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domingo, 30 de novembro de 2025

Saiba como eliminar pulgas e carrapatos de casa

Apenas 5% das pulgas adultas ficam nos pets – o restante se reproduz e permanece no ambiente; parasitas podem trazer diversos riscos à saúde dos animais e seus tutores

 

Quem tem cachorro ou gato em casa com certeza já ouviu falar sobre a importância de manter os pets longe de pulgas e carrapatos. Mesmo aqueles que moram em locais de pouca incidência desses parasitas, como apartamentos, devem tomar alguns cuidados, já que o animal pode adquiri-los em um simples passeio na rua. Além de causar reação alérgica nos peludos, pulgas e carrapatos ainda podem trazer danos à saúde do animal e da família.

O controle dos parasitas costuma ser difícil devido ao seu ciclo de vida. A pulga, por exemplo, tem quatro estágios de desenvolvimento - ovo, larva, pupa e adulta -, sendo que apenas no último deles ela se instala no animal, o que costuma representar 5% dos parasitas presentes no ambiente. Nos outros estágios, as pulgas permanecem no local ao redor do pet, como casinha, tapetes e móveis da casa, tornando muitas vezes ineficazes tratamentos tópicos de curta duração.

Segundo Daniela Baccarin, médica veterinária e gerente de produtos da unidade Pet da MSD Saúde Animal, é importante que o controle dos parasitas seja feito de forma integrada com o ambiente, já que as pulgas adultas, por exemplo, conseguem botar cerca de 20 a 50 ovos por dia no local. “Por mais limpa que seja a casa ou o espaço em que o cachorro ou gato esteja acostumado a ficar, há grandes chances de haver ovos e larvas de pulgas e carrapatos, mesmo que eles tenham sido exterminados do animal. Isso faz com que em poucos dias o pet volte a sofrer com o problema”, afirma a especialista.

Por isso, o tratamento preventivo contínuo é a melhor alternativa. Quando o animal está protegido contra os parasitas – seja por medicamentos de longa duração ou coleiras -, as chances de trazê-los no corpo para dentro de casa ou pegá-los novamente é quase nula. “Para que seu animal se mantenha protegido, o ideal é incluir nos cuidados com a saúde do pet produtos de longa duração – alguns chegam a ter eficácia de três meses -, que evitem que as pulgas e carrapatos se desenvolvam no ambiente. Quando não conseguem se alimentar do animal, elas acabam morrendo com o tempo”, ressalta Daniela.

 

Prejuízos à saúde

Além da intensa coceira causada pela presença desses parasitas, pulgas e carrapatos também podem trazer danos à saúde do seu pet. Quando em grande quantidade, eles extraem muito sangue do animal, o que pode resultar em anemia. Além disso, os carrapatos podem transmitir uma série de doenças, como a Babesiose, Erliquiose, Febre Maculosa e Doença de Lyme, que também podem afetar humanos.

“Muitas pessoas imaginam que esses vetores são inofensivos, que só causam coceira e nada mais. Mas a verdade é que, devido ao seu longo ciclo de vida, podem permanecer no ambiente e causar prejuízos ao animal com o tempo”, reforça Daniela, que complementa “administrar medicamentos no pet somente quando ele é afetado por esses parasitas coloca em risco à saúde do animal e da família. Fique atento à administração periódica de produtos que preventivos”, finaliza.

Algumas medidas podem ajudar a identificar e eliminar pulgas e carrapatos do seu pet. Confira:

 

·         Fique atento caso o pet comece a se coçar com frequência. Orelhas, pescoço, patas e topo da cabeça são os locais preferidos para o alojamento de parasitas;

·         Ao identificar pulgas ou carrapatos, use produtos específicos para eliminação dos ovos e larvas no ambiente. Atenção aos locais onde o pet fica mais presente e ambientes com superfícies quentes, como tapetes e estofados;

·         Se for retirar manualmente algum carrapato do pet, use uma pinça e se certifique de o retirou por completo. Deixar pedaços do parasita no pet pode causar infecções na região;

·         Não esqueça de levar o pet ao veterinário após identificar os parasitas. Somente o especialista poderá indicar os exames adequados para avaliar se houve danos à saúde do animal;

·         Caso ainda não faça a administração de nenhum produto preventivo contra pulgas e carrapatos, opte por algum de longa duração, que dificulta a proliferação de novos ciclos de pulgas e carrapatos. 



MSD Saúde Animal
www.msd-saude-animal.com.br


Confira dicas para viajar com o seu pet


O médico veterinário da marca Max dá dicas para você viajar com o pet sem estresse!


Com a chegada da primavera-verão, as temperaturas aumentam e logo surge a vontade de organizar uma viagem para a família toda sair de casa e curtir os dias de sol. Embora o planejamento seja uma delícia, é essencial que algumas preocupações não sejam deixadas de lado, a fim de evitar qualquer imprevisto e acidentes. E estes cuidados devem ser redobrados se o seu animalzinho de estimação estiver incluso nos planos de viagem, pois existem várias decisões e medidas a serem tomadas para garantir total conforto e o mínimo estresse ao seu amiguinho.

No intuito de te ajudar nessa tarefa, o médico veterinário da marca Max, Marcello Machado, listou alguns cuidados essenciais antes de cair na estrada. Confira:


1.   Transporte de pets

O primeiro passo para planejar sua viagem com seu melhor amigo, é pensar em qual tipo de transporte irá usar e o que deve fazer para incluir animalzinho nessa viagem.

Para viajar de carro com seus pets, faça uma espécie de treinamento para a viagem, acostumando os bichinhos a andarem de carro. Algumas lições básicas de adestramento também podem ajudar a manter seu fofuxo tranquilo durante a viagem e distraí-lo. Além disso, com algumas técnicas ele poderá respeitar o local designado para ele e pedir para sair para um passeio em caso de necessidade.

Não se esqueça de levar os brinquedos que ele mais gosta e, principalmente, da segurança: cães devem usar cintos de segurança e os gatinhos precisam ser transportados em caixas apropriadas.

Cachorros grandes podem viajar no porta-malas, desde que tenham rede de produção. Jamais deixe-o sem estes cuidados. Além de você receber uma multa, o seu cão ainda corre perigo.


2.   Hospedagem

Busque hotéis ‘pet friendly’, ou seja, onde é permitida a entrada de animais de estimação. É importante entrar em contato antes para saber quais são as exigências, como por exemplo os atestados de vacinação e tratamento contra pulgas e carrapatos.


3.   Vacinação

Fique atento à carteirinha de vacinação do seu bichinho. Todas as doses devem estar em dia para que ele não corra riscos. É importante também buscar contatos de veterinários que atendam no lugar onde irá, assim, estará preparado caso ocorra algum imprevisto.

Não esqueça de levar o atestado de vacinação, os remédios que ele costuma tomar e os medicamentos para casos de emergência.


4.   Alimentação e água

Planeje paradas a cada duas ou três horas e tenha bastante água. Afinal, os cães sofrem mais com o calor do que nós e precisam ficar hidratados.

Leve também uma quantidade suficiente da ração que ele está acostumado a comer para os dias que ficarão longe de casa.

Seguindo estas dicas, o sucesso da sua viagem será garantido. Agora é só aproveitar e tirar várias fotos com o seu amigão!

 

Cuidados no Verão: 5 atenções especiais que devemos ter com os cães

As altas temperaturas os deixam mais dispostos e animados para brincadeiras e passeios, que também se tornam mais comuns com a melhora do clima


A principal causa de problemas relacionados ao calor é o aumento da temperatura, que pode causar queimaduras e deixá-los indispostos quando a variação for muito grande. Mas, além disso, outros fatores podem comprometer as férias e fazer com que os pets fiquem doentes.

1. Leve sempre algo para produzir sombra

Ao passear com um cão, é muito importante sempre levar algo que possa produzir sombra, como uma sombrinha ou guarda sol. Isso garante o conforto térmico para o animal, que pode se desidratar facilmente caso o sol, especialmente de horários mais quentes como o do meio dia, fique diretamente sobre ele.

2. Não deixe o cão sozinho no carro

Infelizmente, não é incomum recebermos as más notícias de mortes causadas dentro de automóveis, afirma o Dr. Cauê Toscano do Vet Quality Centro Veterinário 24h. As vítimas mais comuns são bebês e animais de estimação, que não conseguem sair do veículo e ficam completamente sem ar dentro deles, especialmente nas épocas mais quentes. Por isso, nada de deixá-los no carro, mesmo que por pouco tempo.

3. Utilize proteção solar

Poucas pessoas sabem, mas os animais de estimação também podem — e devem — utilizar filtros solares para proteger a pele contra os raios ultravioleta do sol. Esse é um dos cuidados no verão que, assim como nós, eles também precisam. Os pets estão suscetíveis a queimaduras solares e até mesmo a cânceres cutâneos, especialmente se possuírem uma pelagem clara. Por isso, converse com o seu veterinário para a prescrição de um produto de qualidade, incentiva Cauê.

4. Deixe água fresca sempre disponível

A desidratação é algo muito sério e que pode causar muitos danos ao organismo de qualquer ser vivo. No caso dos cães e da maioria dos mamíferos, ela ocorre com maior frequência em tempos mais quentes por conta da utilização da água para outros fins, como a transpiração. Nesse caso, a recomendação é deixar água fresca sempre à vontade para os pets.

5. Tenha um cuidado extra com as patinhas do cão

Passear com cães no verão é muito agradável, no entanto, é necessário perceber que, enquanto estamos calçados, eles estão com as suas almofadinhas diretamente no chão. O asfalto, por exemplo, fica extremamente quente e pode causar queimaduras sérias, especialmente entre às 10 e às 16 horas. Portanto, evite passeios nesses horários.

Com alguns poucos cuidados é possível garantir toda a diversão e segurança para os cães durante o verão. Basta prestar atenção a alguns detalhes e respeitar as características do animalzinho. Dessa forma, as férias podem ser aproveitadas por toda a família, sem que o pet seja deixado de lado.


Fogos de artifício: cinco fatores de medo para os animais domésticos e como evitá-los

Veterinário dá dicas de como evitar transtornos, já que o barulho pode estressar os bichinhos 

 

Com a proximidade das festas de fim de ano, os donos de animais de estimação ficam apreensivos com o estresse causado pelos fogos de artifício. O forte barulho é um grande causador de problemas para os animais, em particular nos cães que possuem a audição mais aguçada.

"Nos cães, a principal característica que notamos se dá pelo fato de que eles tendem a procurar o tutor constantemente, com o intuito de se proteger e minimizar o estresse repentino ocasionado. Os gatos, comumente eles somem de vista, desaparecem por um intervalo procurando abrigo seguro", explica Leandro Romano, coordenador do curso de Medicina Veterinária da Anhanguera de Campo Limpo.

O médico veterinário cita os cinco fatores de medo relacionados a fogos de artifício para os animais de estimação e dá dicas de como ajudar os melhores amigos:

1.Sons de Fogos de Artifícios são muito altos para o ouvido deles
Os cães e gatos possuem uma capacidade auditiva diferente do ser humano. É sabido que o ouvido canino e felino é capaz de perceber sons com frequência entre 10 Hz e 40.000 H, já o homem percebe sons na faixa de 10 Hz a 20.000 Hz. "O ideal é mantê-lo dentro de casa longe do barulho, idealmente em uma sala onde você pode ligar a música ou o ruído para abafar os sons surpreendentes", orienta o veterinário.

2. Fogos de artifício vem sem aviso
Alguns eventos que assustam cães vêm com avisos, como por exemplo chuvas e trovoadas ou uma visita ao Veterinário. Mas fogos de artifício interrompem uma noite agradável com estalos altos e aleatórios - e o pior, sem aviso prévio. "Do ponto de vista de um cachorro isso é extremamente estressante e desconfortável. Para evitar transtornos é recomendado preparar o cão, treinando, expondo-o aos sons de fogos de artifício gravados. Este treinamento, em geral, ajuda a manter a calma", recomenda Leandro.

3. Os fogos de artifício apresentam uma ameaça
Como fogos de artifício são barulhentos e inesperados, muitos cães os percebem como uma ameaça real, o que desencadeia sua resposta de fuga, diretamente relacionado aos fatores de medo. Cães e gatos se sentem ameaçados, fica acuados e em algumas situações podem tornarem-se agressivos. "Uma presença calma e reconfortante pode fazer toda a diferença para os nossos animais. Fique perto (sem superproteger) e certifique-se de que está relaxado, uma vez que ficar estressado ou ansioso não vai ajudar nossos cães, visto que fogos de artifício não são uma ameaça real para eles de qualquer maneira", diz o veterinário.

4. O cão sente-se preso
Atualmente muitos animais de estimação são criados como filhos, sendo esta uma característica cada vez mais marcante nos grandes centros. "Este fato se dá pela verticalização das cidades e o alto custo de vida que faz com que os cães e gatos passem a ficar mais tempo dentro de nossa residência (apartamento) o que gera, mais uma vez, um sentimento de superproteção. "Fogos de artifício acionam a resposta de luta e fuga em nossos animais, mas ele não consegue escapar da ameaça, sendo assim, seu medo e ansiedade continuarão - pelo menos enquanto os fogos continuarem. A melhor solução é remover o seu cão da situação antes do tempo. Se você tem amigos ou familiares que moram em áreas mais calmas, onde fogos de artifício são raros, ou em hotéis especializados para animais de estimação, deixe-o lá", explica Leandro.

5. O cão se sente vulnerável
"Se o seu cão sentir que os fogos de artifício são uma ameaça à sua segurança e não tem uma rota de fuga, ele naturalmente se sentirá vulnerável", diz o veterinário.

Ele ainda dá sete dicas de como lidar melhor durante esse período:

1. Prepare o seu cão para lidar com o ruído
2. Prepare um cantinho para seus cães se esconderem
3. Mantenha as janelas fechadas
4. Mantenha a calma
5. Fique perto do seu animal caso ele permita
6. Evite deixa-lo sozinho
7. Consulte um veterinário

 

Lar é onde eles estão: a família multiespécie em prática

A convivência entre humanos e pets vai além da amizade; é cuidado, pertencimento e afeto compartilhado. 

 

Falar de família sempre remete à afeto, pertencimento e cuidado. Mas, para a influencer Carol Mattar, a família vai muito além das fronteiras humanas, é também um espaço que acolhe patinhas e rabinhos abanando. 

Na sua página no Instagram ‘Os Paulistinhas’, Carol compartilha a rotina com os dois fox paulistinhas que chama de filhos, Dingo e Cacau, refletindo uma visão que vem ganhando cada vez mais força: a da família multiespécie. 

“Eu sempre digo que não são só meus mascotinhos, são meus filhos”, conta Carol. “A convivência diária me faz perceber que cada um tem personalidade própria, necessidades e sentimentos que merecem respeito. Eles fazem parte da minha vida em todos os momentos”. 

Esse conceito parte do princípio de que os animais que convivem conosco não são apenas companheiros ocasionais, mas membros legítimos do núcleo familiar. Na prática, significa que eles têm direito a afeto, cuidado e presença e, em algumas situações, até proteção legal. 

O Brasil tem visto essa realidade crescer de forma consistente. De acordo com uma pesquisa da Consumoteca de 2022, 67% dos brasileiros já enxergam seus animais como filhos. Outro levantamento do Instituto Pet Brasil aponta que 25% dos lares com gatos e 21% dos lares com cães pertencem a casais sem filhos biológicos, mostrando que muitas famílias optam pelos pets como principal forma de companhia. Além disso, o número de animais de estimação no país cresceu 65% em apenas dez anos. 

Recentemente, projetos de lei e decisões judiciais no Brasil começaram a reconhecer oficialmente essa ideia. Um exemplo é o Projeto de Lei 179/23, que regulamenta a família multiespécie como formada pelo núcleo familiar humano em convivência compartilhada com seus animais de estimação. A proposta prevê direitos inéditos, como a possibilidade de acesso à Justiça por parte dos pets, guarda compartilhada em casos de separação, pensão alimentícia e até a administração de patrimônio para garantir seu bem-estar. 

“É incrível ver que, aos poucos, a sociedade começa a compreender que amor e responsabilidade não têm espécie”, diz Carol. “Cada gesto de cuidado é também uma forma de ensinar empatia, paciência e compromisso com a vida”. 

Casos concretos já mostram essa mudança de paradigma. Em Minas Gerais, uma mulher recebeu direito a pensão alimentícia provisória para seu cachorro, que precisava de cuidados médicos contínuos, após a separação do casal. A decisão foi fundamentada no conceito de família multiespécie, reconhecendo o vínculo afetivo do animal como equivalente, em termos jurídicos, ao de um filho. 

Para Carol, essa visão legal e social não é apenas um respaldo formal, é a confirmação de algo que ela já vive no cotidiano. Criar Dingo e Cacau não é apenas sobre passeios ou brincadeiras. É sobre presença, atenção às personalidades individuais, respeito aos limites e dedicação integral, exatamente como qualquer filho humano. 

Carol é firme quando fala sobre a família multiespécie: “quando alguém me pergunta se trato eles como filhos, eu digo sem dúvida nenhuma: sim. E isso muda completamente a maneira como você olha para a vida e para os relacionamentos”.

 

Cinco plantas ideais para quem tem pets em casa

 

Ter plantas em casa é uma forma de se conectar com a natureza, melhorar a qualidade do ar e deixar o ambiente mais acolhedor. Para quem divide o apartamento com cães e gatos, no entanto, é essencial escolher espécies seguras. Plantas como o lírio, a espada-de-São-Jorge, a azaleia e a comigo-ninguém-pode são tóxicas e podem causar sérios problemas de saúde nos animais. 

Com a crescente valorização do bem-estar animal, cada vez mais tutores procuram apartamentos que acolham também seus pets. Levar esse cuidado para dentro de casa significa escolher plantas que deixem o ambiente bonito, saudável e livre de riscos. 

Pensando nisso, Sandra Nita, Arquiteta da Vila 11, referência brasileira em empreendimentos multifamily, indica cinco plantas não tóxicas que se adaptam bem a ambientes internos e ajudam a criar um espaço harmonioso para quem vive com seu melhor amigo.

 

  • Bromélia

Colorida e resistente, a bromélia é uma planta tropical que adiciona vitalidade sem oferecer riscos a cães e gatos. Prefere locais bem iluminados, mas sem sol direto, e deve ser regada de duas a três vezes por semana, mantendo o solo úmido sem encharcar.

 

  • Orquídea

Elegante e delicada, a orquídea adapta-se bem a apartamentos com boa luz indireta. Segura para os pets, pede regas leves a cada cinco a sete dias e aprecia ambientes ventilados.

 

  • Calathea

Com folhas estampadas e tons variados de verde e roxo, a calathea prospera em locais com pouca luz natural, sendo ideal para interiores. Gosta de solo levemente úmido e regas espaçadas, cerca de duas vezes por semana.

 

  • Peperômia

Compacta e de fácil cuidado, a peperômia é perfeita para prateleiras e mesas. Requer pouca água, apenas quando o substrato estiver seco e se desenvolve bem em locais com luz indireta.

 

  • Palmeira-ráfis

De porte médio e aparência elegante, a palmeira-ráfis é uma das preferidas de quem busca uma planta segura para pets. Tolera pouca luz, aprecia ambientes internos e precisa de rega moderada uma ou duas vezes por semana. 

Cuidar da casa e dos animais faz parte do estilo de vida de quem valoriza conforto, praticidade e consciência. Na Vila 11, esse cuidado vai além do apartamento, cada detalhe — das áreas privativas às áreas verdes — é pensado para que inquilinos e pets vivam em harmonia, com espaços que estimulam o lazer, o exercício e a convivência.


Gatos comunitários: pesquisa do CEUB mostra estratégias para manejo seguro e humanizado para felinos

Estudo mostra avanço populacional de gatos soltos em áreas urbanas e alerta para impactos na saúde pública, no meio ambiente e na convivência social

 

A superpopulação de felinos em áreas urbanas é um desafio sanitário e ambiental no Brasil. Estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que entre 10 e 30 milhões de cães e gatos vivem hoje em situação de rua no país, sendo de 2 a 7 milhões apenas de felinos. O problema cresce em ritmo acelerado, impulsionado pelo abandono e pela reprodução sem controle: uma única fêmea não castrada pode gerar até 5 mil descendentes em cinco anos. No Distrito Federal, o cenário se repete, especialmente em condomínios horizontais que convivem com um aumento constante de gatos ferais e comunitários circulando livremente. 

Foi diante desse quadro que os estudantes de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Brasília (CEUB), Maria Eduarda Boni, Eduarda Holanda, Flavia Baron, Michela Timo, David Gamarski e Julia de Medeiros, decidiram investigar a presença de felinos em condomínios do DF e analisar práticas eficientes de manejo populacional. Os autores alertam que o crescimento acelerado de gatos sem qualquer tipo de controle ou planejamento atinge não apenas os animais, mas também o equilíbrio ambiental e a convivência entre os moradores.  

A professora e orientadora da pesquisa, Francislete Melo, reforça o vínculo com o conceito de Saúde Única, que integra saúde humana, animal e ambiental. “Não existe saúde plena se qualquer uma dessas dimensões está desequilibrada. O gato comunitário faz parte do ecossistema urbano e precisa ser manejado de forma ética e responsável”, afirma ela, que atua na interface entre bem-estar animal, saúde pública e participação comunitária.

 

Condomínios como laboratório vivo

O foco da pesquisa foram os condomínios de Brasília, onde o grupo estabeleceu aproximação gradual com o Villages Alvorada e o Ouro Vermelho II. No Villages, moradores acolheram prontamente o projeto, compartilharam informações e participaram ativamente do processo. Já no Ouro Vermelho II, embora houvesse disposição em colaborar, predominou mais cautela quanto à divulgação de imagens e dados, receio motivado por possíveis críticas externas ou interpretações equivocadas das ações já em andamento. 

Para Francislete Melo, a reação é compreensível e frequente em estudos que envolvem animais comunitários. “As pessoas se sentem mais seguras quando percebem transparência, seriedade e respeito com os animais e com quem cuida deles. Entender essas sensibilidades foi parte importante do amadurecimento da equipe”, explica.

 

Manejo ético e impactos positivos

Em ambos os condomínios, a aplicação da metodologia de Captura, Castração e Soltura (CCS) apresentou resultados consistentes. O retorno dos animais ao território após a cirurgia reduziu o estresse, estabilizou a população e diminuiu comportamentos agressivos. “Com menos disputa por alimento e sem reprodução descontrolada, os gatos passaram a ter melhores condições de saúde. Moradores também relataram queda significativa em ruídos, brigas e marcação de território, o que favoreceu uma convivência mais tranquila”, relatam os estudantes. 

O engajamento comunitário se mostrou decisivo. No início, as ações eram conduzidas apenas por voluntários, que arcavam com os custos e realizavam desde a captura até o pós-operatório. Com os primeiros resultados, os próprios condomínios passaram a destinar recursos financeiros e contratar equipes especializadas, ampliando o alcance e a segurança do manejo. A postura mais reservada na divulgação permaneceu como estratégia de proteção do trabalho, para evitar interpretações distorcidas e garantir que a iniciativa fosse reconhecida como ética e ambientalmente responsável.

 

Políticas públicas e responsabilidade compartilhada

Os pesquisadores destacam que o manejo de populações felinas exige sensibilidade, técnica e participação social. Para a docente do CEUB, a continuidade das ações depende de políticas públicas permanentes de castração, programas de educação ambiental e promoção da guarda responsável. “Controlar populações de gatos comunitários é, ao mesmo tempo, proteger os animais, as pessoas e o ambiente. A experiência mostra que o manejo só se sustenta quando poder público, profissionais de saúde e comunidade atuam de forma integrada”, conclui Francislete Melo.


O que a reação dos tutores ao caso Braddock revela sobre a profundidade dos vínculos humano-animal

Especialista explica por que episódios extremos não definem um vínculo e como a convivência com pets envolve cooperação, adaptação e significado afetivo real

 

O caso envolvendo o influenciador Matheus Vandré, que perdeu parte do dedo mindinho do pé enquanto dormia e descobriu que o próprio cachorro, Braddock, havia mordido a região, ganhou repercussão nacional e levantou uma questão sensível: o que realmente define o vínculo entre pessoas e seus animais?

Para a psicoterapeuta e pesquisadora Renata Roma, da University of Saskatchewan (Canadá), especialista em interações humano-animal, entender essa situação exige separar instinto de intenção e olhar para a profundidade das relações afetivas com pets.


Instinto, e não violência

No episódio mais recente do seu podcast Mais que um Pet, Renata explica que o comportamento de Braddock não deve ser interpretado como agressão. “Os cães exploram o ambiente por meio da boca. Eles reagem a cheiros, texturas e estímulos que às vezes a gente nem percebe. Para o cão, aquilo não é violência intencional; é outra forma de interação com o mundo”, afirma.


Cooperação, não controle

Segundo ela, grande parte da confusão pública surge da visão equivocada de que relações com animais devem funcionar sob controle total. “Relações não são baseadas em controle. São baseadas em cooperação. Quando a gente ensina um cão a sentar, não é obediência cega, é criar uma linguagem comum, coordenar expectativas e ritmos. É uma conversa, não uma ordem”, explica.

Essa ideia de “hierarquia rígida”, afirma Renata, faz com que muitas pessoas defendam o rompimento imediato quando algo foge ao esperado.


Por que as pessoas ficam? Porque existe vínculo

Pesquisas mostram que 97% dos tutores consideram seus pets membros da família, número consistente em diversos países. “Isso não descreve fantasia, descreve cotidiano. Animais oferecem suporte emocional, reduzem o isolamento, organizam a rotina. Para muitas pessoas, eles ocupam um lugar equivalente ao de outros membros significativos da convivência”, diz Renata. 

Por isso, continuar com Braddock não é irracional: é coerente com uma história de convivência. “Esse vínculo não desaparece por causa de um acontecimento difícil. Certamente o tutor vai tomar medidas de prevenção e segurança. Isso é responsabilidade e responsabilidade não precisa ser punitiva”, afirma Renata.


Ser família também vale nos momentos difíceis

O caso, segundo a pesquisadora, expõe uma pergunta crucial: quando dizemos que o pet é família, isso vale sempre ou só quando tudo está bem? “Se ser família só vale quando está fácil, então não estamos falando de família, estamos falando de conveniência. Vínculos reais incluem desafios, frustrações, situações inesperadas. E, nesses momentos, a resposta raramente é simples ou punitiva”, destaca a psicóloga.

Renata reforça que vínculos verdadeiros se sustentam justamente na capacidade de reorganização, não de ruptura imediata. “Quando dizemos que o animal é mais que um pet, estamos dizendo que ele ocupa um lugar afetivo profundo. E é aí que entra a pergunta essencial: isso vale também quando dá errado?”, conclui ela. 



Renata Roma - psicoterapeuta e pesquisadora na University of Saskatchewan (Canadá), especialista na relação entre saúde emocional, infância e vínculos com animais. Ela desenvolve pesquisas há mais de 10 anos sobre os benefícios (e desafios) das interações entre humanos e animais.


Antimicrobianos na agropecuária: por que o futuro da produção animal depende de bem-estar e sustentabilidade

Divulgação
O debate sobre antimicrobianos na agropecuária se conecta de forma cada vez mais nítida à agenda ambiental e climática. Sistemas produtivos que dependem fortemente de insumos químicos e medicamentos tendem a ser mais vulneráveis, menos eficientes e mais poluentes. As discussões da COP30, encerrada em 22 de novembro, ofereceram uma oportunidade renovada de trazer o tema para o centro da agenda climática e trouxeram ênfase na defesa por transições justas e inclusivas, que levem a uma só saúde, considerando novas promessas de financiamento e propostas de mecanismos globais para restaurar terras degradadas.

Segundo alerta da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) os sistemas agroalimentares continuam recebendo apenas uma fração do financiamento climático necessário. No Brasil, o setor pecuário enfrenta pressão crescente para adotar modelos de baixa emissão, como pecuária regenerativa, maior eficiência alimentar e melhor monitoramento ambiental, além de avançar em sistemas agroflorestais e práticas que integrem saúde animal e adaptação climática.

Falar sobre sustentabilidade na pecuária é também falar sobre sanidade, bem-estar e uso responsável de antimicrobianos. A transição para sistemas mais saudáveis, baseados em prevenção e não em correção, está diretamente ligada à capacidade de adaptação da agropecuária às mudanças climáticas. A Semana Mundial de Conscientização sobre a Resistência Antimicrobiana também se encerrou recentemente, em 24 de novembro, e agora temos uma oportunidade de juntar as duas agendas para facilitar os avanços necessários na agropecuária brasileira.

O uso de antimicrobianos na produção animal tem se tornado um dos temas mais sensíveis e estratégicos da agropecuária moderna. O que antes era visto como ferramenta essencial para garantir produtividade e prevenir doenças, hoje é questionado por seus impactos na saúde pública, no meio ambiente, na imagem e até mesmo na resiliência do setor quando se pensa em resistência aos antimicrobianos. No Brasil, embora o tema tenha ganhado força nas políticas públicas e nas discussões setoriais, ainda há desafios importantes a serem superados para reduzir o uso excessivo e avançar na transparência dos dados.

A produção intensiva de suínos, aves e bovinos geralmente envolve alta densidade de animais e forte pressão sanitária, o que historicamente levou ao uso preventivo de antimicrobianos e, em alguns casos, ao emprego desses produtos como promotores de crescimento. Apesar dos avanços, muitas empresas ainda mantêm práticas profiláticas e poucas adotam planos de redução gradual. Paralelamente, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) vem ampliando o monitoramento e incentivando o uso racional, por meio de diretrizes e de sistemas como o AgroMonitora, que consolida dados nacionais sobre a comercialização de antimicrobianos veterinários.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) recomendam que antimicrobianos de importância crítica para a medicina humana não sejam usados em animais saudáveis. Países da União Europeia proibiram o uso como promotor de crescimento desde 2006, e o mercado internacional vem impondo restrições cada vez maiores. No Brasil, programas de exportação e grandes redes varejistas começam a exigir comprovação de práticas mais responsáveis. É um movimento que alia ciência, segurança e reputação.

Uma resposta promissora para essas questões vem de uma fonte muitas vezes subestimada – o bem-estar animal. A relação entre antimicrobianos e bem-estar é direta como animais criados em ambientes confortáveis, ventilados, com espaço adequado, enriquecimento ambiental, nutrição balanceada e manejo cuidadoso e que adoecem menos. Modelos produtivos com melhor bem-estar conseguem reduzir a dependência de insumos químicos e antimicrobianos, preservam os recursos naturais e se tornam mais resilientes, éticos e competitivos.

Por isso, promover o bem-estar animal não é apenas uma questão ética, mas também uma estratégia sanitária e econômica. A combinação de práticas de BEA, monitoramento comportamental e de saúde, biosseguridade adequada e protocolos eficazes de limpeza e desinfecção é complementar e essencial para reduzir o uso de antimicrobianos. Isso é especialmente relevante porque resíduos de antimicrobianos podem contaminar solos e corpos d’água, favorecendo o surgimento de bactérias multirresistentes – um dos maiores riscos à saúde global.

Para o Brasil, esse é um momento estratégico. Somos um dos maiores produtores e exportadores de proteína animal do mundo e, portanto, temos peso e responsabilidade na definição de padrões sustentáveis globais. Investir em bem-estar animal, biosseguridade e inovação para reduzir o uso de antimicrobianos não é apenas uma questão de conformidade regulatória, é uma aposta em reputação, acesso a mercados estratégicos e segurança alimentar de longo prazo.

O futuro da produção animal será medido não apenas pela quantidade que produzimos, mas pela forma como produzimos. Sistemas que colocam o bem-estar no centro e reduzem a dependência de antimicrobianos são mais alinhados às demandas do século 21: transparência, saúde, clima e ética. A COP30 pode e deve ser um ponto de virada nessa narrativa, consolidando o Brasil como líder na construção de uma agropecuária verdadeiramente sustentável – capaz de alimentar o mundo sem comprometer o futuro. Além disso, chegou a hora de o setor de proteína animal se unir para trabalhar de forma mais focada e estratégica a fim de acelerar os avanços em BEA, um propósito que levou à criação da Colaboração Brasileira de Bem-Estar Animal (COBEA) em 2024.

  

Elisa Tjarnstrom - diretora-executiva da Colaboração Brasileira de Bem-Estar Animal (COBEA)


Enriquecimento ambiental: veterinária explica como garantir que gatos

Alimentação adequada e ambiente atrativo formam dois importantes pilares da saúde integral dos felinos

 

A rotina dos gatos domésticos mudou, mas suas necessidades comportamentais continuam desafiando tutores e profissionais. Em apartamentos cada vez mais fechados, permitir que os felinos expressem seus comportamentos naturais como explorar, escalar, caçar e descansar em locais seguros, deixou de ser apenas entretenimento: tornou-se parte fundamental da saúde física e emocional dos gatos. 

Clínicas, bem como médicos-veterinários especializados em comportamento e medicina felina reforçam que compreender essas necessidades é essencial para promover qualidade de vida. A médica-veterinária de Guabi Natural, Mayara Andrade, explica que cuidar de um gato vai além da alimentação: é compreender sua natureza ativa e investigativa, que remete aos comportamentos típicos de seus ancestrais caçadores. Segundo ela, mesmo vivendo em ambiente doméstico, os gatos seguem buscando desafios, movimento e estímulos. “É fundamental conhecer e respeitar a natureza dos felinos para definir a melhor estratégia de manejo e alimentação, promovendo saúde, bem-estar e estímulos compatíveis com seus comportamentos naturais”, destaca. 

No Brasil, a população felina vem crescendo de forma consistente. Dados do IBGE já apontavam 22,1 milhões de gatos domiciliados em levantamentos anteriores, e estimativas mais recentes do setor indicam que esse número já supera 27 milhões de animais. Diante desse avanço, garantir que os gatos possam expressar seus instintos naturais, por meio de ambiente adequado, estímulos e rotina torna-se um fator essencial para uma vida mais longa, saudável e equilibrada. 

“Nutrição e enriquecimento ambiental caminham juntos. Assim como eles precisam de uma alimentação adequada para uma vida longa e saudável, o ambiente enriquecido alimenta a mente e desperta o instinto dos felinos”, explica Mayara. 

Veterinária destaca pilares para o bem-estar integral do gato: 

- Movimento e verticalização: prateleiras, tocas, arranhadores para as unhas, caixas de papelão e pontos de observação que estimulam o instinto de caça, fornecendo rotas de fuga e segurança; a rotina também deve incluir cuidados de higiene, como a escovação regular dos pelos, que contribui para o conforto, a saúde da pele e a prevenção de bolas de pelo; 

- Enriquecimento alimentar: comedouros lentos, dispensadores, brinquedos que transformam a hora da refeição em uma verdadeira “caçada”, estimulando o instinto e prolongando o gasto de energia bem como a inclusão de alimentos úmidos; 

- Estímulos sensoriais: sons, aromas (ervas seguras como catnip e difusores de ferormônio) e luz natural que ajudam a manter o equilíbrio emocional e reduzir o estresse e a monotonia; 

- Interação e vínculo: brincadeiras guiadas (com varinhas e penas ou brinquedos com pelúcia que simulem caça) e rotinas previsíveis fortalecem a confiança entre gato e tutor; 

- Ambiente funcional: cada área da casa deve respeitar a natureza do gato, garantindo que locais de alimentação, sono, brincadeira e caixa de areia (em locais tranquilos) estejam separados. 

Segundo Mayara Andrade, o enriquecimento ambiental deve ser entendido como um componente essencial da saúde preventiva dos gatos. Ele atua diretamente na redução do estresse, na estimulação mental contínua, na prevenção de comportamentos indesejados e no suporte à saúde física, já que incentiva movimento e gasto energético. Em conjunto com uma dieta equilibrada e acompanhamento veterinário, contribui para gatos mais ativos, saudáveis e longevos.

A veterinária destaca ainda que essas práticas precisam ser adaptadas ao longo da vida especialmente na fase sênior, quando estímulos mais suaves, acesso facilitado a áreas elevadas e atividades mentais direcionadas ajudam a manter a qualidade de vida, a cognição e o conforto dos gatos idosos.
 

“O bem-estar é um conceito amplo: começa no comedouro e se estende por todo o ambiente. Enquanto a alimentação adequada fornece energia e nutrientes essenciais, a gatificação oferece propósito, estímulo e saúde mental, completando o ciclo da saúde integral felina. Por isso, a orientação de um profissional especializado é fundamental para que tutor e veterinário definam juntos a melhor estratégia nutricional e de enriquecimento ambiental para cada gato”, destaca a médica-veterinária.


Guabi Natural


Esporotricose em SP: casos confirmados superam 1,7 mil em humanos no último ano, alertam autoridades

Doença é transmitida por gatos e está fora de controle no Brasil, com ocorrências registradas em todos os estados brasileiros

 

A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo e a Coordenadoria de Vigilância em Saúde (COVISA) de São Paulo registraram crescimento expressivo dos casos de esporotricose no estado. Em 2024, foram confirmados mais de 1.700 casos da doença em humanos, um indicativo da rápida disseminação desta zoonose. A doença já foi identificada em mais de 100 municípios paulistas, o que ressalta a necessidade de ações coordenadas de prevenção e controle.
 
A esporotricose é causada por fungos do gênero Sporothrix, que afetam principalmente gatos e que pode ser transmitida para humanos. A gravidade da situação em São Paulo é evidenciada pelo aumento no número de notificações. Em 2024, foram registrados 3.368 casos de gatos infectados, um crescimento de aproximadamente 380% em comparação aos casos notificados em 2020. Essa evolução demonstra que a doença está se consolidando como um importante problema de saúde pública e animal no estado.
 
A cidade de São Paulo, em particular, tem enfrentado desafios consideráveis. A COVISA publicou um mapa da doença por bairros, revelando as áreas mais afetadas. Entre as Unidades de Vigilância em Saúde (UVIs), Vila Maria e Vila Guilherme se destacam com 345 casos confirmados. No entanto, há presença da doença em todas as zonas da capital paulista.
 
Os gatos de rua são de difícil controle e disseminam de forma rápida a doença. “É um grave problema de saúde pública. Para se ter uma ideia, o fungo já se tropicalizou e gerou uma espécie 100% nacional, a Sporothrix brasiliensis, que é muito mais transmissível e já está se espalhando para fora do Brasil”, explica o professor titular de medicina-veterinária da UNIP, Carlos Brunner.
 
Brunner é um dos maiores especialistas no uso de pulsos elétricos no tratamento de doenças. Ele é precursor da eletroquimioterapia no Brasil e um dos fundadores da Akko Health Devices, desenvolvedora de soluções em tratamentos com eletroquimioterapia para medicina humana e medicina veterinária. Há quase duas décadas, ele estuda os efeitos da técnica no tratamento de diversas doenças, entre elas a esporotricose, e desenvolveu um equipamento inédito que está sendo usado em clínicas veterinárias e em Universidades, caso da PUC de Curitiba e da Fiocruz, no Rio de Janeiro.
 
“A esporotricose é infecciosa e agressiva. Os gatos são as principais vítimas e os potenciais transmissores. Ela causa lesões cutâneas que podem começar como pequenos caroços (nódulos) e evoluir para úlceras abertas e com secreção. Essas feridas não cicatrizam facilmente e costumam espalhar-se pelo corpo. O tratamento com antifúngico é demorado e muitas vezes não traz os resultados esperados”, explica Brunner.
 
A transmissão da esporotricose para humanos é feita por meio do contato com o animal infectado. Os arranhões são a principal porta de entrada. A lesão ocorre geralmente nas mãos, braços, rosto ou pernas e começa como um nódulo avermelhado e firme. Depois, evolui para uma ferida ulcerada, que pode drenar pus. Ela não causa dor, mas demora para cicatrizar. O problema é que a infecção se espalha pelos vasos linfáticos e quando encontra uma pessoa com o sistema imunológico comprometido (caso dos imunossuprimidos) ela pode atingir ossos, pulmões, olhos e até o sistema nervoso central, levando à morte.


 
Nova técnica de tratamento
 
O fungo da esporotricose ataca as células da pele, se reproduzindo no tecido e matando essas células. “O que fizemos foi desenvolver um equipamento capaz de criar mais poros na pele e por meio deles combater o fungo”, Explica Brunner. O equipamento Sporo Pulse, fabricado pela empresa brasileira Akko Health Devices, tem sido usado com sucesso no tratamento da doença.  
 
“Como não usamos medicação, as células da pele do gato permanecem vivas, porque os poros se formam e se fecham. Já a estrutura celular dos fungos é diferente, então os poros se formam e não se fecham mais, matando o fungo. Como trabalho com eletroporação há 18 anos pensei na possibilidade de provocar a formação dos poros irreversíveis nos fungos, devido suas características celulares. Ou seja, matando o fungo e preservando o tecido normal do gato”, explica o prof. Brunner.
 
A nova técnica está trazendo esperança para os animais e tutores já que exige menor número de manipulações do gato, menor custo, boa eficácia em animais resistentes à terapia convencional e redução do período de tratamento.
 
“O fato de termos animais não domiciliados ou que têm acesso à rua reforça a necessidade de um tratamento assertivo e rápido. Os gatos que são agressivos, que têm pouco contato com pessoas, os chamados “ferais”, teriam que ser medicados diariamente por meses, o que é praticamente inviável. Com essa técnica eles podem ser recolhidos, tratados com uma manipulação apenas, ao longo de 3 meses, e estariam 100% curados”, conclui Brunner.
 
A eutanásia não pode ser considerada uma solução para o controle da doença. Os gatos precisam ser tratados e não podem ser vistos como culpados pela epidemia que estamos vivendo.
 

 

Professor Carlos Brunner - Graduado em Medicina Veterinária pela Universidade de São Paulo USP, mestre em Clínica Médica e doutor em Anatomia dos Animais Domésticos e Selvagens pela USP. Professor titular na Universidade Paulista UNIP. Membro da diretoria da ABROVET. Membro da ISEBTT - The Internacional Society for Electroporation Based Thecnologies and Treatments. Pioneiro no uso clínico de etroquimioterapia no Brasil


Akko Health Devices


Displasia Coxofemoral: doença que afeta as articulações dos pets

O diagnóstico é realizado pela constatação dos sintomas, avaliação ortopédica e exame radiográfico específico das articulações


A crescente evolução da Medicina Veterinária vem abrindo espaço em diversos segmentos e diversas especialidades médicas existentes. Uma das patologias em ascensão é a ortopedia de pequenos animais, que hoje tem amplo acesso a diagnóstico e tratamentos inovadores, e de última geração, proporcionando melhor qualidade de vida aos pets. 

De acordo com o médico veterinário e professor de técnica cirúrgica e patologia cirúrgica de pequenos animais da Universidade UNIVERITAS/UNG, Renato Dalcin Segala, os problemas ortopédicos podem acontecer em pequenos animais, desde o nascimento até o fim da vida. "Uma doença que rotineiramente diagnostica é a Displasia Coxofemoral (DCF), enfermidade ortopédica de caráter hereditário, podendo raras vezes ser considerada adquirida, e que acomete em cães de pequeno e grande porte e gatos. Os cães de raças grande e gigante (Rottweiler, Pastor Alemão, Labrador, Golden Retriever, Cane Corso, Bernese, Fila Brasileiro, entre outras), são os mais afetados", explica. 


Displasia Coxofemoral: 

É caracterizada por uma incongruência e consequente instabilidade da articulação coxofemoral (articulação entre o osso fêmur e o quadril), que resulta em sintomatologia clínica, que pode variar de claudicação leve a impotência funcional dos membros pélvicos. Sintomas de dor e desconforto ao se levantar e transpor obstáculos são característicos da doença, e os sinais clínicos podem aparecer nas primeiras semanas ou meses de vida. A sintomatologia clínica do pet jovem é justificada pela frouxidão e instabilidade da articulação, resultando em quadro de dor e inflamação na superfície articular; já no adulto o quadro degenerativo e de osteoartrose que normalmente se desenvolve nessas articulações são os grandes responsáveis por esses sintomas. Alguns fatores como rápido crescimento e desenvolvimento, ganho de peso excessivo, perda de massa muscular, exercícios intensos quando filhotes e presença de piso liso no ambiente onde ficam são considerados predisponentes para uma evolução gradativa da doença. 


Diagnóstico: 

O exame radiográfico permite classificar a Displasia Coxofemoral em cinco categorias, de acordo com a mensuração do ângulo de Norberg, podendo ser caracterizada como: normal, próximo ao normal, grau de displasia leve, displasia moderada e displasia severa. O grau da doença pode evoluir, principalmente durante o desenvolvimento do paciente. Cães com grau de displasia moderado ou severo não estão aptos à reprodução. O diagnóstico precoce e o acompanhamento radiográfico da articulação acometida são fundamentais para a decisão do tratamento e tentativa de controlar a evolução da doença. 


Tratamento:

Pode ser conservativo, com administração de analgésicos, anti-inflamatórios, tratamento específico, redução de peso, e substituição do piso onde o pet habita. Também deve restringir exercícios que sobrecarreguem as articulações coxofemorais, como transpor obstáculos, carregar peso, subir escadas, puxar pessoas em bicicletas e/ou skates. Ainda fazem parte do tratamento conservativo à realização do tratamento fisioterápico e acupuntura, que colaboram muito para a analgesia e ganho de massa muscular. O tratamento conservativo costuma reduzir grande parte da sintomatologia clínica dos pacientes, permitindo melhor qualidade de vida e condição clínica próxima do normal. 

"Um dos fatores muito discutido nas consultas é como evitar a permanência desses pacientes no piso liso, pois muitos tutores se deparam com situações onde não possuem espaço com piso rústico em suas residências. Uma saída para esse desafio é colocar tapes ou "passadeiras" de borracha no espaço onde o pet permanece a maior parte do tempo ou recobrir o espaço com placas de "EVA", assim não necessitando trocar o piso liso por um rústico, ou trocar de residência como muitos optam em fazer", finaliza o professor. 

Quando o tratamento conservativo não é o suficiente para fornecer qualidade de vida a estes pacientes, pode-se optar pelo tratamento cirúrgico que varia entre técnicas que visam somente o controle da dor articular, até a substituição completa da articulação do quadril por prótese total da cabeça, colo femoral e acetábulo. Algumas técnicas cirúrgicas só apresentam bons resultados quando instituídas em pacientes jovens, ainda na fase de desenvolvimento, justificando a importância de um diagnóstico precoce.

 

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