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quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Especialista do Seconci-SP explica os principais sintomas da sífilis e as formas de tratamento



Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é celebrado no próximo sábado, dia 21 de outubro


Com a proximidade do ‘Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita’, celebrado no próximo sábado, 21/10, o Seconci-SP (Serviço Social da Construção) esclarece os principais sintomas e formas de tratamento desta doença que tem apresentado aumento expressivo no número dos casos registrados. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, no período de janeiro de 2010 a junho de 2016, foram registrados mais de 227 mil casos de sífilis adquirida. Entre 2014 e 2015, o crescimento de sífilis adquirida foi de cerca de 32%, entre as gestantes 20,9% e congênita, de 19%.

O ginecologista do Seconci-SP, Wilson Kiyoshi Ueda, explica que a sífilis é causada pela bactéria Treponema pallidum e o contágio pode ocorrer através de relação sexual, de mãe para filho no momento do parto (vertical) e, de forma mais rara, por meio de transfusão de sangue. “Após a contaminação, a doença se desenvolve em três estágios”, comenta.

Na primeira fase, que dura de 10 a 90 dias (média de três semanas), na maioria das vezes úlceras (cancro duro) surgem nos órgãos genitais e desaparecem em algumas semanas (aproximadamente duas semanas), levando o paciente à falsa impressão de que está curado. Segundo o especialista, além de serem indolores, nas mulheres estes sinais podem se manifestar na genitália interna (por exemplo, no colo do útero), o que dificulta ainda mais a sua detecção.

Na sequência, o paciente entra na fase secundária, em que os sintomas são variados e duram em média de quatro a 12 semanas. “Nesse período a pessoa pode apresentar manchas na pele em diferentes partes do corpo, diversas lesões como alopecia (perda de cabelo), especialmente na cabeça e na parte distal das sobrancelhas (madarose)”, ressalta.

Após as fases iniciais, se não for tratada, a sífilis entra no chamado período de latência. “Nessa etapa não há sintomas, mas o indivíduo continua infectado”, esclarece o especialista do Seconci-SP. Na última etapa, denominada terciária, os sinais podem levar de dois a 40 anos depois do início da infecção para aparecer e a doença pode causar problemas mais graves aos pacientes, como danos no cérebro ou na médula, no nervo ótico, nos sistemas ósseo e cardiovascular e lesões cutâneas.

O médico comenta ainda que, quando a contaminação ocorre de mãe para filho, durante o parto, a criança pode apresentar manchas na pele algumas horas após o nascimento ou sequelas tardias, como a má formação do céu da boca e o chamado ‘nariz de sela’ – deformação nasal em que a ponte do nariz (sua parte superior) é achatada.

Além disso, segundo o ginecologista, quando uma gestante infectada não trata a sífilis existe uma probabilidade muito grande de aborto, bebês prematuros ou nascer morto. Existe ainda a possibilidade de manifestações clínicas em estágio precoce, como lesões bolhosas nas palmas das mãos, plantas dos pés, ao redor da boca e ânus, rinites sero sanguinolentas e outras lesões. Na fase da sífilis tardia encontramos a tíbia em sabre, fronte ‘olímpica’ e o nariz em ‘sela’. Por esse motivo, é muito importante que as mães realizem o pré-natal durante toda a gravidez. “A maioria das vezes a doença é descoberta sem querer, em um exame de rotina”, comenta.

O dr. Wilson explica que a detecção da sífilis é simples e rápida, podendo ser realizada por meio de análise laboratorial do sangue ou pela coleta de material diretamente nas feridas. Já o tratamento é feito à base de penicilina, mas a dosagem e período do tratamento vão depender da fase da doença em que o indivíduo se encontra. 

“Quando a pessoa está nos primeiros estágios da doença ela tomará de uma a três doses de penicilina benzatina. Contudo, se já estiver na fase terciária, por exemplo, o tratamento é hospitalar e ela poderá ficar até quatorze dias internada para receber a medicação”, pontua.

O ginecologista do Seconci-SP reforça que o uso do preservativo e a realização de exames anuais são as melhores formas de prevenção. “É preciso estar protegido durante todo o ato sexual, pois o contato com úlceras de uma pessoa que tenha sífilis pode levar à contaminação”, conclui.  






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