Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita é celebrado
no próximo sábado, dia 21 de outubro
Com a
proximidade do ‘Dia Nacional de Combate à Sífilis e à Sífilis Congênita’,
celebrado no próximo sábado, 21/10, o Seconci-SP (Serviço
Social da Construção) esclarece os principais sintomas e formas de tratamento
desta doença que tem apresentado aumento expressivo no número dos casos
registrados. Segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde, no período de
janeiro de 2010 a junho de 2016, foram registrados mais de 227 mil casos de
sífilis adquirida. Entre 2014 e 2015, o crescimento de sífilis adquirida foi de
cerca de 32%, entre as gestantes 20,9% e congênita, de 19%.
O
ginecologista do Seconci-SP, Wilson Kiyoshi Ueda, explica que a sífilis é
causada pela bactéria Treponema pallidum e o contágio pode ocorrer através de
relação sexual, de mãe para filho no momento do parto (vertical) e, de forma
mais rara, por meio de transfusão de sangue. “Após a contaminação, a doença se
desenvolve em três estágios”, comenta.
Na primeira
fase, que dura de 10 a 90 dias (média de três semanas), na maioria das vezes
úlceras (cancro duro) surgem nos órgãos genitais e desaparecem em algumas
semanas (aproximadamente duas semanas), levando o paciente à falsa impressão de
que está curado. Segundo o especialista, além de serem indolores, nas mulheres
estes sinais podem se manifestar na genitália interna (por exemplo, no colo do
útero), o que dificulta ainda mais a sua detecção.
Na
sequência, o paciente entra na fase secundária, em que os sintomas são variados
e duram em média de quatro a 12 semanas. “Nesse período a pessoa pode
apresentar manchas na pele em diferentes partes do corpo, diversas lesões como
alopecia (perda de cabelo), especialmente na cabeça e na parte distal das
sobrancelhas (madarose)”, ressalta.
Após as
fases iniciais, se não for tratada, a sífilis entra no chamado período de
latência. “Nessa etapa não há sintomas, mas o indivíduo continua infectado”,
esclarece o especialista do Seconci-SP. Na última etapa, denominada terciária,
os sinais podem levar de dois a 40 anos depois do início da infecção para
aparecer e a doença pode causar problemas mais graves aos pacientes, como danos
no cérebro ou na médula, no nervo ótico, nos sistemas ósseo e cardiovascular e
lesões cutâneas.
O médico
comenta ainda que, quando a contaminação ocorre de mãe para filho, durante o
parto, a criança pode apresentar manchas na pele algumas horas após o
nascimento ou sequelas tardias, como a má formação do céu da boca e o chamado
‘nariz de sela’ – deformação nasal em que a ponte do nariz (sua parte superior)
é achatada.
Além disso,
segundo o ginecologista, quando uma gestante infectada não trata a sífilis
existe uma probabilidade muito grande de aborto, bebês prematuros ou nascer
morto. Existe ainda a possibilidade de manifestações clínicas em estágio
precoce, como lesões bolhosas nas palmas das mãos, plantas dos pés, ao redor da
boca e ânus, rinites sero sanguinolentas e outras lesões. Na fase da sífilis
tardia encontramos a tíbia em sabre, fronte ‘olímpica’ e o nariz em ‘sela’. Por
esse motivo, é muito importante que as mães realizem o pré-natal durante toda a
gravidez. “A maioria das vezes a doença é descoberta sem querer, em um exame de
rotina”, comenta.
O dr. Wilson
explica que a detecção da sífilis é simples e rápida, podendo ser realizada por
meio de análise laboratorial do sangue ou pela coleta de material diretamente
nas feridas. Já o tratamento é feito à base de penicilina, mas a dosagem e
período do tratamento vão depender da fase da doença em que o indivíduo se
encontra.
“Quando a
pessoa está nos primeiros estágios da doença ela tomará de uma a três doses de
penicilina benzatina. Contudo, se já estiver na fase terciária, por exemplo, o
tratamento é hospitalar e ela poderá ficar até quatorze dias internada para
receber a medicação”, pontua.
O
ginecologista do Seconci-SP reforça que o uso do preservativo e a realização de
exames anuais são as melhores formas de prevenção. “É preciso estar protegido
durante todo o ato sexual, pois o contato com úlceras de uma pessoa que tenha
sífilis pode levar à contaminação”, conclui.
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