Ao longo dos séculos, a Sexta-feira 13 tornou-se uma das datas mais envoltas em mistério e superstição no imaginário popular. Histórias de azar, lendas urbanas e crenças infundadas associaram esse dia a presságios negativos. No entanto, para as tradições antigas, especialmente as ligadas ao Sagrado Feminino e à espiritualidade ancestral, a Sexta-feira 13 carrega significados sagrados e representa uma oportunidade poderosa de conexão espiritual, proteção e renascimento energético.
Para a bruxa e escritora Tânia Gori,
sacerdotisa e fundadora da Casa de Bruxa, é fundamental resgatar o verdadeiro
sentido desta data, afastando os mitos que a cercam e valorizando seu potencial
simbólico. “A Sexta-feira 13 é um portal energético que favorece a
introspecção, o autoconhecimento e a libertação de padrões que não nos servem
mais. Não há nada de sombrio ou perigoso nesse dia. Ao contrário: é um momento
de profundo poder pessoal e espiritual”, explica.
O verdadeiro significado do número 13
Na Antiguidade, o número 13 era considerado sagrado por
representar os ciclos da natureza e da vida. São 13 ciclos
lunares em um ano, e para muitas culturas ligadas ao culto da
Deusa, esse número simbolizava o poder feminino, a fertilidade, a renovação e
os mistérios da vida e da morte. Somente a partir da Idade Média, com a
ascensão de sistemas patriarcais e o declínio dos cultos antigos, o número 13
passou a ser associado a azar e infortúnio.
Por que a sexta-feira?
A sexta-feira, por sua vez, era o dia dedicado a Vênus e
Freya, divindades ligadas ao amor, à beleza, à sexualidade e à
magia. Essa associação tornava a sexta-feira um dia de celebração da vida e dos
afetos. Quando o número 13 e a sexta-feira se encontram, o resultado é uma data
potencialmente poderosa para práticas de espiritualidade, proteção e libertação
de antigas amarras.
Superstições e preconceitos
Entre as superstições associadas à Sexta-feira 13, uma das
mais conhecidas é a ideia de que cruzar o caminho de um gato preto
traria azar. Para Tânia Gori, esse tipo de crença é fruto de séculos de
desinformação e perseguição às antigas tradições. “Os gatos, especialmente os
pretos, foram injustamente perseguidos na Idade Média por estarem associados às
bruxas e ao sagrado feminino. Na verdade, os gatos sempre foram símbolos de
proteção, intuição e conexão com os mundos sutis. Nenhum animal carrega mal
algum, são criaturas sagradas, e os gatos pretos, em especial, merecem respeito
e cuidado”, afirma.
Um convite ao autoconhecimento e à libertação
A Sexta-feira 13 também é vista, dentro da tradição da Casa de Bruxa, como um dia propício para realizar rituais de proteção, banimento de energias negativas e Queima de Karma, prática que visa liberar padrões repetitivos e laços emocionais ou espirituais que limitam o crescimento pessoal. É um momento ideal para banhos de ervas, meditações, acender velas de proteção e mentalizar novos caminhos.
“A energia desta data favorece a tomada de consciência e o desapego daquilo que impede o florescimento pessoal. Mais do que superstição, a Sexta-feira 13 pode se tornar um importante exercício de autoconhecimento e reconexão com nossa força interior”, conclui Tânia.
Tânia Gori - bruxa, escritora, sacerdotisa e fundadora da Casa de Bruxa, um dos mais reconhecidos espaços de estudos esotéricos e práticas mágicas do Brasil. Autora de livros sobre espiritualidade, magia natural e cultura ancestral, Tânia dedica-se há mais de três décadas ao resgate de saberes antigos e à formação de novas gerações de bruxas e estudiosos do sagrado feminino.

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