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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Estudo descobre célula responsável pelo autismo



Descoberta feita por cientistas brasileiros pode ajudar a busca por tratamento para a síndrome


Pesquisa realizada na Universidade de São Paulo (USP) demonstrou que os astrócitos, células do cérebro, de indivíduos saudáveis são capazes de melhorar a forma e o funcionamento de neurônios de indivíduos com autismo.

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) afeta uma a cada 68 crianças com até oito anos de idade no mundo, segundo o Centro para Controle e Prevenção de Doenças dos EUA. No Brasil, não há informações consolidadas, mas, considerando dados da OMS, há cerca de dois milhões de indivíduos afetados e poucas clínicas e serviços específicos para esse tipo de tratamento.

A pesquisadora brasileira Dra. Patrícia Beltrão Braga, da USP, em colaboração com a Dra. Graciela Pignatari e o Dr. Alysson R. Muotri, médicos da startup de biotecnologia TISMOO, conduziu o estudo, que foi realizado durante o doutoramento de Fabiele Russo. A pesquisa produziu, através da reprogramação de células da polpa de dentes de leite de indivíduos com autismo, células do sistema nervoso, os neurônios e astrócitos.

Depois de vários experimentos, foi possível observar que os astrócitos eram os responsáveis pelas características dos neurônios dos autistas, o que pode refletir no quadro clínico/comportamental desses indivíduos. Descobriu-se também que astrócitos de indivíduos saudáveis podem melhorar a forma e o funcionamento de neurônios de indivíduos com TEA. E que o contrário também é verdadeiro, ou seja, astrócitos de indivíduos com autismo podem piorar a forma e o funcionamento dos neurônios de pessoas sem autismo.

A pesquisa também identificou uma substância que o astrócito produzia em excesso, uma interlecina-6 (IL-6), e, ao bloquear a ação desta citocina, foi possível melhorar os neurônios de indivíduos com autismo. "Esta é uma importante descoberta, que poderá se tornar uma forma de tratamento para o autismo. É uma nova maneira de olhar para o transtorno e uma porta que se abre para entender seus mecanismos. Nosso objetivo agora é aprofundar as pesquisas e entender por que os astrócitos se comportam desta maneira", explica a Dra. Patrícia.




Fontes: CM Comunicação Corporativa 








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