Atenção
redobrada ao volume e tempo de uso dos eletrônicos como smartphone, vídeo
games, MP3 Player pelos jovens pode evitar o zumbido no ouvido
No período de férias escolares aumenta o uso de
aparelhos eletrônicos, os smartphones, o vídeo game, os MP3
Players, os computadores e a televisão. Ainda mais, que agora são oferecidas
opções com fone de ouvido e sem fio (tecnologia Bluetooth) e que permitem mais
comodidade para o usuário.
Os jovens, que já têm um desses equipamentos em
casa e na mochila e que fazem uso, quase que regular, para sair, ir à escola,
no transporte e até mesmo em casa, terão, nas férias, mais tempo livre para
desfrutar e abusar um pouco mais do volume.
Segundo a especialista Tanit Ganz
Sanchez, otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência
em zumbido pela USP, o canal auricular é extremamente sensível aos barulhos e
colocá-lo a exposição contínua de sons muito altos, como costume dos
adolescentes, pode causar o zumbido no ouvido. “Zumbido é o nome popular do
Tinnitus, sintoma que ocorre geralmente por uma lesão em uma das partes do
ouvido: externo, médio ou interno e pode ocorrer pela exposição contínua a sons
muito altos, seja em baladas ou mesmo com esses dispositivos. Uma alimentação
inadequada, medicamentos, atividade profissional, dentre outros podem também
causa o zumbido”, explica Tanit, que há 20 anos estuda as causas e
os tratamentos .
O zumbido já atinge quase 28 milhões de
brasileiros, de crianças até as pessoas idosas. Os sons do zumbido são
parecidos com o apito, o barulho de uma cigarra, abelha, de uma panela de
pressão, o barulho da chuva, dentre outros.
Se um trabalhador, por exemplo, um motorista de
ônibus, ficar exposto aos barulhos do trânsito pode se tornar mais uma vítima
do zumbido, só que o problema pode ser gerado também em uma pessoa que escuta
som alto todos os dias. Temos duas situações, o motorista que desenvolveu o
sintoma devido ao trabalho e outra devido ao mau hábito de sempre ouvir som
alto. “É preciso policiar sempre quanto tempo e o volumes que os jovens estão
com os fones de ouvido”, complementa a Dra. Tanit Ganz, que é presidente
da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ)
e do Instituto Ganz Sanchez.
Segundo Tanit, em uma pesquisa realizada pela APIDIZ
e financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP)
com 170 jovens de um colégio em São Paulo, 93 jovens (54,7%) responderam que
apresentam ou já apresentaram algum episódio de zumbido nos últimos 12 meses.
Deste número, 51,1% associaram essa ocorrência por algumas horas ou alguns dias
depois de sair de ambientes com música alta.
Para a especialista, o problema é latente, e a
forma de combater é educar os jovens que eles não devem escutar música alta por
muito ou mesmo ficar em locais com som muito por tempos prolongados. “Apesar de
acharem que não, pois são muito jovens, eles podem sim desenvolver o zumbido no
ouvido e que necessitará de tratamento para que seja sanado ou mesmo
minimizado”.
Orientações para uso de fone de ouvido e outros:
- Evitar utilizar por mais de 8 horas por dia.
- O volume do fone de ouvido não pode ser superior até 80 dB, pois não oferece risco riscos.
- Atenção com a qualidade dos fones que são comprados.
- De preferência para os fones de modelos maiores que ficam fora do canal auricular.
- Evite ficar dentro de espaços com som muito alto e por tempo prolongado.
Profa Dra. Tanit Ganz Sanchez - Otorrinolaringologista com doutorado e livre-docência pela FMUSP, Diretora-Presidente do Instituto Ganz Sanchez e Presidente da Associação de Pesquisa Interdisciplinar e Divulgação do Zumbido (APIDIZ). Assumiu a “missão” de desvendar os mistérios do zumbido e foi pioneira nas pesquisas no Brasil, sendo reconhecida por sua didática, objetividade e compartilhamento aberto de ideias
Nenhum comentário:
Postar um comentário