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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Estar acima do peso pode gerar transtornos emocionais e depressão


Número de obesos e sobrepesos atinge quase 20% da população brasileira


São muitos os problemas de saúde que causam grande desconforto para a maioria dos brasileiros, sendo um deles a obesidade, que já é uma realidade para 18,9% da população, segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em pesquisa realizada no ano de 2018. 

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a obesidade é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção é que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso, e mais de 700 milhões, obesos. 

Segundo a psicóloga e coach de emagrecimento 5S, Aline Del Rio, o aumento no número de obesos e sobrepesos é consequência da industrialização. “Vivemos um período onde encontrar comidas prontas e rápidas virou algo muito comum pelo tempo que temos no dia-a-dia. Os industrializados ficaram mais próximos da mesa de todo mundo. As pessoas esqueceram o que é comida de verdade, aquelas que vem da terra. Os industrializados possuem alto teor de aditivos que causam um processo inflamatório em nosso corpo fazendo com que nada funcione direito”, explicou destacando que a tecnologia também contribui para uma vida não saudável. “A tecnologia também chegou deixando tudo mais rápido e nos desligando de coisas que fazíamos, como subir e descer uma escada, praticar exercícios, no caso das crianças, o brincar na rua. São pequenas ações que não permitem a queima de calorias. Por isso, toda essa mudança na alimentação e no nosso dia-a-dia geral, começou a causar uma “pandemia” de obesidade”.

De acordo com Aline, houve um aumento de pessoas preocupadas com a saúde, mas ainda existem muitos resistentes a buscar emagrecer para melhor qualidade de vida. “Muitos associam a perda de peso com dietas restritivas e prazeres que precisarão ser cortados. O peso emocional que a comida tem hoje, o abrir mão de alguns hábitos, é o que acaba dificultando que essas pessoas procurem ajuda. Outro fator que interfere é a quantidade de dietas que existem hoje na internet. Sempre vai existir alguém que tentou emagrecer e não conseguiu e por isso acaba se frustrando”, pontuou. 

Com números preocupantes, o que muitas pessoas não associam, são as outras doenças que chegam atreladas a obesidade, como os transtornos emocionais e a depressão. Aline destaca que os padrões de beleza impostos pela sociedade são alguns dos principais fatores para o problema. 

“Hoje em dia o padrão que a sociedade coloca é “ser magro para ser bonito”. Ainda existem propagandas, revistas, redes sociais e até mesmo roupas, que condizem com isso, onde o modelo são corpos magros e sarados. A obesidade é uma doença multifatorial. Toda essa cobrança do “ser magro é bonito e saudável” intensifica muito os sintomas psicológicos. É importante lembrar que tudo depende do biótipo. É preciso aceitar o padrão que o seu corpo é e onde ele consegue chegar”, conta.

Ainda segundo Aline, são os sintomas físicos, agregados a problemas emocionais complexos, que chamam primeiro a atenção daqueles que estão acima do peso. “As questões emocionais estão agregadas ao desgaste físico. O paciente nos procura porque não consegue caminhar, sente falta de ar, têm os exames alterados. São situações do dia-a-dia que acabam fazendo com que ele procure um tratamento, o que ocasiona na baixa autoestima, tristeza, depressão, ansiedade excessiva, que impede de controlar compulsões por alimentos e principalmente o medo de se relacionar. É um isolamento cada vez maior da sociedade para evitar qualquer tipo de constrangimento”, explica pontuando que o primeiro passo para o tratamento desses complexos é identificando a causa deles. “Todo tratamento para obesidade é multidisciplinar, é preciso encontrar a causa. Quando isso fica claro para a pessoa, nós agimos criando um leque de opções para que ela possa seguir, mudando algumas crenças”.

Aline lembra que é possível ter uma vida saudável sem restrições. “É possível comer aquilo que gosta. Lógico que no período de tratamento, uma vez que a obesidade é uma doença e está na Classificação Internacional das Doenças, quando na sua fase aguda precisa de tratamento, haverá sim algumas restrições. Porém, depois dessa fase nós começamos a incluir outros alimentos de maneira diferente do que o habitual. Tem sim como ter uma vida normal, social comendo aquilo que a gente gosta e ainda manter o corpo saudável”, diz. 



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