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quinta-feira, 26 de maio de 2022

Mulheres com epilepsia precisam de planejamento e supervisão neurológica para maior segurança na gestação

 Manutenção dos medicamentos, conhecimento da doença e auxílio das pessoas próximas nos cuidados também são essenciais para diminuir o risco de convulsões e contribuir para o bem-estar da mãe e do bebê

 

Apesar da maioria das mulheres com epilepsia ter uma gravidez tranquila, o risco das convulsões mais graves pode aumentar em 25% durante a gestação se não houver cuidados e medicação adequados, de acordo com o relatório Epilepsy & Pregancy Toolkit (Epilepsia e Gravidez), desenvolvido pelo International Bureau of Epilepsy (IBE) que entrevistou 890 mulheres de nove países europeus. O estudo - publicado no site https://womenandepilepsy.org/, iniciativa criada em 2021 para divulgação de conhecimentos sobre o tema - reforça a importância de informações, planejamento e acompanhamento multidisciplinar para a saúde e bem-estar da mãe e do bebê.

Estas também são algumas das recomendações da Associação Brasileira de Epilepsia (ABE) e de especialistas, como a neurologista e neurofisiologista, colaboradora do Ambulatório de Epilepsia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP), a Dra. Caroline Ferreira Pereira, que defende a necessidade tanto da organização prévia, quanto de cuidados e supervisão que vão além dos obstetrícios, na preparação para a gravidez, durante o pré-natal e no pós-parto.  

“Quando houver o desejo de engravidar, a paciente deve comunicar ao seu médico para verificar se é necessário um ajuste das medicações anticrise e se é preciso a implementação de uma vitamina para prevenir a má-formação no bebê, caso do ácido fólico. Outro ponto é que a gravidez seja planejada, porque estudos mostram que a gestação sem organização prévia apresenta maior risco de perda espontânea, parto prematuro e nascimento com baixo peso. É fundamental, também, o acompanhamento de um neurologista durante todo o processo”.

 Ainda segundo a médica, durante a gestação ocorrem mudanças no organismo feminino como o ganho de peso, recorrência de vômitos e até mesmo alteração no nível de medicamentos no sangue, contribuindo em pequena porcentagem para a frequência de crises epilépticas. “Essas pacientes precisam ser assistidas de forma mais próxima pelo especialista em neurologia, diminuindo o tempo de consultas, o que ajuda na avaliação ou troca do medicamento para menor risco de má-formação dos bebês. A orientação é que elas não parem com a medicação durante a gravidez, não modifiquem a dose sem supervisão médica, respeitem os horários de administração dos remédios e não suspendam o tratamento de forma abrupta. No geral, as pacientes costumam ter gravidez de forma tranquila.”, acrescenta.   

Sobre a importância da supervisão, o vice-presidente da ABE, o neurologista, Dr. Lécio Figueira Pinto, explica que “a epilepsia é uma doença cerebral crônica, caracterizada por uma crise epiléptica associada a uma predisposição que a paciente tenha de novas crises. Do ponto de vista prático, a pessoa tem a doença quando ela já teve pelo menos duas ocorrências na vida, desde que não tenham sido provocadas por fatores nítidos, como alteração da glicemia, infecções graves ou intoxicação por algum medicamento, ou seja, sem a identificação de um fator causal. Outra possível constatação é ter tido alguma crise na vida e ter chance muito alta de recorrência devido a alguma lesão cerebral ou alterações diagnosticadas no encefalograma (exame que diagnostica mudanças nas atividades elétricas cerebrais). Os casos necessitam de medicamentos e acompanhamento especializado”.

O Pós-parto

O pós-parto também exige atenção para evitar a ocorrência de crises e as consequências para a mãe e o bebê. Neste sentido, a Dra. Caroline também recomenda que o ato de amamentação seja realizado em uma superfície macia como colchas, cobertores, colchões forrados; o banho, em banheira no chão, com pouca água e, no caso, de bebês maiores, com o uso do chuveirinho e com a mãe sempre acompanhada de alguma pessoa para o auxílio; a troca de fraldas e roupas pode ser feita de preferência em locais baixos ou no chão, forrado com objetos macios; e o transporte, de preferência, em carrinhos. Nos veículos, é indicado o uso de assentos apropriados. Por outro lado, é desaconselhado segurar no colo por longas distâncias ou o uso de equipamentos em que o bebê fique junto ao corpo da mãe.

“Importante considerar também que, nesta fase, pode haver a privação do sono já que essas mulheres precisam amamentar a cada duas ou quatro horas, e este é um fator de risco para crise epiléptica. Orientamos que essas pacientes solicitem ajuda de pessoas próximas para alimentação do bebê durante à noite, permitindo que elas tenham um sono ininterrupto com um intervalo mais longo”, indica a neurologista.

 

https://epilepsiabrasil.org.br/


Dia Mundial sem Tabaco

Risco de câncer chega a 90% com consumo de cigarro, alerta oncologista

O médico Ramon de Mello diz que é preciso intensificar campanha contra o uso do tabaco

 

O Dia Mundial sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, é um importante alerta para o consumo do cigarro. Mais de 60% dos óbitos relacionados às Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) estão diretamente relacionados ao uso dessas substâncias, segundo estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde). 

“Aproximadamente 50% dos tumores oncológicos do pulmão e até 70% dos registros de câncer de bexiga estão diretamente relacionados com o consumo de tabaco”, esclarece o médico oncologista Ramon Andrade de Mello, professor da disciplina de oncologia clínica do doutorado em medicina da Universidade Nove de Julho (Uninove), do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e PhD em oncologia pela Universidade do Porto, Portugal. 

Além desses dois exemplos, o consumo de cigarro responde ainda por 25% dos casos de câncer do esôfago. “Os fumantes têm 15 vezes mais propensão para diagnóstico de alguns tumores do que os não-fumantes. As substâncias do cigarro também podem provocar câncer de boca, laringe, faringe, pâncreas, rim, colo do útero, estômago, fígado, entre outros órgãos”, detalha Ramon de Mello.  

“Sempre é tempo para parar de fumar e adotar uma alimentação saudável, rica em frutas e legumes, evitando as bebidas quentes e também as alcoólicas. Além disso, a adoção de exercícios físicos regulares contribui para uma vida longeva”, recomenda o oncologista.  

 

Dr. Ramon de Mello - oncologista do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, e do Centro de Diagnóstico da Unimed, em Bauru, SP.

https://ramondemello.com.br/ 


Terapia inovadora com vírus que mata células cancerígenas começa a ser testada: entenda o tratamento

Em fases anteriores da pesquisa, a técnica diminuiu tumores de mama, pulmão, pâncreas, ovário e cólon em modelos de laboratórios e animais; Oncologista comenta como o estudo está sendo realizado e por quê a proposta é promissora

 

O centro de pesquisa clínica americano City of Hope, em parceria com a empresa de biotecnologia Imugene Limited, na Austrália, começou no início deste mês a fase 1 dos testes de um vírus desenvolvido para entrar nas células cancerígenas, se replicar e matá-las. O primeiro voluntário do estudo recebeu uma dose do CF33-hNIS VAXINIA, no qual será analisada a segurança da terapia - considerada inovadora no combate ao câncer.  

Durante as pesquisas em modelos de laboratório e animais, foi possível notar que o vírus diminuiu tumores de mama, pulmão, pâncreas, ovário e cólon. A estratégia busca ir ainda mais além, sendo efetiva também para outros tipos de câncer.  

O método em si é considerado bastante promissor e visa infectar as células cancerígenas para destruí-las. O microrganismo, que é um vírus oncolítico, é modificado geneticamente para afetar apenas as células dos tumores, sem contaminar outras partes do corpo, por exemplo. De acordo com o Dr. Bernardo Garicochea, oncologista do Grupo Oncoclínicas, a estratégia, apesar de simples, traz novos paradigmas: “Ela se utiliza de um vírus que tem afinidade com algum tipo de proteína presente na superfície da célula cancerosa”, explica.

 

Como o estudo foi realizado 

Foram selecionados os voluntários que apresentavam tumores sólidos com metástase ou avançados (que passaram por duas linhas de tratamento anteriormente) para a fase 1 da pesquisa. Em seguida, através de uma injeção, que pode ser aplicada de forma intravenosa ou diretamente no tumor, uma dose baixa do CF33-hNIS é inserida no organismo do paciente.  

Futuramente, caso as respostas da primeira fase sejam positivas, mais 100 voluntários farão parte da próxima etapa. Os participantes receberão uma combinação do vírus oncolítico e da imunoterapia.  

As chamadas proteínas "checkpoints" fazem parte das células saudáveis do corpo e mostram que elas não devem ser atingidas pelo sistema de defesa do corpo. A neoplasia em sí tem uma proposta alternativa, pois usa desse mecanismo uma espécie de camuflagem para que as células cancerígenas não sejam reconhecidas e afetadas. Com a combinação dos tratamentos, é possível uma estratégia para fazer com que o sistema imunológico combata o câncer.  

“Em 2010 foi descoberto que existem certos tipos de drogas e medicamentos capazes de se ligar nessas proteínas que desativam o sistema imunológico. Então, hoje conseguimos fazer com que o sistema imunológico se torne ativo de novo. O problema é que usar somente esse tipo de estratégia funciona apenas em alguns casos. Se colocarmos um vírus oncolítico para atacar a célula do câncer e junto também dermos esse tratamento, as células imunológicas recuperam sua capacidade de reconhecer o tumor. A partir disso, é possível ter realmente um tratamento muito eficiente e é o que esperamos que venha acontecer”, comenta o oncologista.
 

Proposta promissora 

Para o Dr. Bernardo Garicochea, isso muda o paradigma do tratamento, uma vez que estamos acostumados com técnicas mais convencionais, como a ressecção mecânica do tumor, cirurgias, quimioterapias e radioterapias. “Serão usados ‘mísseis teleguiados’ direcionados para as células cancerosas, ou seja, para a proteína específica que aquele paciente apresenta naquela célula. Ao mesmo tempo, isso vai estimular o sistema imunológico para atacar exclusivamente aquele alvo”, explica.  

Além disso, o oncologista comenta que o tratamento será extremamente eficaz nas células que estão em divisão, como as células cancerígenas, que possuem uma taxa muito maior desse processo do que as células normais. “Isso vai matar muito mais as células cancerosas do que as normais, mas elas não estão isentas desse processo, tanto que os pacientes também podem apresentar efeitos colaterais com esses tratamentos. No entanto, em termos de controle da doença, há a possibilidade de erradicar o tumor completamente. Isso pode nos levar a uma nova escala de taxa de cura de câncer que nunca vimos antes”, finaliza.

 

Grupo Oncoclínicas

www.oncoclinicas.com


31 de maio: Dia Mundial sem Tabaco - Fumantes têm 3 vezes mais risco de desenvolver câncer de bexiga

Cerca de 10 mil brasileiros recebem o diagnóstico de câncer de bexiga todos os anos. A doença é três vezes mais comum em fumantes e acomete, principalmente, pessoas a partir dos 55 anos, com pico de incidência entre os 60 e 70 anos

 

Quando o assunto é a relação entre tabagismo e câncer, o problema vai muito além do pulmão. O fumo também é o principal fator de risco para o câncer de bexiga, o segundo tumor urológico mais comum entre os homens. A doença é três vezes mais comum em fumantes e acomete, principalmente, pessoas a partir dos 55 anos, com pico de incidência entre os 60 e 70 anos. Este é o alerta do Instituto de Urologia, Oncologia e Cirurgia Robótica (IUCR), em alusão ao Dia Mundial sem Tabaco, em 31 de maio. 

O diretor do IUCR, Gustavo Guimarães, explica que esta estreita relação entre fumo e câncer de bexiga se dá pelo fato que as substâncias tóxicas do cigarro são eliminadas pelo rim, agredindo assim a parede da bexiga. O caminho percorrido no corpo pela “fumaça” do cigarro – que contém, entre outros elementos prejudiciais, a nicotina e o alcatrão, um composto de mais de 40 substâncias comprovadamente cancerígenas - é devastador para a bexiga e para os demais órgãos por onde passa.

As estimativas para 2022, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), é que 10.640 brasileiros recebam o diagnóstico de câncer de bexiga, sendo 7.590 homens e 3.050 mulheres. Além de mais frequente em homens, é também duas vezes mais comum em brancos do que em negros. Além das variáveis de sexo e idade, outros fatores de risco são: exposição a produtos químicos, como aminas aromáticas, benzidina e beta-naftilamina, utilizados na indústria de corantes; determinados produtos químicos orgânicos; exposição à fumaça do óleo diesel; uso de alguns suplementos fitoterápicos ou medicamentos, como pioglitazona para diabetes por mais de um ano; uso de suplementos dietéticos que contêm ácido aristolóquico; exposição a arsênico; baixo consumo de líquidos; irritações e infecções crônicas (urinárias, cálculos nos rins e bexiga). Além disso, o histórico familiar: pessoas com familiares que tiveram câncer de bexiga têm um risco aumentado para desenvolvimento da doença.


Sinais de alerta e diagnóstico – Em geral, os sintomas de câncer de bexiga são inespecíficos, podendo indicar outras doenças. Por essa razão, é importante que, na presença deles, um médico seja procurado para ser feita a avaliação. O sinal mais frequente da doença é a presença de sangue na urina (hematúria macroscópica). Dependendo da quantidade de sangue, a urina pode ter uma cor alaranjada ou vermelha escura. Pequenas quantidades de sangue somente são identificadas em um exame de urina (hematúria microscópica) e não necessariamente indicam a presença de doenças na bexiga.

Os estágios iniciais de câncer de bexiga costumam apresentar pouco sangramento e pouca ou nenhuma dor. Além disso, identificar sangue na urina não significa ter câncer na bexiga. O sangue pode ser causado por outros motivos, como infecção, tumores benignos, pedras nos rins ou outras doenças renais benignas. Também são possíveis sintomas ou sinais de alerta para câncer de bexiga: micção frequente, maior que a habitual; sensação de dor ou queimação ao urinar; urgência em urinar, mesmo quando a bexiga não está cheia; dificuldade para urinar ou fluxo de urina fraco.


 Os diferentes tipos de câncer de bexiga – O câncer de bexiga pode ser classificado em subtipos histológicos (tipos de células): O carcinoma urotelial (representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga - mucosa); carcinoma epidermóide (mais comumente associado a infecções crônicas ou irritação  prolongada da bexiga); adenocarcinoma (se inicia nas células glandulares - de secreção - que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação); sarcomas (tumores muito raros).

De acordo com o levantamento da American Cancer Society, as chances de cura do câncer de bexiga na fase mais precoce são de 96%. Quando a doença está localizada na bexiga comprometendo camadas mais profundas ou a camada muscular e não há sinais de que se espalhou para fora da bexiga as chances de cura são de 69%. Por sua vez, quando o câncer se espalhou da bexiga para estruturas próximas ou nódulos linfáticos a taxa cai para 37%. Quando o câncer se espalhou para partes distantes do corpo, como pulmões, fígado ou ossos (metástase), as chances de cura ficam abaixo de 10%.

“A cistoscopia, procedimento no qual é introduzido uma câmera na bexiga por meio da uretra, costuma ser indicada quando há sinais clínicos suspeitos ou alterações no exame de imagem (tomografia, ressonância magnética e ultrassonografia). Cabe à cistoscopia, seguida de biópsia, confirmar o diagnóstico”, explica Guimarães, que é também coordenador geral dos Departamentos Cirúrgicos Oncológicos do grupo BP-A Beneficência Portuguesa de São Paulo. 


Tratamento – A indicação do protocolo de tratamento depende do tipo de tumor e a fase em que a doença é descoberta. As principais modalidades cirúrgicas são: 

Ressecção transuretral da bexiga (RTUP) - usada para câncer superficial ou em estágio inicial. Nesse procedimento endoscópico, o tecido canceroso da bexiga é removido pela uretra.

Cistectomia: remoção parcial ou completa da bexiga. É frequentemente usada em câncer de bexiga mais avançado. Os gânglios linfáticos próximos à bexiga também são removidos. A próstata é removida nos homens, e nas mulheres o útero, os ovários, as tubas uterinas e muitas vezes uma pequena parte do canal vaginal.

Técnicas de cirurgia minimamente invasiva, como laparoscopia e procedimentos robóticos, também são indicados para alguns pacientes com câncer de bexiga. Guimarães explica que, além da RTU de bexiga, há a imunoterapia intravesical chamada BCG (Bacilo Calmette-Guérin). A BCG é um organismo bacteriano, usado para tratar a tuberculose, que é adotado como imunoterapia padrão para o câncer superficial da bexiga. Pode ser administrada diretamente na bexiga por meio de um cateter inserido pela uretra para estimular uma resposta imune, evitando uma recorrência da doença.

Os demais pilares de tratamento de câncer de bexiga são a quimioterapia, a imunoterapia sistêmica e a radioterapia.  A quimioterapia e a imunoterapia desempenham um papel importante no tratamento do câncer de bexiga metastático. “Nestes pacientes, elas podem ser utilizadas como tratamento de primeira linha. A quimioterapia também é indicada em combinação à cirurgia, antes dela quando o câncer de bexiga tem alto risco de metástase (neoadjuvante) ou após a remoção total do tumor para eliminar células cancerosas que possam ter caído na corrente sanguínea (adjuvante)”, detalha. Já a radioterapia consiste em irradiar o órgão alvo com doses fracionadas. No caso do câncer de bexiga, a radioterapia é frequentemente combinada com a quimioterapia (quimioirradiação), o que a torna mais eficaz, principalmente em pacientes não candidatos à cirurgia de remoção completa do órgão.”

Mais informações sobre epidemiologia, prevenção, diagnóstico, fases da doença e tratamento estão disponíveis em https://www.iucr.com.br/cancer-bexiga.


Doenças vasculares: quais são as causas e como prevenir esse mal silencioso

No Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher, entenda como a terapia de compressão graduada auxilia na prevenção da dilatação de vasos sanguíneos
 

Celebrado no dia 28 de maio, o Dia Internacional da Luta pela Saúde da Mulher significa um importante momento de reflexão para se falar a respeito de doenças cardiovasculares que acometem as mulheres. Elas podem trazer grandes prejuízos ao longo da vida e, se não forem combatidas a tempo, levar à morte progressivamente ao incentivar AVCs (Acidente Vascular Cerebral) e outras complicações.  

Qualquer doença que altere e afete a integridade dos vasos sanguíneos pode ser entendida como uma doença vascular. Por consequência, elas fazem com que a circulação do sangue pelo corpo também seja afetada, sobretudo nos braços, pernas, pés e cabeça.  

Neste contexto as doenças vasculares representam um dos maiores riscos para as mulheres brasileiras. Números registrados pelo Governo Federal e dados apresentados pelo estudo Global Burden of Disease (GBD), de 2019, apontam as doenças crônicas vasculares como a primeira causa de morte no Brasil. Então, todo cuidado torna-se prioridade para esse enfrentamento. Essas informações mostram ainda que 40% dessas mulheres têm entre 35 e 65 anos, faixa etária em que ocorre o climatério, estando por isso, mais vulneráveis e com maior risco de adquirirem doenças cardiovasculares, uma extensão relevante das doenças do aparelho circulatório.  

Para evitar essas doenças, é importante conhecer os fatores de riscos. São eles: colesterol alto, pressão arterial alta, já ter tido outras doenças vasculares, diabetes, obesidade, avanço da idade, tabagismo, doença cardíaca e já ter passado por um derrame. 

No entanto, adotar um bom e sadio estilo de vida evita que muitos desses fatores apresentados acima se estabeleçam na vida das mulheres e lhes tragam complicações. 

O uso adequado das meias de compressão, por exemplo, é um importante recurso para prevenir a dilatação de vasos sanguíneos e com isso, dificultar o aparecimento de doenças vasculares como por exemplo as varizes e a trombose venosa profunda.  

Por isso é fundamental adotar hábitos saudáveis que protegem a mulher e a ajudam combater esses males.

 

Por uma vida melhor:

- Beba água: se hidratar é fundamental. Beba no mínimo dois litros de água por dia, pois além de eliminar as substâncias tóxicas através da urina, auxilia no metabolismo do corpo e ajuda na absorção dos nutrientes.

 - Utilize meias de compressão graduada: outra maneira de prevenir as doenças vasculares é usar meias de compressão graduada. A Sigvaris Group, possui amplo porftólio de meias e acessórios de compressão graduada que previnem e auxiliam na melhora do fluxo sanguíneo, contribuindo também no retorno venoso e diminuindo a retenção de líquidos nas pernas.

- Alimentação saudável: evite comer alimentos gordurosos e frituras, ter uma alimentação rica em legumes e verduras auxiliará neste processo.

- Praticar atividades físicas: se mexer é fundamental para prevenir a celulite, pois melhora o sistema circulatório e auxilia no processo de queima de reservas de gordura. Movimente-se!

- Drenagem linfática: além de auxiliar na eliminação do excesso de líquido no corpo, a drenagem também elimina as toxinas que se acumulam entre as células de gordura, fazendo com que o seu sistema linfático trabalhe melhor e diminuindo a aparência de celulite.

 

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Maio Roxo - A importância do diagnóstico precoce nas crianças

Embora mais comuns nos adultos, as doenças inflamatórias intestinais vêm aparecendo cada vez mais cedo e de forma mais grave em menores de cinco anos

 

Conhecido como mês da conscientização sobre as doenças inflamatórias intestinais, o Maio Roxo tem por objetivo alertar a sociedade sobre os sintomas para promover um diagnóstico mais rápido.

Conhecidas por acometerem principalmente os adultos, as doenças inflamatórias intestinais cada vez mais também os pequenos têm sofrido com este mal, que em sua fase inicial pode ser confundida com alergias alimentares. Ao mesmo tempo em que a doença cresce entre a 1ª infância e adolescência, o avanço do tratamento tem permitido não só a convivência com os sintomas, como também uma melhora da qualidade de vida e bem-estar.

De acordo com a Dra. Maria Paula Coelho, coordenadora do PATII- Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal do Sabará Hospital Infantil, um dos únicos do Brasil, “as crianças podem apresentar, entre outros, sintomas como dificuldade de alimentação, perda de peso, dores abdominais e sangue nas fezes” destaca a cirurgiã.

Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, as doenças inflamatórias intestinais podem surgir em qualquer idade, sendo que 5% das crianças menores de cinco anos já podem manifestar os sintomas. É importante que os pais reconheçam os sintomas e procurem o pediatra para investigação, diagnóstico e tratamento precoce.

Outra doença do trato digestivo muito importante, potencialmente grave, que acomete as crianças é a Enterocolite Necrosante (ECN), que se trata de um quadro inflamatório progressivo do trato gastrointestinal que pode levar a múltiplas cirurgias e internação prolongada. Suas causas ainda não são claras, mas está relacionada à maturidade do intestino e à circulação de oxigênio na região.

A Enterocolite Necrosante surge, geralmente, nas primeiras semanas de vida do bebê. “Logo após o início da alimentação enteral dos prematuros é possível obervar o comprometimento do intestino”, explica a Dra. Maria Paula. De acordo com o Instituto Pequenos Grandes Guerreiros, a Enterocolite Necrosante afeta cerca de 10% de prematuros e a taxa de mortalidade chega a 40%. O Instituto foi fundado em março de 2016 por Simone Rosito e tem o objetivo de oferecer assistência psicológica para famílias de bebês com Enterocolite Necrosante, disseminar informações sobre a doença e incentivar pesquisa. “A ECN é considerada pelo Ministério da Saúde como uma doença de óbito evitável, mas infelizmente, por conta do difícil diagnóstico e tratamento, os óbitos são frequentes e as sequelas também”, afirma Simone.

A Dra. Maria Paula Coelho explica que o tratamento para a ECN é variável à condição do paciente. “Pode ser desde um quadro leve, tratável com cuidados clínicos, até um quadro extremamente raro e grave, levando à perda de grande parte do intestino, já que é necessário fazer um procedimento cirúrgico para retirar as alças intestinais necrosadas, também conhecido por intestino curto.

Quando a criança tem uma Enterocolite leve, o tratamento é composto por alguns procedimentos terapêuticos como o estabelecimento de jejum, nutrição e líquidos administrados pela veia – chamada de nutrição parenteral – e, quando necessário, uso de antibiótico”.

“Poucos hospitais no Brasil têm essa expertise de trabalhar com crianças que necessitam de reabilitação intestinal. O fato de precisar de nutrição parenteral e, portanto, um cateter na veia, é um desafio, já que possuímos poucas veias calibrosas para a colocação de cateteres. É preciso tomar cuidado para evitar tromboses dessas veias e infecções relacionadas à manipulação dos acessos. Crianças com estas necessidades estão sob risco de eventos graves e específicos e, por esse motivo, são mais bem conduzidas por equipes especializadas neste tratamento, que visam impedi-los ou minimizá-los com o tratamento precoce e ajustado para cada caso,” explica Dra. Maria Paula. 

A Reabilitação Intestinal é o conjunto de cuidados especializados, clínicos e cirúrgicos, que têm o objetivo de promover adaptação intestinal ao paciente, resgatando a capacidade intestinal de digerir e absorver os nutrientes necessários. “A nossa meta como reabilitação intestinal é sempre desligar a nutrição parenteral ou minimizar ao máximo o seu uso. Deixamos a criança na nutrição parenteral enquanto ela vai crescendo e, em paralelo a isso, vamos estimulando seu intestino para que essa criança possa absorver cada vez melhor as dietas propostas”, afirma a especialista.

 

A alimentação é elemento essencial em casos de Reabilitação Intestinal

Crianças com quadros gastrointestinais complexos precisam de acompanhamento nutricional durante todo o tratamento. “As experiências com os alimentos que oferecemos às crianças durante a infância são as que elas levarão para a vida toda”. É desta forma que a nutricionista Ingridy de Melo, membro da equipe do PATII- Programa Avançado de Tratamento da Insuficiência Intestinal, define a importância do nutricionista na experiência das crianças internadas.

“A equipe especializada garante que a criança que se alimente por via oral ou uma via alternativa, como a sonda, tenha um desempenho e uma evolução adequadas do ponto de vista do seu estado nutricional. Os profissionais podem otimizar a terapia nutricional para que tenha uma melhora ou até mesmo a recuperação dos parâmetros nutricionais, como o desempenho de peso corporal, comprimento e massa muscular, e que a criança alcance esses números mesmo com doenças do trato digestivo”, explica a especialista.

No caso de crianças que não necessitam da nutrição parenteral, os nutricionistas precisam também cuidar do lado sensorial e lúdico da alimentação. “Para as crianças que ingerem a dieta por via oral e a aceitação muda devido ao quadro clínico ou por estar em um ambiente diferente do habitual, por exemplo, realizamos as adequações necessárias a partir de preferências e aversões dos pacientes, em um trabalho conjunto com os familiares para que as crianças mostrem maior aceitação”.

 

 Navegação de pacientes na Reabilitação Intestinal

Pioneira no Brasil, especialização em Navegação de Pacientes na pediatria traz mais acolhimento no atendimento a crianças com condições complexas como os da Reabilitação Intestinal.

O Enfermeiro Navegador é o elo entre a equipe médica, o paciente, a família e questões sociais e estruturais que existem em qualquer tratamento em uma instituição de saúde. “O profissional tem uma visão horizontal de todo o percurso do paciente dentro da Instituição, pois está em contato com ele e com todos os profissionais envolvidos no tratamento do início ao fim”, explica Gustavo Oliveira, Enfermeiro Navegador da Linha de Cuidado em Reabilitação Intestinal e Telemedicina no Sabará Hospital Infantil.

O trabalho do Enfermeiro Navegador começa com uma entrevista inicial, na qual a equipe determina as necessidades do paciente e as barreiras para o tratamento. “Neste atendimento também fazemos todas as orientações sobre o programa, alinhamos expectativas e fazemos o direcionamento para a equipe que realizará o atendimento. Uma vez identificadas as barreiras que podem dificultar o atendimento, criamos junto com a equipe multidisciplinar estratégias para facilitar a adesão ao tratamento. A partir deste primeiro contato, criamos um vínculo com a família, proporcionando um atendimento mais humanizado e individualizado”, completa Gustavo.

 

Conheça a história de Rebeca 

Foi o caso da pequena Rebeca Eloá Zanoni Barroso, hoje com sete meses, vinda do Espírito Santo. Rebeca nasceu prematura e começou a apresentar sangramento nas fezes, estômago distendido e vômito bilioso no 6º dia de vida, quando ainda estava na UTI. “Ficamos assustados: nossa bebê que nasceu prematura, no 4º dia tirou o suporte respiratório, no 6º dia apresentou quadro de Enterocolite e no 7º dia estava indo para sua primeira cirurgia”, conta a mãe Amanda Zanoni Muniz.

Rebeca passou por quatro cirurgias seguidas e os médicos chegaram a dizer para os pais que, por não terem um tratamento adequado, achavam difícil dela sobreviver. “foi muito duro ouvir os médicos dizerem que a família deveria vir se despedir dela”, lembra Amanda. Como os pais não sabiam nada sobre a doença, e os médicos também não davam nenhuma perspectiva, Amanda começou a pesquisar sobre o assunto, até que chegou a um grupo de mães que citou o Sabará como referência no tratamento de reabilitação intestinal.

“Fiz contato com a Dra. Maria Paula Coelho que começou a acompanhar a Rebeca ainda na UTI. Depois, decidi trazer minha filha para São Paulo e desde então, ela tem melhorado diariamente. Já teve ganho de peso, aumento da estatura e já iniciou a introdução alimentar. Estamos bastante felizes com o resultado”, diz Amanda.

 

Sabará Hospital Infantil


Distúrbio na tireoide acomete bilhões de pessoas no mundo

Uma em cada oito mulheres desenvolverá o problema durante a vida


Em 24 de maio iniciou a Semana Internacional de Conscientização da Tireoide, distúrbio que, segundo a pesquisa do instituto YouGov, acomete cerca de 1,6 bilhões de pessoas no mundo, sendo que boa parte não tem conhecimento sobre os seus efeitos. No Brasil, a estimativa é de que 15% da população acima de 45 anos sofra com problemas na tireoide, sendo que o hipotireoidismo acomete 3% da população masculina e 15% da feminina.

A glândula tireoide é um órgão que fica localizado na base do pescoço, em frente à traquéia e tem o formato muito similar a uma borboleta. Ela tem a função de controlar o nosso metabolismo, portanto desenvolve um papel fundamental na nossa saúde e bem-estar. Segundo a médica da família, diretora da Higia Clínic, Márcia Simões (CRM 33207PR), a tireoide é responsável por produzir os hormônios conhecidos como T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que atuam em muitas células do corpo. “A tireoide comanda muitas funções no nosso organismo, garantindo que ele trabalhe em harmonia sempre. Por isso uma disfunção nela é algo que precisa ser investigado com cuidado”, explica a médica.

Identificar um problema na tireoide pode não ser uma tarefa fácil, principalmente pela falta de informação da população e pela ausência de exames de TSH em grupos de risco. “Uma disfunção da tireoide pode acontecer por deficiência de nutrientes na alimentação, por stress, pelo processo gestacional, alterações auto-imunes, predisposição genética, dentre outros motivos, que podem gerar tanto um excesso de produção de hormônios, hipertiroidismo, como uma baixa produção, hipotiroidismo. Em ambos os casos é preciso atenção e cuidados”, reforça Márcia.

 

Hipertiroidismo ou hipotiroidismo?

Márcia explica que apesar de ambas situações serem caracterizadas por uma disfunção hormonal, os sintomas são opostos.  “O hipertireoidismo é muito mais raro, sendo causado por uma hiperatividade da tireoide, resultando em níveis elevados de hormônios e na aceleração das funções vitais do corpo, como batimento cardíaco, pressão arterial, nervosismo, ansiedade, dificuldade em dormir e perda de peso. Já o hipotiroidismo é caracterizado pelo cansaço, depressão, ganho de peso, ressecamento de pele e cabelo, unhas quebradiças e dores nas articulações”.

Em ambos os casos, as mulheres são mais acometidas, sendo que, segundo dados, uma em cada oito desenvolverá a doença, principalmente após os 35 anos e no período pós menopausa, o que requer muita atenção já que a disfunção pode causar problemas de fertilidade e abortos espontâneos.

 

Márcia Simões - médica da família, mentora, palestrante, empresária e diretora técnica da Higia Clinic, que atua em Curitiba priorizando a saúde como um estilo de vida para seus pacientes.


Anvisa aprova cemiplimabe para tratamento em 1ª linha de pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células avançado

 

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de aprovar Libtayo® (cemiplimabe), desenvolvido pela Sanofi Specialty Care, para o tratamento de primeira linha de adultos com câncer de pulmão de não pequenas células (CPCNP) localmente avançado ou metastático -- o tipo de tumor que mais mata no mundo[1].  

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 1,8 milhão de pessoas morreram em razão da doença no mundo em 2020[2]. Desses, 85% dos casos correspondem ao câncer de não pequenas células ¹. Esse tipo de câncer de pulmão tende a evoluir mais lentamente do que os outros, mas, devido aos poucos sintomas manifestados[3] na fase inicial, a maior parte dos pacientes recebe o diagnóstico com a doença já em estágio avançado e as vezes, presente em outros órgãos.  

O câncer de pulmão de não pequenas células é classificado em três subtipos básicos¹: adenocarcinoma, o mais comum, que se inicia nas células que revestem os alvéolos e ocorre principalmente em fumantes; o carcinoma espinocelular, que tem início nas células que revestem o interior das vias aéreas e que também é frequentemente ligado ao tabagismo; e o carcinoma de grandes células, que pode aparecer em qualquer parte do pulmão e costuma se disseminar mais rapidamente. 

A nova indicação de cemiplimabe é para pacientes que não apresentam mutações EFGR, ALK ou ROS1; que possuem expressão de PD-L1 em mais de 50% das células tumorais; e que apresentem doença localmente avançada não sendo candidatos à quimiorradiação definitiva ou doença metastática. Apesar de a medicina ter registrado grandes avanços em câncer de pulmão nos últimos anos, este tratamento vem como opção em pacientes ainda difíceis de tratar com altos níveis de expressão de PD-L1.  

Desde 2019, a molécula cemiplimabe está aprovada no Brasil para o tratamento de pacientes com carcinoma espinocelular de pele localmente avançado ou metastático que não sejam candidatos à cirurgia ou radioterapia. Em março de 2021, o medicamento também foi aprovado como a primeira imunoterapia destinada ao tratamento de pacientes com carcinoma basocelular (CBC) localmente avançado ou metastático previamente tratado com inibidor da via Hedgehog ou para os quais um inibidor da via Hedgehog não é adequado.

 

Estudos clínicos em CPCNP

A eficácia e segurança de cemiplimabe para o tratamento do câncer de pulmão de não pequenas células foram estabelecidas no estudo EMPOWER-Lung 1, um dos maiores ensaios para um inibidor de PD-1 em CPCNP avançado, que demonstrou melhora significativa na sobrevida global em comparação com a quimioterapia. 

EMPOWER-Lung 1 foi um estudo aberto, randomizado, multicêntrico de Fase 3, projetado para investigar Libtayo em monoterapia em comparação com a quimioterapia à base de dupla de platina como tratamento de primeira linha em pacientes com CPCNP avançado com expressão de PD-L1 em ​mais de 50% das células tumorais e sem mutações de EGFR, ALK ou ROS1. 

Em seu estudo de Fase 3, Libtayo demonstrou alto nível de eficácia em pacientes com CPCNP avançado. Notavelmente, o ensaio incluiu pacientes com diversas características de doença, incluindo aqueles com metástases cerebrais, histologia de células escamosas e doença localmente avançada inoperável e inelegível para quimiorradiação definitiva.

 

Sobre Libtayo® (cemiplimabe)

Libtayo® é um anticorpo monoclonal totalmente humano que impede a ligação da célula tumoral ao linfócito T (célula de defesa), restabelecendo, assim, a capacidade de defesa desse linfócito e, portanto, do sistema imune. O extenso programa clínico para Libtayo está focado em cânceres difíceis de tratar. Os atuais programas de desenvolvimento clínico incluem Libtayo em combinação com quimioterapia para NSCLC avançado, independentemente da expressão de PD-L1 e monoterapia com Libtayo para câncer cervical avançado. Libtayo® foi desenvolvido pela Sanofi em conjunto com a Regeneron, em um acordo global de colaboração

 


Sanofi

 

[1] Instituto Nacional de Câncer. Tipos de câncer: câncer de pulmão. Atualizado em 2021. Disponível em: Link.

[2] Global Cancer Observatory 2020: Lung Cancer fact sheet. International Association of Cancer Registries (IACR) - Organização Mundial da Saúde. Disponível em: Link

[3] Araujo et al. J Bras Pneumol. 2018;44(1):55-64


PREVENÇÃO AO GLAUCOMA

Produção de exames para o diagnóstico de doença que causa cegueira sobe em 2022 e supera nível pré-pandemia, aponta o CBO

 

Dados levantados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam retomada dos cuidados voltados ao diagnóstico do glaucoma, problema responsável pelo maior número de casos de cegueira evitável no Brasil e no mundo. Durante todo o mês de maio, a entidade tem impulsionado ações para reforçar a importância do diagnóstico e tratamento precoce da doença. 

Superada a emergência epidemiológica provocada pela covid-19, o Sistema Único de Saúde (SUS) começa a sentir os efeitos da retomada na rotina de consultas, exames e procedimentos oftalmológicos. Parte desse movimento resulta da necessidade de atender demandas represadas durante a pandemia. Um bom exemplo desse fenômeno foi apontado pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), que observou alta no número de exames voltados ao diagnóstico do glaucoma no primeiro trimestre de 2022. Os dados extraídos da base oficial do Datasus apontam um crescimento de 28% no volume de procedimentos, em comparação ao mesmo período de 2021. 

De acordo com os números analisados pelo CBO, no País, foram realizados 1.248.579 exames para identificar o glaucoma no primeiro trimestre de 2022. O número é maior que os registros realizados no mesmo período dos anos 2019, 2020 e 2021. Na avaliação dos especialistas do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, esse quadro sugere que a rede pública tem sido acionada para atender as demandas represadas nas fases mais críticas da pandemia, superando, inclusive, o desempenho registrado antes da chegada do SARS-CoV-2 ao Brasil. 

Doença -- O glaucoma é a principal causa de cegueira evitável no mundo. O problema surge em consequência do aumento da pressão intraocular e a perda da visão ocorre pela destruição gradativa do nervo óptico, estrutura que conduz as imagens da retina ao cérebro. Para o presidente do CBO, Cristiano Caixeta Umbelino, os exames para aferir a pressão intraocular devem estar na agenda de cuidados clínicos de os brasileiros. 

“O glaucoma é uma doença silenciosa e progressiva. Por isso, reforçamos a importância da realização precoce dos exames para o seu diagnóstico. Embora não tenha cura, o acompanhamento oftalmológico já nas fases iniciais pode garantir o seu controle e livrar o paciente de um quadro de cegueira permanente”, alerta o presidente do CBO. 

O Conselho Brasileiro de Oftalmologia avalia que haja cerca de 1,5 milhão de pessoas com glaucoma no Brasil. No entanto, lembra o presidente da entidade, existe um grande contingente de casos que não foram ainda diagnosticados. No mundo, estima-se que, em 2020, haviam 80 milhões de pessoas com glaucoma instalado. Uma projeção da Associação Internacional de Prevenção da Cegueira (IAPB, do nome em inglês) indica que o total de pacientes com essa doença chegará a 112 milhões até o ano de 2040, em todo o mundo.
 

Dados absolutos - No primeiro trimestre de 2019, antes da chegada do coronavírus, o banco de dados do SUS registrou um total de 990.124 exames relacionados à doença. Em 2020, no mesmo período, observava-se uma tendência de aumento nos cuidados relacionados ao glaucoma, com crescimento de 6,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. No entanto, ainda em março daquele ano, a crise sanitária no Brasil interrompeu a evolução positiva dos números e, em 2021, os registros apontam o pior desempenho para um primeiro semestre desde 2019.



Estados e regiões -- Ao analisar a distribuição geográfica dos exames para glaucoma realizados nos primeiros trimestres dos últimos quatro anos, é possível verificar que a melhora da cobertura em 2022 se estende a todas as regiões do País. Em números absolutos, com o melhor desempenho registrado no primeiro trimestre de 2022, o Sudeste contabilizou 562.699 exames, número 22% maior que o realizado no mesmo período do ano anterior (459.711).  

O segundo melhor desempenho dentre as regiões ocorreu no Nordeste, que somou 288.452 exames nos primeiros três meses deste ano, com aumento de 34% na produção. Em seguida, vieram o Sul, o Centro-Oeste e o Norte. Confira os detalhes desse ranking a seguir.


Já os estados que lideraram a produção ambulatorial no primeiro trimestre de 2022, em termos absolutos, foram São Paulo (377.114), Pernambuco (167.357) e Rio Grande do Sul (117.052). Em contrapartida, aqueles que obtiveram os desempenhos menos expressivos no mesmo período foram Mato Grosso (962), Roraima (1.006) e Distrito Federal (1.204). 

Todas as unidades federativas do País tiveram variação percentual positiva no comparativo entre os três primeiros meses de 2021 e 2022, com exceção do Distrito Federal (-22%), Amapá (-17%) e Rio Grande do Norte ( -13%), como mostra a tabela a seguir.


Registros - Dentre os procedimentos clínicos mais recorrentes para o diagnóstico e tratamento do glaucoma na rede pública, o mapeamento de retina ganha destaque, sendo o responsável por mais de 85.7% de todos os registros. No entanto, o exame que mais teve alta proporcional no comparativo entre 2021 e 2022 foi a tomografia de coerência óptica, com variação positiva de 88%. 

Na avaliação do CBO, o aumento na procura por cuidados relacionados ao glaucoma é fruto das ações de conscientização realizadas nos últimos anos. “A cada ano, inclusive durante a pandemia, dedicamos o mês de maio à intensificação de ações de conscientização acerca do glaucoma. Além de uma ameaça direta à visão, essa é uma doença silenciosa, por isso investimos em medidas educativas para que cada vez mais brasileiros possam entender a importância do diagnóstico e tratamento precoce desse problema”, alerta Cristiano Caixeta, presidente da entidade.
 

24h pelo Glaucoma -- A divulgação desses dados pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) ocorre pouco após a realização da campanha 24 Horas pelo Glaucoma, que essa entidade organizou em parceria com a Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), com foco no diagnóstico e no tratamento precoces dessa doença ocular. 

No último sábado (21), ocorreu o ponto alto da campanha, com a realização de uma maratona de atividades nas redes sociais da entidade. Nesta data, por meio do canal no Youtube do CBO, foram transmitidas reportagens em vídeo, entrevistas com especialistas e esclarecimentos sobre uso de medicamentos, realização de tratamentos e formas de acesso ao atendimento no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). 

O projeto contou com o engajamento solidário de várias personalidades da mídia, com o apoio de nomes como os dos cantores Almir Sater e Carlinhos Brown, dos atores Caco Ciocler e Tony Ramos, das atrizes Beth Goulart e Maria Clara Gueiros, e da empresária Luiza Helena Trajano. A campanha também recebeu o apoio de diversas entidades públicas e privadas ao redor do País, que iluminaram prédios, pontos turísticos e monumentos históricos em verde, como forma de alertar sobre os riscos da doença e a importância dos cuidados precoces.


Dia Mundial da Saúde Digestiva é em 29 de maio e gastrite é uma doença que se destaca nessa data
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No Dia Mundial da Saúde Digestiva, especialista dá detalhes sobre a doença, explicando desde suas causas até como evitá-la


A gastrite é uma inflamação nas paredes do estômago que traz consigo dores abdominais, sensação de estar empanturrado após as refeições e alterações de apetite e de peso. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a bactéria H.pylori, que causa a doença, atinge 50% das pessoas no mundo. No Brasil, o número é ainda maior, a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), estima que ela está presente em cerca de 70% da população. 

Neste domingo, 29 de maio, é considerado o Dia Mundial da Saúde Digestiva e a gastrite é um destaque na data. O gastroenterologista Renan Marangoni, que atende no centro clínico do Órion Complex, em Goiânia, explica que a doença pode ser causada por muitos fatores. “Uso de medicamentos, álcool, cafeína, drogas e mesmo por estresse físico ou emocional, além de fatores alimentares ou tabagismo. Há também causas infecciosas, entre as quais tem se tornado mais conhecida a H. Pylori, bactéria específica do estômago e associada à formação de úlceras”. 

O médico detalha que os sintomas mais frequentes são dor na região epigástrica (a boca do estômago), queimação, azia, enjôos (náuseas) e mesmo vômito, além disso pode acontecer a sensação de estar sempre cheio (plenitude gástrica). Contudo, é comum confusões. “Os sintomas podem ser confundidos com de outras doenças do aparelho digestivo, como refluxo ou mesmo pedras na vesícula biliar, pois a região compartilha dos mesmos nervos que causam sintomas de maneira semelhante. Há ainda casos em que pode-se confundir dor torácica e até mesmo do coração (infarto e angina) com as dores da gastrite”, afirma.

 

Tipos
A gastrite é classificada de acordo com a duração e o fator causador mais comum, podendo ser aguda, nervosa, alcalina, crônica, enantematosa e eosinofílica. “Pode ser aguda, associada a uma condição que começa de maneira rápida e desperta sintomas ou crônica, quando desenvolve-se ao longo do tempo. Pode ser causada por medicamentos, bebida alcoólica ou outras substâncias ingeridas, conhecida como gastrite reacional ou ainda ser secundária a estresse e fatores emocionais”, ressalta o especialista sobre as principais. 

Renan Marangoni salienta que a susceptibilidade à gastrite geralmente é associada aos hábitos alimentares e de vida. “Pode-se evitar a doença adotando-se hábitos saudáveis, consumindo vegetais, alimentos crus adequadamente higienizados e ter muita atenção a água consumida, para que não seja contaminada. Deve-se também evitar o consumo excessivo de cafeína, bebidas gaseificadas, refrigerantes, industrializados de maneira geral e condimentos”. 

Ele relata que a gastrite pode ser curada em muitos casos, mas é uma doença que pode voltar e explica como as pessoas podem se tratar. “Os tratamentos aplicam-se de acordo com a causa da doença. Por exemplo, na gastrite por H. Pylori há tratamento com antibióticos, ou nas relacionadas a medicamentos devem se suspender o uso dos remédios que causaram a doença e indicar outros para tratar o estômago”, detalha o gastroenterologista do Centro Órion de Especialidades.


Há muito de belo para se ver: cuidado com o glaucoma

Dia 26 de maio é Dia Nacional de Combate ao Glaucoma, uma doença oftalmológica que gera perda do campo visual e pode levar à cegueira. A condição, que provoca uma lesão no nervo óptico, atinge cerca de 64 milhões de pessoas entre 40 e 80 anos em todo o mundo – quase um milhão somente no Brasil. Atualmente é uma das principais causas de cegueira, ficando atrás somente da catarata. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), esse número global pode passar dos 110 milhões até 2040.  

É importante lembrar que, como muitas outras especialidades na saúde, a oftalmologia deve estar na lista de consultas periódicas para qualquer idade. O glaucoma é uma doença que ainda não tem cura, sendo o diagnóstico e o tratamento precoce essenciais para o paciente.    

Apesar de qualquer pessoa poder ser diagnosticada com glaucoma, estudos mostram que esta condição é mais comum em alguns recortes populacionais: em geral, pessoas pretas ou que sejam parentes de portadores de glaucoma, idosos, portadores de alta miopia, diabéticos e usuários crônicos de colírios com corticoides têm mais propensão à doença.    

Os sinais mais frequentes de glaucoma ocular são as manchas escuras no campo visual periférico: inicialmente, a visão da pessoa fica restrita ao centro do olhar e prejudicada nas laterais, como se ela estivesse olhando por um túnel – essas manchas são chamadas escotomas. Progressivas, à medida que a doença vai aumentando, essas manchas também crescem de tamanho, deteriorando ainda mais a visão. Outros sintomas frequentes e adjacentes à condição são olhos avermelhados e lacrimejantes, maior sensibilidade à luz, dor nos olhos e na cabeça.    

O grande risco do glaucoma são seus sintomas iniciais, silenciosos e imperceptíveis. Normalmente, quando o paciente desenvolve os sintomas, o glaucoma já está avançado, com cerca de 50% das células ganglionares já atrofiadas. O diagnóstico final é feito por meio de exames e os mais comuns são a campimetria e a tomografia de coerência óptica. O tratamento, definido caso a caso, tem como objetivo reduzir ou estabilizar a pressão intraocular. Na maioria das vezes, ele é bem simples e envolve a aplicação de colírios, melhorando expressivamente a qualidade de vida do paciente. Em casos mais avançados, o especialista responsável pode recomendar a aplicação de laser ou cirurgia.   

 O segredo é manter os cuidados de prevenção dos olhos: além de visitar periodicamente seu oftalmologista, não usar colírios sem prescrição médica. Depende de cada um cuidar da própria saúde e não deixar de lado o cuidado com os olhos. Há muitas belezas na vida para perdermos a chance de vê-las.   

 

Pedro Duraes - médico oftalmologista e professor do curso de Medicina da Universidade Santo Amaro – Unisa.  


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