, então o autor faz uma crítica descrevendo essa
ansiedade e é justamente o que as pessoas estão vivendo nesse momento, onde
chega um vírus e obriga todos a ficarem em casa, tendo que se reinventar,
gerando uma angústia que vai contra o princípio da sociedade do cansaço”, diz.
Colégio Sepam
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