Dados atualizados do censo
educação trazem preocupação em muitos aspectos, e exigem um trabalho especial
para que o ensino cumpra seu papel social
Divulgado em janeiro de 2018 pelo Ministério da Educação (MEC), o
Censo Escolar da Educação Básica apresentou alguns dados preocupantes sobre a
educação brasileira. Segundo o estudo, houve uma queda no número de
matriculados no ensino médio, fora isso, hoje muitos jovens são considerados
inativos, ou seja, não trabalham e nem estudam. Uma informação assustadora que
precisa ser estudada e muito bem trabalhada.
De acordo com a psicopedagoga especialista em gestão
escolar, Ana Regina Caminha Braga, os dados do censo são bem
claros. “Se juntarmos Ensino Fundamental e Médio, o Brasil perdeu mais de 2
milhões de matrículas. E se falarmos em distorção de série, tivemos um
crescimento de 28% de 2015 pra cá. São problemas sérios, que devem ser levados
em consideração pelos nossos governantes”, comenta.
Para Ana Regina, quanto a evasão escolar, devemos levar em conta
não só a diversidade cultural brasileira, como as oportunidades oferecidas a
esses jovens, que na grande maioria das vezes, desde muito cedo precisam
auxiliar na renda familiar, deixando a educação de lado e dando prioridade ao
sustento da casa. Além disso, a grande maioria dos jovens têm condições
precárias para estudo o que acaba desmotivando.
“Nós devemos nos colocar no lugar do jovem que precisa acordar 4
ou 5 horas da manhã para ir à escola com transportes inadequado, muitas vezes
sem refeição, sem ter dormido dignamente. Só dá tempo de chegar na sala de aula
e encontrar uma apostila e o professor lá na frente passando os conteúdos. Será
que isso motiva o aluno a ficar no ambiente ou ele começa a pensar que
trabalhar seria muito mais eficaz para o seu sustento? Precisamos mudar tudo
isso”, complementa a especialista.
O incentivo por parte dos órgãos responsáveis é fundamental para a
mudança desses dados. Ainda segundo a especialista, projetos voltados para a
formação acadêmica junto a práticas e vivências de mundo que possam prepará-los
para o mercado de trabalho como profissionais e pessoas éticas, com
responsabilidade, conhecimento e integridade como ser humano são fundamentais.
“Além do conhecimento específico das disciplinas, é preciso valorizar os
aspectos do cidadão fora dos muros escolares, na sociedade em que eles precisam
ser inseridos. Atrair e motivar os jovens dentro das escolas deve partir de
projetos, movimentos e socialização com a realidade de formação para o futuro
no mercado de trabalho com um objetivo claro e próximo dos passos a serem dados
logo na sequência do Ensino Médio”, completa Ana Regina.
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