O diabético possui
uma rotina diária de controle de glicemia, contagem de carboidratos, atividade
física regular e alimentação equilibrada. Porém, nesta lista deveria também
constar – no caso de quem tem Diabetes tipo 1 - o rodízio dos locais de
aplicação da insulina e uso único de agulhas e seringas. Infelizmente, este mau
hábito causa a lipodistrofia, que muitos têm e nem sabem. A lipodistrofia
é caracterizada por complicações decorrentes de injeções de insulina aplicadas
sempre no mesmo local do corpo, em que aparecem nódulos e caroços na pele.
Embora séria, a lipodistrofia é muito
pouco conhecida e discutida. A recomendação da Anvisa e dos fabricantes é que o
uso da agulha seja o uso único, porém o insumo chega a ser usado pelos
pacientes de três a cinco aplicações por dia, seja por conveniência, economia,
falta de outra seringa ou agulha e, principalmente, falta de orientação
apropriada por parte dos profissionais de saúde. A Sociedade Brasileira
de Diabetes (SBD) concluiu recentemente, após estudo, em posicionamento oficial inédito, que a
reutilização de agulhas e seringas para insulina é prejudicial ao paciente e
não é uma prática recomendada.
“A lipodistrofia é
uma condição que compromete toda a eficácia do tratamento, pois mesmo com o
caroço na pele, o paciente continua aplicando a insulina naquele local, mas o
organismo não absorve mais o hormônio e é preciso aumentar a dose para atingir
o mesmo resultado” alerta o médico endocrinologista Márcio Krakauer. “Além de
gerar mais custos para o paciente, a agulha reaproveitada aumenta a dor no
local da aplicação, pois perde afiação e sofre alterações, com risco de quebra
e bloqueio do fluxo, por causa da cristalização da insulina”, complementa.
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