Todo mundo conhece alguém que vive um relacionamento infeliz, mas
não abre mão do(a) companheiro(a). Quando a pessoa é questionada, responde
simplesmente que ama o outro e não saberia viver sem ele(a). Mas, será que isso
é mesmo amor?
Para Carla Zeglio e Oswaldo M. Rodrigues Jr., psicólogos e
especialistas em casais e sexualidade, não. Quem se submete a um relacionamento
ruim confunde paixão com carência. “Geralmente são pessoas que idealizaram o
amor enquanto paixão e temem ficar sozinhas, e por isso não se gostam, tem
baixa autoestima. Elas não conseguem enxergar que o amor não requer viver em
punição, em sofrimento, que é pra gente ser feliz e trocar esse sentimento com
o outro”, conta Carla.
Uma diferença importante a se fazer sempre será a função deste
relacionamento. Algumas pessoas mantém relacionamentos ruins para evitar
mal-estares, inclusive o de ficar solitária.
E o grande perigo desta confusão ocorre justamente pela
“cegueira”. Oswaldo lembra que a carência não percebida ou não assumida é,
inclusive, um dos principais motivos pelos quais muitos indivíduos se submetem
a relacionamentos abusivos e têm dificuldade de sair do ciclo de agressões,
violência e humilhações que ocorrem neste tipo de relação. “Aqui a pessoa tenta
evitar algo qe considera pior do que o que está vivendo, diferente de viver
algo que traga a satisfação de necessidades, o bem estar, o amor!”
“Quem não ama a si próprio não consegue entender que pode ficar
bem na própria companhia e teme a solidão. Não admite que seu sentimento seja
carência e encontra desculpas para cada reação explosiva do(a) companheiro(a)”,
diz Oswaldo.
Por meio de psicoterapia é possível distinguir os sentimentos e
aumentar a autoestima, essa sensação de que gostamos de nós mesmos, como
resultado de nossas ações e interação nos relacionamentos. “É preciso aprender
a viver bem sozinho (a) para poder aprender a viver bem com o outro. Enquanto
isso não ocorrer, a pessoa vai trocando de relação sem nunca encontrar a
verdadeira felicidade e amor”, orienta Carla.
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