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quinta-feira, 8 de junho de 2023

Amor e Saúde - Cuidados com a saúde também contribuem para manter o romance em sintonia

Dia dos Namorados chegando e nunca é demais lembrar que o autocuidado com a saúde bucal também é importante para o relacionamento e para a autoestima. E tudo começa pela higienização correta.    

A Cirurgiã-Dentista e membro da Comissão Temática de Halitose do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP), Dra. Luciana Sassa Marochio, e o Cirurgião-Dentista e membro da Câmara Técnica de Dentística do CROSP, Dr. Paulo Tomio Minami, compartilharam algumas orientações para manter a saúde bucal em dia e celebrar o amor sem receios.  

O primeiro ponto para a correta higienização bucal, segundo Dra. Luciana, é a escolha das escovas, pastas de dentes e fio dental associados à frequência da rotina e à técnica utilizada na escovação, que devem ser orientados pelo Cirurgião-Dentista. Porém, ela reforça que a realização depende das pessoas. “Gosto de dizer que a última higienização do dia (antes de dormir) precisa ser a mais detalhada e não pode faltar o fio dental e limpeza da língua. Na minha opinião, os enxaguatórios bucais comuns (não medicamento) são coadjuvantes no processo. Não adianta utilizar enxaguante e não limpar a língua e passar o fio dental! Principalmente para acordar no dia seguinte com o hálito apenas do “jejum noturno”, enfatiza.   

Dr. Paulo também indica a consulta ao Cirurgião-Dentista para a correta higienização. “A escolha do creme dental, por exemplo, deve ter a correta abrasividade e sensibilidade de acordo com cada caso. A escova, o uso de enxaguantes bucais sem álcool, de fios ou fitas dentais, escovas interdentais etc., e mesmo o ato de como escovar corretamente, todas essas orientações são importantes e com certeza o profissional poderá indicar a melhor opção”.  

O Cirurgião-Dentista acrescenta que alguns cuidados básicos são necessários para isto, começando hoje com os novos conceitos sobre estes cuidados, a hora que devemos e podemos realizar esta higienização.   

Dr. Paulo lembra, ainda, que a consulta periódica ao Cirurgião-Dentista, além de promover orientações, contribui para a prevenção e até mesmo para a detecção de várias doenças sistêmicas com manifestações na boca.  “Com um sorriso podemos mudar tudo e até mesmo transformar o mundo! Consulte um Cirurgião-Dentista. Cuide de você e cuide de quem você ama!”

 

Atenção especial à halitose 

Com relação à halitose (mau hálito), Dra. Luciana explica que são várias as orientações. De acordo com ela, a halitose está ligada a fatores como jejum prolongado e redução de saliva. “Sabemos que uma pessoa que fica em jejum prolongado tem alteração de hálito, assim como a pessoa que durante a noite produz pouca saliva. Essas alterações são consideradas fisiológicas, contudo, é importante lembrar que existem outras alterações de natureza patológica (relacionada com doenças), como por exemplo, a formação em excesso da saburra na língua ou aquele biofilme na língua (comunidades biológicas com um elevado grau de organização, onde as bactérias formam comunidades estruturadas)”.  

No caso da halitose de origem patológica, a Cirurgiã-Dentista informa que é necessário que o paciente tenha uma orientação direcionada para a higiene da língua. “Tem pessoas que realmente têm uma diminuição da produção de saliva, então, orientamos, se for o caso, a fazer o diagnóstico por meio de sialometria (testes para avaliação quantitativa da saliva)”.  

De acordo com Dra. Luciana, a higienização permite a diminuição dos odores que incomodam e também das doenças. “Acordar sem sentir gosto de sangue, sem ter gengivite ou periodontite, ou outros problemas é importante porque nos deixa felizes e prontos para estar com o outro ou até mesmo para buscar um relacionamento. Se sentir aceito pelo outro é importante, mas é fundamental nos amarmos e o autocuidado auxilia nesse sentido”.  

Ela destaca, ainda, que os cuidados bucais contribuem para a autoestima e para a segurança, inclusive para o relacionamento, já que a pessoa sente que pode se aproximar do outro com maior disposição. “É muito bom fazer uma boa higiene bucal durante a noite e acordar, talvez com uma simples alteração fisiológica no hálito, mas nada além disso”.  

Por fim, Dra. Luciana lembra que a halitose é multifatorial e que, portanto, não é apenas um enxaguatório que vai resolver o problema. “Não é apenas fazer uma restauração no dente ou remover uma cárie. É nteressante ser avaliado por um profissional para que ele possa determinar as mais de 60 causas que existem e em conjunto fazer um tratamento eficiente”.    

 

CROSP - Conselho Regional de Odontologia de São Paulo



Dormir é preciso! A importância do sono para a saúde e qualidade de vida

Importância do sono
Claudio_Scott por Pixabay
Associação Brasileira do Sono busca avançar no conhecimento do sono em toda sua multidisciplinariedade


A importância do sono para a saúde e qualidade de vida deve ser ainda mais valorizada nos dias atuais. Os especialistas da Associação Brasileira do Sono (ABS), com a Associação Brasileira de Odontologia do Sono (ABROS) e a Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABROS), buscam avançar no conhecimento do sono em toda sua multidisciplinariedade.  

Dormir bem é essencial e a qualidade do sono é um assunto cada vez mais estudado pela ciência. Porém, apesar de parecer algo simples, o estudo “Qualidade do sono na população geral brasileira: um estudo transversal”, publicado em 2022, e que envolveu membros da diretoria da Associação Brasileira do Sono (ABS) e da Associação Brasileira de Medicina do Sono (ABMS) - aponta que duas a cada três pessoas têm algum grau de comprometimento do sono, o que significa dizer que ele não é reparador como deveria e traz sensação de cansaço, dificuldade de concentração, irritabilidade e baixa produtividade.

O cardiologista Luciano Drager, presidente da ABS, explica que o não reconhecimento de distúrbios de sono, infelizmente, ainda é muito comum na nossa população. “Boa parte das pessoas permanece sem diagnóstico apropriado de vários distúrbios do sono. Inclusive, muitas vezes, as pessoas acham que roncar, por exemplo, é algo “normal”. E nós vemos as múltiplas consequências na qualidade de vida, no rendimento no dia seguinte, no desempenho, na memória, no trabalho, na educação”, afirma Dr. Luciano.

“Nosso propósito é conscientizar a população sobre a importância do sono, com temas totalmente voltados aos cuidados com o sono”, explica a Dra. Márcia Assis, vice-presidente da ABS.

 

Sociedade Brasileira do Sono

 

No Dia Nacional do Teste do Pezinho, famílias pedem celeridade na detecção de doenças raras

Entidades como o Universo Coletivo AME questionam há anos o Ministério da Saúde: doenças têm tratamento, mas carecem de diagnóstico precoce do SUS

 

Nesta terça-feira (06), foi celebrado o Dia Nacional do Teste do Pezinho, um dos exames mais tradicionais e importantes para a saúde dos recém-nascidos. O procedimento identifica seis doenças potencialmente nocivas à saúde das crianças, como fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito, fibrose cística, anemia falciforme, hiperplasia adrenal congênita e deficiência de biotinidase. Porém, o teste amplamente aplicado em território nacional segue não contemplando doenças raras, que interferem na qualidade e expectativa de vida das crianças e que preenchem os critérios de inclusão da triagem, uma vez que já possuem tratamento. É o que especialistas e associações de famílias que convivem em situações semelhantes debatem há muitos anos com autoridades governamentais. 

  

Uma das vitórias da sociedade em torno do tema aconteceu em 2021, quando foi sancionada a Lei nº 14.154, que amplia para mais de 50 o número de tipos de doenças raras detectadas pela triagem neonatal realizada pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Considerando a complexidade de incorporação das “novas” doenças, o Ministério da Saúde propôs um escalonamento em cinco fases de implementação. Apesar do desafio ser grande aos olhos do governo brasileiro, famílias de crianças com essas condições reclamam do pouquíssimo avanço desde a sanção.

 

Há quatro anos o Universo Coletivo AME procura dar apoio a famílias que convivem com a Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença que se não diagnosticada nos primeiros dias de vida, compromete o funcionamento do sistema nervoso central e dos músculos de forma acelerada. Além da rede de apoio, ela é uma das centenas de entidades que dialogam com o governo pedindo celeridade no cumprimento da Lei nº 14.154, que não estipula cronograma nem planejamento detalhado para o andamento das cinco etapas.

 

O último progresso a respeito do tema aconteceu em agosto do ano passado, durante audiência pública na Câmara dos Deputados na qual integrantes do Universo Coletivo AME, maior coalizão em prol da causa no país, conseguiram que a doença passasse da quinta e última etapa para a quarta. Porém, em termos práticos nada mudou, pois o Ministério da Saúde segue sem estabelecer um cronograma de implementação das fases. 


 

Desafios políticos e de investimento

 

Mudanças significativas nos últimos cinco anos fizeram com que a AME, considerada uma urgência pediátrica e maior fator genético de mortalidade infantil, enfim, preenchesse os critérios de inclusão na triagem neonatal. Com a incorporação de medicamentos promissores no SUS, cuja administração precoce pode mudar o curso da enfermidade, o que falta para incluir a AME no Teste do Pezinho?

 

Assim como a AME, outras doenças raras contempladas pela Lei nº 14.154 sofrem do mesmo paradigma: tratamento não significa acesso a um diagnóstico precoce na rede pública. Vontade política, investimento em equipamentos, treinamento de pessoal e centros de referência qualificados são alguns dos desafios atuais. Hoje, na maioria dos estados do país, só existe o Teste do Pezinho tradicional. “É um teste realizado através de análise bioquímica. Todos os centros de referência estão treinados e equipados para este determinado tipo de análise. No caso da AME, é necessária uma análise genética. Estamos falando de equipamentos totalmente diferentes, que são os sequenciadores de DNA. Mas não basta investir no equipamento; é preciso treinar pessoal para a sua correta utilização”, explica Salmo Raskin, médico especialista em genética e pediatria e diretor do Centro de Aconselhamento e Laboratório Genetika.

 

Além da análise genética, a AME necessita ainda da realização do teste confirmatório cujo padrão ouro hoje é o MLPA (Multiplex Ligation-dependent Probe Amplification).

 

Sendo o Brasil um país de dimensões continentais, a carência de centros de referência qualificados para receber os pacientes de diferentes doenças é um imenso gargalo, já que a triagem neonatal não é somente o Teste do Pezinho e sim um programa que vai desde a coleta do sangue até o encaminhamento e posterior tratamento destes pacientes. Soma-se a isso a escassez de geneticistas e neurologistas, desconhecimento e falta de alinhamento entre gestores públicos, burocracia regulatória e necessidade de repasse de verbas federais.

 

Na audiência pública de agosto de 2022, Tânia Bachega, presidente da Sociedade Brasileira de Triagem Neonatal e Erros Inatos do Metabolismo, apontou ainda outro desafio de ordem política: sendo a triagem tripartite, gestores com ampla rotatividade não têm a devida noção da sua importância.

 

 

Alternativas

 

No entanto, para o geneticista Salmo Raskin há alternativas capazes de transpor os atuais obstáculos. Tanto a análise genética e o teste confirmatório da AME podem ser realizados pelo mesmo papel filtro já fornecido pelo SUS para a triagem, na mesma amostra que é colhida. “Esta amostra poderia ser enviada pelo correio para um centro de referência que tenha um laboratório de genética. Poderíamos ter quatro ou cinco centros de referência, um em cada região do país, responsáveis por esta análise”, pondera o médico, exemplificando que a análise do Teste do Pezinho em Santa Catarina é hoje feita no Paraná.

 

“Os obstáculos existem, inclusive os logísticos, mas há meios para fazer as coisas acontecerem. O que falta, muitas vezes, é vontade política e investimento”, frisa Fátima Braga, mãe de Lucas, 21 anos, que tem AME I.

 

Fátima é uma das cinco mulheres à frente do Universo Coletivo AME. O grupo atua, sobretudo, em ações voltadas para políticas públicas, e sua principal bandeira tem sido a da inclusão da doença no programa de triagem.

 

Quando se fala em investimento, para Adriane Loper, também membro do Coletivo, a matemática feita pelo Ministério da Saúde é equivocada. Um estudo realizado na Austrália, com recém-nascidos diagnosticados através da triagem e devidamente tratados, constatou que diminuíram em sete vezes a evolução das comorbidades, ventilação e suporte para alimentação. “Essas terapias são custosas para o sistema de saúde, e crianças com AME necessitam de tratamentos multidisciplinares”, observa.


 

Quem tem AME tem pressa

 

O tempo é um fator crucial na evolução da AME, explica Salmo Raskin. “A criança que tem a doença já nasce com a perda de alguns neurônios motores e isso só vai progredindo, tendendo a impactos de difícil reversão. Portanto, quanto antes é realizado o diagnóstico, maiores são as chances de sucesso e qualidade de vida dos pacientes”, argumenta.

 

De acordo com dados do Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal (Iname), 46% dos bebês são diagnosticados após visitarem quatro ou mais profissionais de saúde. E apesar de um avanço significativo desde 2019, 45% dos bebês com AME ainda não são diagnosticados. Quando olhamos para os que possuem a forma mais severa da doença, a AME I, em mais da metade dos casos, a descoberta acontece somente depois dos seis meses de idade. “Já há comprovação científica da boa eficácia do tratamento iniciado em até seis meses, preferencialmente em um recém-nascido pré-sintomático”, destaca o geneticista.

 

O médico foi responsável por descobrir a doença em Fernando, filho de Adriane, em uma época em que não havia tratamentos capazes de deter a evolução da AME. Após passar 9 anos na UTI, o menino acabou falecendo. “Essas histórias não precisam se repetir. O que teremos diante da inclusão da AME no teste é a chance de transformar a vida de futuras gerações”, ressalta.

 

Sobre o Universo Coletivo AME

 

O Universo Coletivo AME é a maior coalizão no Brasil pela causa da Atrofia Muscular Espinhal (AME), doença genética rara que, se não diagnosticada nos primeiros dias de vida, compromete o funcionamento do sistema nervoso motor e dos músculos de forma acelerada. O país tem cerca de 300 novos casos por ano da doença, que é hoje a maior causa genética de mortalidade infantil. O Coletivo foi fundado em 2019 pela união de cinco instituições que atuam há mais de 20 anos em diferentes regiões do país e são lideradas por mães que vivenciam a AME no dia a dia: Donem (Associação de Doenças Neuromusculares), Instituto Viva Íris, Iname (Instituto Nacional da Atrofia Muscular Espinhal), Instituto Fernando e Abrame (Associação Brasileira de Amiotrofia Espinhal). O grupo atua no acolhimento, educação, conscientização e, principalmente, em ações voltadas para políticas públicas. Um dos objetivos é acelerar a cobertura da AME no Teste do Pezinho, visando o diagnóstico precoce e para garantir o acesso de todos os pacientes aos medicamentos disponíveis no SUS.

Site: https://universocoletivoame.com.br/


Estudo sugere que exercício físico resistido, como musculação, pode prevenir sintomas de Alzheimer

 

Experimentos com camundongos conduzidos por grupos
da Unifesp e da USP mostram que quatro semanas de treino
com pesos foram suficientes para reverter alterações comportamentais
e físicas características da doença (
Freepik

A prática de exercícios físicos resistidos, como musculação, é capaz de prevenir ou ao menos atrasar o aparecimento de sintomas de Alzheimer e funciona como uma terapia simples e acessível para pacientes com a doença. A conclusão foi publicada por pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e de São Paulo (USP) na revista Frontiers in Neuroscience.

Apesar de idosos e pacientes com demência dificilmente estarem aptos a realizar exercícios aeróbicos de alta intensidade, como corrida, essas atividades são o foco da maioria dos trabalhos científicos relacionados à doença de Alzheimer. A Organização Mundial de Saúde (OMS), por sua vez, recomenda o exercício resistido como melhor opção para a manutenção do equilíbrio e da postura e, consequentemente, a prevenção de quedas. O exercício resistido é caracterizado por contrações de músculos específicos contra uma resistência externa, sendo considerado uma estratégia essencial para aumentar a massa muscular, a força e a densidade óssea, bem como melhorar a composição corporal geral, a capacidade funcional e o equilíbrio. Além disso, ajuda a prevenir ou mitigar a sarcopenia (fraqueza muscular), facilitando o desempenho das tarefas do dia a dia.

Para observar os efeitos neuroprotetores dessa prática, pesquisadores dos departamentos de Fisiologia e Psicobiologia da Unifesp e de Bioquímica do Instituto de Química da USP (IQ-USP) conduziram experimentos com camundongos transgênicos que possuem uma mutação responsável pelo acúmulo de placas beta-amiloide no cérebro. Essas proteínas se agrupam no sistema nervoso central, comprometem a transmissão de sinapses e causam danos aos neurônios, sendo consideradas marcas típicas da doença de Alzheimer.

Durante o estudo, financiado pela FAPESP, os animais foram treinados para subir uma escada de 110 centímetros (cm) de altura, com inclinação de 80o e degraus separados por dois cm de distância. Uma carga progressiva de 75%, 90% e 100% de seu peso foi acoplada nas caudas. O exercício mimetiza o que pode ser feito em equipamentos utilizados em academias para esse propósito.

Ao fim do treinamento, que durou quatro semanas, amostras de sangue dos camundongos foram colhidas e os níveis de corticosterona (hormônio equivalente ao cortisol em humanos, cujo aumento está relacionado ao estresse e, consequentemente, a um risco maior de desenvolver a doença de Alzheimer), foram medidos. As análises mostraram que o teor desse hormônio nos roedores treinados foi normalizado, igualando-se ao do grupo-controle, composto por animais saudáveis (sem a mutação). A análise do cérebro revelou também diminuição na formação de placas beta-amiloide.

“Isso confirma que a atividade física pode reverter alterações neuropatológicas que causam os sintomas clínicos da doença”, diz o coautor do estudo Henrique Correia Campos.

“Observamos também o comportamento dos camundongos para avaliar sua ansiedade em campo aberto [os animais se movimentavam livremente em uma arena enquanto os cientistas mensuravam o número de vezes que cruzavam o centro] e vimos que o exercício resistido diminuiu a hiperlocomoção naqueles que tinham o fenótipo relacionado à doença de Alzheimer, igualando-a à do grupo-controle”, conta Deidiane Elisa Ribeiro, pesquisadora do Laboratório de Neurociências do IQ-USP, que divide a primeira autoria do artigo com Campos. Esse movimento é interpretado como a agitação característica de alguns pacientes com Alzheimer ou outro tipo de demência.

“O exercício físico resistido se confirma cada vez mais como estratégia efetiva para evitar o surgimento dos sintomas de Alzheimer esporádica [não associada a uma mutação herdada], que é multifatorial e pode estar relacionada ao envelhecimento, ou para retardá-los nos casos da forma familiar da doença”, resume Beatriz Monteiro Longo, professora de neurofisiologia da Unifesp e coordenadora do trabalho. “A principal possível razão para isso é sua ação anti-inflamatória.”


Revisão de estudos

O trabalho em modelo animal teve como base uma revisão de estudos publicada pelo mesmo grupo da Unifesp na Frontiers in Neuroscience, que fornece evidências clínicas de que exercícios físicos resistidos são de fato benéficos para minimizar o déficit nas funções cognitivas e comportamentais causado pela doença de Alzheimer e podem ser propostos como terapia alternativa acessível.

“Além do paciente, a doença de Alzheimer afeta também toda a família, especialmente se ela for de baixa renda”, diz Caroline Vieira Azevedo, autora do artigo de revisão. “Os dois trabalhos trazem informações que podem ser usadas para estimular a criação de políticas públicas. Imagine a redução de gastos ao se retardar em dez anos o aparecimento de sintomas em pacientes idosos.”

Também participaram da investigação pesquisadores das universidades Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e Federal de Ouro Preto (Ufop).

O artigo Neuroprotective effects of resistance physical exercise on the APP/PS1 mouse model of Alzheimer’s disease pode ser acessado em: www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnins.2023.1132825/full.

Já o estudo The effects of resistance exercise on cognitive function, amyloidogenesis, and neuroinflammation in Alzheimer’s disease está disponível em: www.frontiersin.org/articles/10.3389/fnins.2023.1131214/full.

 


Julia Moióli
Agência FAPESP
https://agencia.fapesp.br/estudo-sugere-que-exercicio-fisico-resistido-como-musculacao-pode-prevenir-sintomas-de-alzheimer/41591/


Aumento alarmante dos crimes cibernéticos no Brasil: desafios e soluções

Nos últimos anos, o Brasil tem sido alvo de um crescente número de crimes cibernéticos. Com o avanço tecnológico e a inclusão digital, os criminosos encontraram novas formas de praticar delitos e descobriram que os dados são ativos valiosos.

Atualmente, o Brasil enfrenta uma verdadeira epidemia de crimes cibernéticos, afetando cidadãos, empresas e até mesmo instituições governamentais. De acordo com relatórios recentes, somente em 2022, o país sofreu mais de 103 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos, representando um aumento de 16% em relação aos 88 bilhões do ano anterior.

Essa persistência dos fraudadores coloca o Brasil em segundo lugar na América Latina em termos de ataques virtuais. O país fica atrás apenas do México, que registrou um assustador número de 187 bilhões de tentativas de fraudes em ambientes digitais.


Os tipos de crimes cibernéticos mais comuns incluem:

Phishing e golpes financeiros: os criminosos utilizam e-mails falsos e páginas fraudulentas para obter informações pessoais, como senhas e dados bancários, com o intuito de roubar dinheiro das vítimas.

Ransomware: trata-se de um tipo de malware que criptografa os arquivos, bancos de dados e servidores da vítima, exigindo um resgate para liberá-los.

Ataques de negação de serviço (DDoS): os atacantes sobrecarregam um serviço ou site com tráfego excessivo, tornando-o inacessível.

Vazamento de dados: informações sensíveis de empresas e indivíduos são obtidas ilegalmente e posteriormente divulgadas.

Extorsão sexual online: os criminosos se aproveitam da vulnerabilidade das pessoas para obter imagens ou vídeos íntimos, usando-os para extorquir dinheiro ou praticar outras formas de violência.

Os crimes cibernéticos causam danos significativos tanto para as vítimas quanto para a sociedade como um todo. Além dos prejuízos financeiros, eles afetam a privacidade das pessoas, a confiança nas transações online e até mesmo a estabilidade econômica. Empresas são prejudicadas, dados sensíveis são expostos e a sensação de segurança digital é comprometida, afirma Wladimir Rodrigues, CISO da RPE empresa brasileira de tecnologia que oferece soluções em meios de pagamento para potencializar o mercado varejista.

Mas, segundo o especialista, para combater esses crimes, as autoridades brasileiras estão cientes da gravidade da situação e têm tomado medidas. Dentre as ações adotadas, destacam-se:

Investimento em tecnologia: aprimoramento dos sistemas de segurança e capacitação de profissionais para atuar na área de segurança cibernética.

Aprimoramento da legislação: atualização das leis para lidar especificamente com os crimes cibernéticos, permitindo uma ação mais efetiva das autoridades.

Criação de unidades especializadas: estabelecimento de delegacias e grupos de investigação especializados em crimes cibernéticos.

Conscientização e educação: realização de campanhas de conscientização para alertar a população sobre os riscos e práticas seguras na internet.

Os crimes cibernéticos representam uma ameaça real e crescente no Brasil, exigindo uma ação conjunta das autoridades, empresas e cidadãos. É fundamental investir em segurança cibernética, atualizar a legislação e conscientizar a população sobre a importância de proteger seus dados e estar atento aos perigos online. Somente por meio de esforços conjuntos será possível enfrentar essa crescente ameaça e garantir um ambiente digital menos vulnerável e confiável para todos os brasileiros, finaliza Wladimir.

 

Segurança e inovação na educação: 8 soluções digitais para instituições de ensino

Para instituições de ensino em todo o mundo, fornecer experiências e resultados de aprendizado é a principal prioridade. Quando se trata de atingir esse objetivo, as tecnologias digitais são poderosas aliadas, permitindo que esses locais ofereçam vivências de altamente imersivas tanto para os alunos que estudam localmente em salas de aula quanto para aqueles que estão em casa ou em outros locais remotos.  

De escolas a universidades, as instituições também estão desfrutando as vantagens da inovação para garantir que os alunos estejam sempre seguros nas unidades de ensino. As soluções educacionais baseadas em IA têm um papel fundamental a desempenhar nesse sentido, fornecendo alertas automatizados quando os estudantes estão em perigo e garantindo que apenas visitantes autorizados acessem as instituições.  

Tradicionalmente, os professores e outros funcionários são responsáveis por manter os alunos seguros simplesmente prestando atenção aos incidentes que acontecem ao redor. No entanto, é impossível para uma equipe relativamente pequena verificar constantemente centenas ou, às vezes, milhares de estudantes em grandes locais, com várias áreas internas e externas. 

Além disso, escolas, faculdades e universidades precisam assegurar que visitantes autorizados, como os pais dos alunos, possam acessar o campus de maneira rápida e fácil e garantir que estranhos nunca entrem em contato com os estudantes. Com soluções baseadas em IA, os alertas podem ser acionados em tempo real quando os jovens estiverem em uma situação perigosa ou se um visitante não autorizado tentar entrar no local. 

 

Assim, professores e outros membros da equipe podem fazer mais para ajudar. Conseguem reagir rapidamente no caso de um incidente ou acidente e podem fornecer o auxílio e o suporte que os alunos precisam o mais rápido possível para minimizar impactos negativos.  

Conheça os principais benefícios que as soluções digitais podem oferecer às instituições de educação, tanto no que se refere à aprendizagem como no aspecto da segurança. 

 

1 – Aprimoramento em sala de aula com as mais recentes tecnologias digitais 

Nas salas de aula convencionais, as ferramentas de ensino oferecem formatos limitados para escrita, ilustração e outros recursos, o que também torna o aprendizado muito desafiador para os alunos sentados na última fila ou para aqueles com dificuldades de aprendizagem. Além disso, os professores precisam de uma série de ferramentas para criar aulas, incluindo giz, marcadores, projetor, quadro-negro e assim por diante. Com a última geração de monitores digitais interativos em sala de aula, a experiência de ensino e aprendizagem torna-se mais eficiente e envolvente. Isso se baseia em experiências visuais muito superiores às lousas tradicionais; na capacidade de compartilhar materiais de ensino multimídia diretamente para os dispositivos dos alunos em tempo real; e nas tecnologias que protegem os olhos de professores e alunos com muito mais eficiência do que as telas tradicionais. 

 

2 – Aumento da inclusão educacional com base em novas oportunidades de aprendizado remoto 

Nem todos os jovens podem frequentar as aulas fisicamente, seja por doença, seja por deficiência. Em alguns países, inclusive, muitos vivem em áreas rurais sem escolas ou faculdades próximas. As soluções digitais mais recentes podem ajudar a acabar com a divisão educacional, permitindo que os alunos em casa ou em outros locais remotos acessem às aulas transmitidas das salas de aula da escola em tempo real ou às aulas que são gravadas e compartilhadas posteriormente. Quando possível, de acordo com os regulamentos locais, câmeras inteligentes podem ser instaladas para acompanhar os professores enquanto eles se movem e escrevem no visor interativo de tela plana. Isso favorece uma experiência de aprendizado remoto totalmente imersiva – tudo com excelente qualidade de som e vídeo. As melhores soluções desse tipo também oferecem suporte à integração perfeita com os principais aplicativos de videoconferência. Assim, os estudantes remotos participam das aulas de maneira rápida e fácil, onde quer que estejam. 

 

3 – Grandes oportunidades em várias salas de aula simultaneamente 

Em muitas escolas ou faculdades, os professores especializados podem não ter tempo para atender às demandas de toda a população estudantil. Nesses casos, é extremamente valioso transmitir as aulas – seja para outras turmas da mesma escola, seja para turmas em demais unidades de ensino. Essa abordagem de “sala de aula múltipla”, que se baseia em recursos de vídeo e áudio de excelentes qualidades e exibição digital, viabiliza novas oportunidades educacionais, oferecendo importantes mecanismos e experiências para muitos alunos em cidades ou salas de aula remotas. As melhores soluções desse tipo possibilitam que os estudantes de três salas (as primárias e até três “secundárias”) levantem as mãos e interajam com o professor para tirar dúvidas e maximizar o seu potencial de aprendizagem. 

 

4 – Melhores experiências interativas com vários monitores 

Tradicionalmente, professores e alunos usam quadros-negros ou papel para facilitar discussões em grupo, compartilhar opiniões ou fazer comentários e anotações em textos e diagramas. Hoje, no entanto, há uma tendência crescente de substituí-los por exibições interativas. As soluções de educação inteligente combinam isso com salas de aula com vários monitores para oferecerem ambientes de aprendizado muito flexíveis e dinâmicos. É possível apresentar a exibição principal ou dividir em grupos menores; também é possível facilitar o compartilhamento síncrono, comparações, demonstrações ao vivo e assim por diante. Ao vincular as câmeras que se concentram em áreas-chaves, trabalhando em conjunto com outras tecnologias de vídeo inteligentes, professores e alunos vivem a realidade de aulas totalmente interativas. 

 

5 – Alertas para a equipe da escola em tempo real no caso de violação de perímetro  

A última geração de soluções com tecnologia de IA envia alertas instantâneos se pessoas não autorizadas violarem o perímetro do campus. Com a capacidade de distinguir entre seres humanos e outros objetos em movimento, como animais, folhas caindo e chuva forte, esses tipos de soluções minimizam alarmes falsos e ajudam as equipes de segurança a se concentrarem e prevenirem incidentes de intrusão genuínos. 

 

6 – Acesso negado a visitantes não autorizados  

Com soluções de IA para educação, as instituições podem distinguir entre visitantes autorizados e não autorizados em escolas ou faculdades. Isso é obtido por meio de algoritmos inteligentes integrados que reconhecem pais de alunos e funcionários, por exemplo, e concedem a eles acesso imediato à instituição. Esses mesmos sistemas também negam a entrada de pessoas não reconhecidas, enviando alertas aos colaboradores em tempo real para permitir respostas rápidas e eficazes. Além disso, as soluções podem conceder aos visitantes acesso a determinadas áreas do campus por períodos específicos, ajudando ainda mais a aumentar a segurança dos alunos. 

 

7 – Alunos seguros no caminho para a escola  

Embora a segurança nas instituições de ensino seja fundamental, os pais também esperam que seus filhos estejam seguros no caminho para a escola. Isso requer soluções inteligentes a bordo dos ônibus escolares, assegurando que os alunos cheguem aonde devem e viajem para a escola sem incidentes e com segurança. Para conseguir isso, as soluções precisam reconhecer os alunos e possibilitar o embarque no ônibus no ponto designado até a unidade de ensino. 

8 – Compreensão das áreas populares do local 

Outro benefício para escolas, faculdades e universidades é que as soluções de vídeo inteligentes fornecem maior compreensão de quais áreas são populares entre os alunos em diferentes horários do dia. Os algoritmos de IA em câmeras inteligentes podem ajudar contando os alunos em espaços específicos, como salas de aula, corredores, lanchonetes ou academias. Os relatórios gerados permitem que as equipes de gerenciamento entendam quais partes da instituição são populares e quais não são. Podem ainda auxiliar a desenvolver as comunicações dos alunos ou até mesmo adaptar o local. Esses relatórios também são meios de garantir a conformidade com os protocolos de incêndio e evacuação e de minimizar o risco de ferimentos e outros associados à aglomeração em áreas pequenas. 

 

 Ramon Angelo Vieira - Gerente Vertical de Educação da Hikvision


Hikvision
https://www.hikvision.com/pt-br/


Conheça os três passos para entrar na onda tecnológica da Inteligência Artificial

 Barak Eilam, CEO da NICE, falou sobre a importância de se sintonizar com as inovações tecnológicas para alcançar a excelência do CX na abertura do Interactions 2023


“Criatividade é a inteligência se divertindo”, disse Barak Eilam, CEO da NICE, na abertura do Interactions 2023, grande evento de CX que a empresa realiza todos os anos. Após três edições online, a NICE reuniu mais de 2000 pessoas em um encontro presencial na cidade de Nova Iorque.

Sob o slogan de “CX and the city”, o Interactions começou com o discurso de Barak, que iniciou com uma alusão ao mundo do surf: “surfistas amadores esperam demais pela onda certa e acabam por não pegar onda nenhuma. Outros pegam a primeira onda, apressadamente, e acabam tomando um caldo. Já os surfistas profissionais esperam pela onda certa, nem antes, nem depois. Assim também as empresas precisam surfar nas ondas da tecnologia”.

O CEO relembrou toda a trajetória da tecnologia e emendou que o setor de Customer Experience ainda não se engajou como deveria na transformação digital. “A Inteligência Artificial é a nova onda! Ela está ganhando corações e mentes de diversas gerações. Com a IA, podemos capturar e analisar um número espantoso de interações. A NICE, por exemplo, por intermédio do CXone, realiza este processo com bilhões de interações por ano”.

O executivo pontuou que quem ainda não está sintonizado com as ondas da tecnologia para CX pode começar com os seguintes passos:

  1. Completar a mudança para nuvem: ao realizar esse passo, as empresas já percebem uma dramática aceleração em inovação;
  2. Começar a transformação digital: dessa forma, as companhias cumprem a promessa de um CX realmente focado no cliente;
  3. Pensar grande e evitar investimento em diversas soluções separadas: ter uma única plataforma que traz todas as aplicações necessárias e com escalabilidade, assim é possível crescer aos poucos, sem ter que lidar com verdadeiros “Frankensteins” no futuro.

Barak finalizou sua fala na abertura do Interactions comentando os progressos da NICE desde a sua fundação, na década de 80. “Estamos sempre do lado vencedor da inovação. Neste momento em que os investimentos em criação de tecnologia não são mais tão abundantes, é fundamental confiar a transformação digital em uma empresa como a NICE, que é altamente lucrativa, investe continuamente em inovação e continua a crescer e a contratar profissionais em todo o mundo”.


Nova cobrança da Netflix abre oportunidade para streamings Ad-Supported

Anúncio da gigante de streaming permite que serviços com base em anúncios ofereçam melhores condições aos consumidores


Na última semana a Netflix anunciou em diversos mercados que passaria a cobrar por compartilhamento de senhas. A novidade foi comunicada pela empresa de streaming e mobilizou os assinantes que discordaram da medida. Além da assinatura que varia entre R$ 18,90 e pode chegar a R$ 55,90, cada conta precisará pagar R$ 12,90 a mais por pessoa que utilize a mesma conta em outra residência. Dessa forma, os valores serão os mais caros praticados no Brasil. 

Uma pesquisa de 2022 realizada pelo Twitter no Brasil apontou que 82% das pessoas presentes na rede assistem ao conteúdo usando mais de um serviço de streaming. Ou seja, com a grande variedade de plataformas disponíveis, os consumidores estão investindo cada vez mais em conteúdo online.

Como análise de mercado, no entanto, observa-se que os consumidores priorizam cada vez mais as assinaturas de streaming econômicas e estão sendo seletivos na escolha de plataformas que oferecem o conteúdo de que gostam. Assim, o número de pessoas que navegam pelo catálogo em busca de algo para assistir está diminuindo.

Isso abre uma grande oportunidade para serviços de streaming com modelos projetados para serem mais acessíveis aos usuários. As plataformas Ad-Supported, que suportam seus custos exibindo anúncios, estão ganhando força como resultado. Os últimos meses fizeram com que grandes streamers, como a Netflix, apresentassem novos planos de usuário para reduzir os custos para os telespectadores. Essas empresas também se beneficiam de ter uma fonte adicional de receita com anúncios de marca.

"O mercado de streaming está ficando mais competitivo a cada anúncio de uma nova plataforma. A decisão da Netflix de cobrar uma taxa adicional de seus assinantes abre uma brecha para que outras empresas enfatizem que o compartilhamento de seu acesso é gratuito. O Prime Video, da Amazon, jogou até com compartilhamento de senha sendo gratuito nas redes sociais, zombando da nova decisão polarizadora do rival", comenta Gustavo Marra, presidente da TVCoins.



Plataformas suportadas por anúncios crescem à medida que os preços de streaming aumentam

Segundo pesquisa da maior plataforma independente de anúncios sell-side, a Magnite, 74% dos telespectadores brasileiros usam pelo menos uma plataforma de vídeo que apresenta campanhas publicitárias em sua programação. Serviços como Netflix e Globoplay já exibem anúncios, a americana Netflix oferece um plano básico com anúncios e a brasileira Globoplay exibe anúncios em seu conteúdo gratuito.

"O brasileiro já está acostumado a ver propagandas devido ao consumo da TV aberta, com intervalos comerciais ocupando grande parte da programação. Agora, com o crescimento do streaming suportado por anúncios, é uma adaptação natural mudar para o serviço que permite o melhor custo-benefício", acrescenta Gustavo Marra.

Os principais modelos de plataformas de streaming suportadas por anúncios são FAST, que significa Free Ad-Supported Streaming Television, que são canais programados que funcionam 24 horas por dia, 7 dias por semana e são aproximadamente análogos aos canais de transmissão tradicionais; e AVOD, ou Advertising-Based Video On Demand, que se refere a uma biblioteca de conteúdo que você pode assistir quando quiser. Netflix, HBO Max, Globoplay, Disney+ e similares não são nenhum dos dois, são considerados SVOD, Subscription Video On Demand, que libera o consumo de conteúdo por assinatura.

"Com a grande variedade de serviços de streaming disponíveis e o alto custo de assinatura de todas as plataformas, é hora de as plataformas Ad-Supported crescerem como uma alternativa para diminuir o impacto financeiro para o usuário final. Já que para muitos vale mais a pena consumir conteúdo com intervalos comerciais do que gastar mais dinheiro com assinaturas sem anúncios", enfatiza o presidente da TVCoins.


Dignidade e cidadania: iniciativas auxiliam no combate ao trabalho infantil em regiões de vulnerabilidade social

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ChildFund Brasil atua na raiz do problema e conduz iniciativas que abrangem desde a primeira infância até o fim da juventude

 

O dia 12 de junho é dedicado ao combate ao trabalho infantil em todo o mundo, reconhecido como uma das formas de exploração mais prejudiciais ao desenvolvimento pleno do ser humano. Segundo informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua), havia 1,8 milhão de crianças e adolescentes de cinco a 17 anos em situação de trabalho infantil no Brasil em 2019. O número corresponde a quase toda a população de países como Letônia ou Guiné Bissau e o problema, que possui alta complexidade, demanda um enfrentamento pautado no desenvolvimento social e na quebra do ciclo da pobreza.

Os efeitos do trabalho infantil deixam marcas que, muitas vezes, tornam-se irreversíveis e perduram até a vida adulta. Além de causar prejuízos físicos e psicológicos, o trabalho infantil influencia na queda do rendimento nos estudos e na evasão escolar, comprometendo o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes. Quanto mais cedo um indivíduo começa a trabalhar, menor será seu salário na fase adulta, o que perpetua a exclusão social.

A Convenção 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), ratificada pelo Brasil, assumiu o compromisso de adotar medidas imediatas e eficazes que garantam a proibição e a eliminação das piores formas de trabalho infantil em caráter de urgência. Dentre a lista das piores formas de trabalho infantil elaborada pelo país, destacam-se as seguintes áreas: agricultura, trabalho doméstico, produção e tráfico de drogas, informal urbano, trabalho infantil no lixo e com o lixo e exploração sexual de crianças e adolescentes.

Oferecer oportunidades de desenvolvimento para crianças e adolescentes é imprescindível para combater o trabalho infantil. O ChildFund Brasil atua em regiões de alta vulnerabilidade social, onde as famílias frequentemente colocam os filhos para trabalhar como forma de aumentar a renda. As ações da organização impactam positivamente na vida de mais de 110 mil pessoas, sendo que cerca de 60 mil são crianças e adolescentes. São quase 30 mil famílias alcançadas em sete estados do Brasil: Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo.  No nosso Relato de Sustentabilidade de 2015, em amostra com parceiros locais, ao analisar o indicador 'Taxa de retirada de trabalho infantil' (Fundação Telefônica), alcançamos o resultado em que 88% das crianças participantes dos nossos projetos eliminaram o risco de situação de trabalho infantil

Infância saudável e lúdica

O ChildFund Brasil desenvolve programas direcionados à primeira infância, à adolescência, à juventude e ao desenvolvimento local por meio de ações coletivas realizadas pelas famílias, combatendo o trabalho infantil de maneira indireta. Para que as crianças e os adolescentes participem das iniciativas, é necessário que estejam matriculados na escola, o que possibilita o acesso da família a uma renda, por meio dos benefícios sociais do governo.

“Nós desenvolvemos iniciativas estratégicas que abarcam desde a primeira infância até o início da vida adulta, a fim de contribuir para o combate ao trabalho infantil, que impede crianças e adolescentes de terem um futuro digno e com mais oportunidades. Nossos projetos proporcionam atividades permeadas pela ludicidade, pelo relacionamento familiar, pelo aprendizado intelectual, pelo exercício da cidadania e do pensamento crítico e pela qualificação para o mercado de trabalho, para que as famílias tenham melhores condições e crianças e adolescentes cresçam saudáveis e façam atividades alinhadas a sua faixa etária”, pontua Mauricio Cunha, diretor de País do ChildFund Brasil.

Os programas Brincando e Crescendo Feliz e Família Cuidadora contam com 7.166 participantes e buscam garantir uma primeira infância saudável e protegida, fortalecendo a participação de pais, mães e cuidadores na fase de crescimento infantil.  A primeira iniciativa contribui para o desenvolvimento integral das crianças por meio de atividades que estimulam o crescimento físico, intelectual e o relacionamento com pais, mães e responsáveis. Já a última, promove ações junto a pais, mães e cuidadores com o objetivo de fortalecer suas competências para o cuidado de crianças, adolescentes e jovens.

Protagonismo de crianças e adolescentes

Para a faixa etária situada entre sete e 14 anos, há os programas Adolescentes saudáveis e participativos, que realiza ações de fortalecimento da convivência familiar e comunitária a partir do protagonismo de crianças e adolescentes, e Habilidades para a vida, que estabelece ações para aprimorar o desenvolvimento pessoal, o pensamento crítico e a tomada de melhores decisões para as vidas dos adolescentes. As iniciativas contam com 23.036 participantes.

Com o intuito de colaborar para uma juventude participativa, capacitada e protagonista na sociedade, o ChildFund Brasil realiza os programas Identidade e participação cidadã, que contribui para a consolidação da identidade pessoal e coletiva dos jovens a fim de possibilitar o estreitamento de laços familiares e comunitários, e Qualificação pessoal e profissional, que oferece capacitação para a inclusão de jovens no mercado de trabalho. Ambos possuem 7.391 participantes.


Inclusão no mercado de trabalho e incidência política na juventude

Os jovens que possuem de 15 a 24 anos se envolvem em ações que reforçam a identidade pessoal e coletiva, a autoestima, os vínculos familiares e comunitários e qualificam para inclusão no mercado de trabalho e sociedade, além de fortalecer o núcleo familiar e a vida comunitária. No programa Sustentabilidade do Lar, há ações comunitárias para assegurar a segurança alimentar e nutricional dos jovens enquanto o Organizações Fortalecidas fortalece organizações parceiras para que possam gerar mudanças duradouras em suas comunidades. As iniciativas atendem 75.726 pessoas diretamente e indiretamente.

Além dessas iniciativas para a juventude, o ChildFund Brasil articula a REJUDES (Rede de Juventudes em Defesa dos seus Direitos Sociais), composta por jovens de várias regiões do país que participam de associações e comissões em níveis locais e estaduais, para fazerem incidência política e, assim,  lutarem por seus direitos.

 

Sobre o ChildFund Brasil

O ChildFund Brasil é uma organização que atua na promoção e defesa dos direitos da criança e do adolescente, para que  tenham seus direitos respeitados e alcancem o seu potencial. Atualmente, está presente em sete estados brasileiros (Bahia, Ceará, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Piauí e São Paulo). Para realizar esse trabalho que impacta positivamente na vida de mais de 110 mil pessoas, entre elas cerca de 60 mil crianças e adolescentes, a organização conta com a doação de pessoas físicas, por meio do programa de apadrinhamento de crianças e também de doações de empresas, institutos e fundações que apoiam os projetos desenvolvidos.

A fundação do ChildFund Brasil foi em 1966, e sua sede nacional se localiza em Belo Horizonte (MG). A organização faz parte de uma rede internacional associada ao ChildFund International, presente em 24 países e que gera impacto positivo na vida de 16,2 milhões de crianças e suas famílias. A organização foi eleita a melhor ONG de assistência social em 2022, e a melhor para Crianças e Adolescentes do país, por três anos (2018, 2019 e 2021), além de estar presente, também, entre as 100 melhores por seis anos consecutivos pelo Prêmio Melhores ONGs.  www.childfundbrasil.org.br


Especialista aponta os principais motivos que levam ao fechamento das empresas

Um dos principais fatores que contribuem para esse cenário é a falta clareza nos números


 O empreendedorismo é uma paixão arraigada no coração do brasileiro, de norte a sul do país. Pessoas motivadas pelo desejo de realizar seus sonhos e construir um futuro promissor abrem novas empresas a cada dia, porém muitos sonhos tornam-se pesadelos.

No entanto, apesar do entusiasmo e da disponibilidade de informações sem precedentes na era digital, a estatística permanece desafiadora: a cada cinco empresas que abrem no Brasil, apenas uma sobrevive. Por que isso ainda acontece em plena era da informação?

Dados do Mapa de Empresas, elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) em parceria com o Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), registraram a abertura de 3.838.063 novas empresas e o fechamento de 1.695.763 empreendimentos em 2022.

De acordo com a especialista em reestruturação financeira Dra. Kélen Abreu, há sete fatores que devem ser considerados ao iniciar uma atividade empresarial, sendo que o principal pode ser atribuído à falta de um planejamento adequado. Muitos empreendedores começam suas jornadas sem um plano de negócios sólido, que inclua análises de mercado, estratégias de marketing, projeções financeiras e gestão de riscos. "Sem uma estruturação apropriada, as empresas ficam vulneráveis a incertezas e dificuldades que podem levar ao fracasso: construir um negócio não é somente abrir um CNPJ", revela. 

Outro desafio, senão o principal, enfrentado pelos empreendedores é a questão financeira. Abrir e manter um negócio requer investimento, e muitas empresas não conseguem obter capital inicial adequado ou enfrentam problemas de má gestão dos recursos disponíveis. "Além disso, a obtenção de financiamento adicional pode ser um obstáculo para o crescimento sustentável do negócio, normalmente a partir de uma necessidade e não de uma oportunidade são abertas as maiorias das empresas no Brasil", aponta Kélen.

O salário deste novo empreendedor não virá no quinto  dia útil. Com muitas contas para pagar, sem reserva, ele começa a sacar do próprio negócio para sobreviver e a bola de neve começa aí porque ele está sem clientes, capital, dinheiro ou qualquer tipo de reserva para custear suas despesas. “O empréstimo bancário passa a ser uma opção, porém sem clareza nos números passa a viver não mais a corrida dos ratos mas rumo à corrida dos leões, pois agora as contas são maiores", diz a especialista.

A concorrência acirrada é um terceiro fator que impacta a sobrevivência das empresas. A era da informação proporcionou acesso facilitado a conhecimentos e recursos, o que resultou no surgimento de uma quantidade significativa de novas empresas em diversos setores. Embora tenha espaço para todos no mercado, essa competição intensa dificulta a diferenciação e a conquista de clientes, pois este empreendedor muitas vezes não tem nem tempo para focar nisso, pois muitas vezes está sozinho com tantas coisas para cuidar. Oferecer uma proposta de valor única e relevante é desafiador.

A falta de experiência e conhecimento específico do setor também desempenha um papel na taxa de mortalidade das empresas. "Muitos empreendedores têm ótimas ideias, mas podem não ter experiência suficiente na área em que desejam atuar e nas mais diversas que envolvem gerenciar um negócio. A falta de conhecimento sobre gestão empresarial, marketing, finanças e outras áreas críticas pode levar a decisões inadequadas e prejudicar o desempenho do negócio", revela a especialista.

No Brasil, as regulamentações complexas são obstáculos adicionais. Após a abertura do cnpj existem uma série de licenças, obrigações que pelo desconhecimento o empreendedor deixa de cumprir, correndo risco de multas.

Uma empresa precisa de clientes fiéis e lucro para sobreviver, não adianta ter um negócio que não tenha receita e que não se tenha lucro suficiente para justificar toda a dedicação do empreendedor. E estes dois pontos muitas vezes negligenciados levam ao fim do grande sonho, ou seja, não vender e vender sem ter lucro. Muitos podem até vender, mas quando vão fazer as contas efetivamente percebem que estão simplesmente trocando moedas. O ponto está em entender a estrutura de custos e despesas da empresa, nunca esquecendo dos impostos, que fazem parte do jogo.  “Infelizmente, muitas vezes tenho que dar a má notícia”, afirma  Kélen.

Não saber se o preço que está vendendo o produto justifica a estrutura e o lucro desejado, são riscos que se se mitigados no início evitariam muitos negócios de serem fechados, ou talvez nem fossem abertos.

Entretanto, se os empreendedores fossem avaliar tudo antes de abrir um negócio talvez não abrissem. “Procure alguém que possa confiar os números e acompanhá-los desde o início do negócio. Atualmente, sistemas de gestão financeira são de fácil acesso e profissionais como BPOs Financeiro também estão prontos para apoiar cada um na operação financeira e ter a certeza de dados confiáveis auxilia na tomada de qualquer decisão”, aponta a  especialista.

Embora a era da informação tenha proporcionado acesso a recursos e conhecimentos valiosos, esses fatores mencionados ainda representam desafios significativos para os empreendedores brasileiros. “ É importante focar em três pontos para crescer de forma segura e lucrativa em qualquer negócio,  o que denomino de PPT: Pessoas, Processos e Tecnologia”, finaliza. 



Dra. Kélen Abreu - especialista em Reestruturação Financeira e BPO Financeiro há mais de dez anos, também é mentora e referência em gestão de empresas. Realiza consultorias e treinamentos para formar BPOs Financeiros pelo Brasil. Com experiência no Brasil, Estados Unidos e em Angola focada em construir negócios lucrativos. Empreendedora serial, também coordena a equipe do Gerente Financeiro Online e Lucros Reais, empresas que prestam serviços de BPO Financeiro para diversas empresas de forma totalmente remota. É fundadora do Iuli, uma plataforma de gestão financeira que dá o poder da clareza e simplicidade nas finanças e veio para que a planilha financeira seja abandonada para gerenciar os negócios dando segurança e rastreabilidade nos dados.Tem como missão diminuir a mortalidade das empresas brasileiras através do compartilhamento de conhecimento sobre finanças, formação de mulheres, BPOs e ferramentas para auxiliar a vida do empreendedor. Além de ser doutora em educação, mestre em administração estratégica pela UDESC, especialista em BSC, mapeamento de processos e finanças, é também graduada em administração pela UFSC.
https://drakelenabreu.com.br/
@drakelenabreu

 

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