Com a taxa no atual patamar, fundos de pensão devem continuar investindo mais fortemente em renda fixa, mas o mercado estará atento às indicações da próxima ata da entidade
A decisão do
Comitê de Política Monetária (Copom) de elevar a Selic para 15% ao ano indica
um grau a mais no nível de austeridade do Banco Central, que já vem aumentando
os juros desde setembro do ano passado, e um recado de que vai continuar
perseguindo com ainda mais afinco a meta de inflação, avalia Ricardo Serone,
Diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência.
Segundo Serone,
a desaceleração da inflação em maio, bem como as expectativas do mercado para o
Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que também vêm recuando,
aliado ao dólar mais fraco, ainda não foram suficientes para levar
tranquilidade à autoridade monetária. “A inflação está resiliente, acima do
teto da meta, o que deve manter os juros em patamar elevado por mais tempo”,
acredita.
Colaboram para
este cenário, diz o executivo, as incertezas em relação ao equilíbrio fiscal,
além da atividade econômica e mercado de trabalho aquecidos. “A perspectiva é
que a taxa comece a cair somente a partir de 2026”, ele afirma.
Em maio, a
inflação medida pelo IPCA desacelerou ante abril, para aumento de 0,26%. Mas,
em 2025, acumula alta de 2,75% e, nos últimos 12 meses até maio, subiu 5,32%,
bem acima da meta de 3% perseguida pelo Banco Central, assim como do teto, de
4,5%. Contribuíram para a queda, em maio, a redução nos preços dos alimentos e
dos combustíveis, principalmente.
“O aumento das
tensões geopolíticas no Oriente Médio está alterando os preços do petróleo e
pode impactar o índice, se perdurar. A energia também pode pressionar, com a
indicação de bandeira vermelha a partir deste mês, assim como a inflação de
demanda resistente, principalmente, em serviços, oriunda das medidas do governo
para estimular a economia, para a qual a previsão do mercado é sempre
crescente”, ele observa.
O Boletim Focus
vem elevando suas projeções de aumento para o Produto Interno Bruto (PIB) neste
ano e agora já indica 2,20% de alta. Para 2026, a previsão aumentou para 1,83%,
enquanto foi mantida estável em 2% para 2027.
Já para o dólar,
os economistas estão reduzindo as projeções, com a moeda cotada a R$ 5,77.
“Quando vier acompanhada de uma redução nas taxas de juros dos Estados Unidos,
o que ainda não é o caso, a moeda americana mais fraca tende a refletir
mais positivamente na taxa de juros doméstica”, afirma Serone.
Como
a Selic pode impactar os planos de previdência
Com a taxa Selic
no atual patamar, os fundos de pensão devem continuar a investir mais em renda
fixa, que garante bons retornos acima da inflação e sem a volatilidade típica
de outros tipos de investimentos, afirma Serone.
“A partir da próxima ata do Copom será possível ter uma direção mais clara dos próximos passos e como poderão influenciar em mudanças nas alocações dos ativos. De qualquer maneira, as carteiras dos planos estão bem posicionadas para se beneficiar das taxas de curto prazo e principalmente de longo prazo, com a aquisição de títulos de vários vencimentos e taxas acima de 7% ao ano de ganho real.”
BB Previdência
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