Número de obesos e sobrepesos atinge quase 20% da
população brasileira
São muitos os problemas de saúde que causam grande
desconforto para a maioria dos brasileiros, sendo um deles a obesidade, que já
é uma realidade para 18,9% da população, segundo dados divulgados pelo Ministério
da Saúde, em pesquisa realizada no ano de 2018.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde, a
obesidade é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo. A projeção
é que em 2025, cerca de 2,3 bilhões de adultos estejam com sobrepeso, e mais de
700 milhões, obesos.
Segundo a psicóloga e coach de emagrecimento 5S,
Aline Del Rio, o aumento no número de obesos e sobrepesos é consequência da
industrialização. “Vivemos um período onde encontrar comidas prontas e rápidas
virou algo muito comum pelo tempo que temos no dia-a-dia. Os industrializados
ficaram mais próximos da mesa de todo mundo. As pessoas esqueceram o que é
comida de verdade, aquelas que vem da terra. Os industrializados possuem alto
teor de aditivos que causam um processo inflamatório em nosso corpo fazendo com
que nada funcione direito”, explicou destacando que a tecnologia também
contribui para uma vida não saudável. “A tecnologia também chegou deixando tudo
mais rápido e nos desligando de coisas que fazíamos, como subir e descer uma
escada, praticar exercícios, no caso das crianças, o brincar na rua. São
pequenas ações que não permitem a queima de calorias. Por isso, toda essa
mudança na alimentação e no nosso dia-a-dia geral, começou a causar uma
“pandemia” de obesidade”.
De acordo com Aline, houve um aumento de pessoas
preocupadas com a saúde, mas ainda existem muitos resistentes a buscar
emagrecer para melhor qualidade de vida. “Muitos associam a perda de peso com
dietas restritivas e prazeres que precisarão ser cortados. O peso emocional que
a comida tem hoje, o abrir mão de alguns hábitos, é o que acaba dificultando
que essas pessoas procurem ajuda. Outro fator que interfere é a quantidade de
dietas que existem hoje na internet. Sempre vai existir alguém que tentou
emagrecer e não conseguiu e por isso acaba se frustrando”, pontuou.
Com números preocupantes, o que muitas pessoas não
associam, são as outras doenças que chegam atreladas a obesidade, como os
transtornos emocionais e a depressão. Aline destaca que os padrões de beleza
impostos pela sociedade são alguns dos principais fatores para o problema.
“Hoje em dia o padrão que a sociedade coloca é “ser
magro para ser bonito”. Ainda existem propagandas, revistas, redes sociais e
até mesmo roupas, que condizem com isso, onde o modelo são corpos magros e
sarados. A obesidade é uma doença multifatorial. Toda essa cobrança do “ser
magro é bonito e saudável” intensifica muito os sintomas psicológicos. É
importante lembrar que tudo depende do biótipo. É preciso aceitar o padrão que
o seu corpo é e onde ele consegue chegar”, conta.
Ainda segundo Aline, são os sintomas físicos,
agregados a problemas emocionais complexos, que chamam primeiro a atenção daqueles
que estão acima do peso. “As questões emocionais estão agregadas ao desgaste
físico. O paciente nos procura porque não consegue caminhar, sente falta de ar,
têm os exames alterados. São situações do dia-a-dia que acabam fazendo com que
ele procure um tratamento, o que ocasiona na baixa autoestima, tristeza,
depressão, ansiedade excessiva, que impede de controlar compulsões por alimentos
e principalmente o medo de se relacionar. É um isolamento cada vez maior da
sociedade para evitar qualquer tipo de constrangimento”, explica pontuando que
o primeiro passo para o tratamento desses complexos é identificando a causa
deles. “Todo tratamento para obesidade é multidisciplinar, é preciso encontrar
a causa. Quando isso fica claro para a pessoa, nós agimos criando um leque de
opções para que ela possa seguir, mudando algumas crenças”.
Aline lembra que é possível
ter uma vida saudável sem restrições. “É possível comer aquilo que gosta.
Lógico que no período de tratamento, uma vez que a obesidade é uma doença e
está na Classificação Internacional das Doenças, quando na sua fase aguda
precisa de tratamento, haverá sim algumas restrições. Porém, depois dessa fase
nós começamos a incluir outros alimentos de maneira diferente do que o
habitual. Tem sim como ter uma vida normal, social comendo aquilo que a gente
gosta e ainda manter o corpo saudável”, diz.
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