Pesquisa liderada por especialistas do Memorial
Sloan Ketterin Cancer Centre (NY), Universidade do Colorado e Universidade de
Michigan identificou que filhotes de ratos cuja geração anterior desempenhava
bem exercícios aeróbicos apresentaram menor risco de desenvolver tumores mesmo
sem praticarem qualquer atividade física
Uma
análise realizada por pesquisadores norte-americanos, divulgada recentemente
pelo jornal científico Carcinogenesis,
lançou luz sobre mais um dos benefícios da prática de atividades aeróbicas à
saúde – e desta vez a comprovação aponta os reflexos genéticos hereditários dos
cuidados com o corpo. Segundo o estudo liderado pelo Memorial Sloan Ketterin
Cancer Centre (NY), Universidade do Colorado e Universidade de Michigan, a
prática constante de exercícios promove uma alteração nas células que também é
transmitida de mãe para filha que leva à redução no risco de desenvolver câncer
de mama. Isso significa que, mesmo sem praticar exercícios, as
"herdeiras" recebem uma importante contribuição genética
"fitness" que contribui para evitar o surgimento de tumores malignos.
Para
chegar a essa conclusão, os especialistas realizaram testes em famílias de
ratos, considerando o histórico de dois grupos: fêmeas provenientes de mães com
alto desempenho nas esteiras de exercícios e fêmeas de mães com baixo
desempenho aeróbico. Ambos os núcleos de filhotes avaliados não foram
habituados a uma rotina de exercícios e ao atingir a puberdade foram expostos a
componentes químicos conhecidos como causadores potenciais de câncer de mama.
"O resultado das análises apontou que os animais cujo histórico familiar
estava relacionado ao menor desempenho em atividades físicas tinham quatro
vezes mais propensão a desenvolver câncer de mama e, diante do surgimento da
doença, também tiveram maior número de tumores. Eles também tendiam a
apresentar a condição mais cedo em comparação aos ratos de famílias
'fitness'", explica o Dr. Daniel Gimenes, oncologista do Centro Paulista
de Oncologia (CPO).
Quando
observadas as células dos animais, os pesquisadores encontraram diferenças na
forma como elas se comportavam. Nos ratos com herança genética relacionada à
pratica de exercício físico havia sinais bioquímicos que evitavam uma
multiplicação celular aumentada, sem controle do corpo, em especial quando
relacionada à hiperatividade da proteína mTor (responsável pelo crescimento
celular) - fator que é comumente notado em mulheres com câncer de mama.
"O
estudo considerou apenas a análise de ratos, mas as descobertas relacionadas
aos benefícios dos movimentos aeróbicos como herança genética que reduz os
riscos de câncer de mama não apenas para a pessoa, mas para seus descendentes
diretos também, aponta para uma nova Era no entendimento do valor dos
exercícios físicos. Esses efeitos sobre a herança de saúde guardada em nosso
DNA", ressalta o Dr. Daniel.
De
acordo com os autores da pesquisa, futuros estudos devem avançar sobre o
entendimento mais preciso sobre os tipos e a quantidade de atividades físicas
que devem promover efeitos sobre a saúde das células e os riscos de câncer.
Grupo
Oncoclínicas
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