Pesquisar no Blog

sexta-feira, 7 de junho de 2019

Economia globalizada e limpa é caminho para crescimento do Brasil, apontam especialistas em fórum


Brasil é colocado em perspectiva no evento FOUR SUMMIT, que discute problemas do país e possíveis melhorias


por Marcelo Brandão

Questões fundamentais para a compreensão e evolução do país foram debatidas por Jorge Caldeira, escritor e doutor em Ciência Política, e Sergio Fausto, superintendente da fundação FHC, no painel “Contexto Brasil: do Passado ao Futuro”, durante o primeiro dia do FOUR SUMMIT, que acontece em São Paulo nos dias 7 e 8 de junho.

Segundo Fausto, vivemos uma crise secular que não se explica por ideologia. “Os problemas brasileiros não estão relacionados com uma questão ideológica. Temos que entender que o Brasil se isolou, novamente, e não se encaixa numa economia globalizada”, avaliou.

Para o superintendente da fundação FHC, as lideranças deveriam pensar em crescimento por meio de uma “economia limpa e geradora de valor”, por exemplo. “A Era do Petróleo está acabando. Grandes montadoras já estão se unindo na busca por automóveis elétricos em grande escala. Toda economia do futuro será montada nos conceitos e modo de pensar em baixo carbono”, apontou.

Para os especialistas, o potencial do Brasil nesse novo mundo é gigantesco. No entanto, seguimos amarrados a interesses de classes e políticas elitistas que não contribuem para a real evolução do país no longo prazo.

“É como se a elite brasileira, política e empresarial, colocasse uma venda nos olhos e não se ajustassem aos ventos do novo mundo”, frisou Sergio Fausto. “Esse atraso vai nos custar caro no futuro”, reforçou.


Desigualdade contra crescimento

Para Jorge Caldeira, a desigualdade ainda é “um traço” da sociedade brasileira, que faz com que o Brasil não concilie diferenças e crescimento. Segundo Fausto, o Estado brasileiro consome boa parte do PIB, e isso só aprofunda essa desigualdade. “Ele é inoperante e disfuncional na distribuição de renda e estamos no limite”, avalia o historiador.

Fausto vê esse cenário dramático ligado a desigualdades estaduais profundas. “Não se deve fazer o que se faz hoje no Rio de Janeiro, mas, devemos sim, fazer o que se está fazendo no Espírito Santo, por exemplo”, lembrou.

Sobre projeções, todos os especialistas reforçaram o valor da “economia de baixo carbono” como um potencial enorme para o futuro do Brasil. Nesse contexto, Fausto provoca: “Nossos catadores de materiais recicláveis estão prontos para o futuro, já o burocrata brasileiro não”.


Soluções para problemas nacionais

Examinar as principais áreas estratégicas do Brasil na busca por ideias e soluções inovadoras e escaláveis, que possam contribuir para a transformação do país. Este é o mote principal do primeiro FOUR SUMMIT. Realizado pelo Instituto Four, responsável pelo ProLíder, o maior programa de formação de lideranças jovens do Brasil, o fórum reúne em dois dias 70 palestrantes nacionais e internacionais, dos mais variados setores.

Na abertura, Wellington Vitorino, à frente do instituto e do ProLíder, exaltou a importância e a necessidade de eventos como esse para o país. “O Brasil precisa ter uma voz muita mais ativa e relevante em questões fundamentais como educação, inovação e política. Este é nosso objetivo aqui: discutir o Brasil de dentro do próprio país com pessoas relevantes”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados