Com apoio da
neurociência e da escuta humanizada, pacientes redescobrem sua autonomia
funcional
A reabilitação de pacientes após um Acidente Vascular Cerebral (AVC)
exige mais do que protocolos clínicos — requer tempo, precisão e sensibilidade.
É o que aponta o Dr. Luca Adan, fisiatra da YUNA, instituição especializada em
reabilitação e transição de cuidados, que recebe pacientes em estágios
subagudos e subcrônicos do AVC, muitas vezes ainda dependentes de sondas,
traqueostomias ou com feridas associadas à imobilização hospitalar prolongada.
Um dos pilares do processo de reabilitação na YUNA é a mobilização precoce. Estudos clínicos reforçam a importância dessa abordagem, como uma metanálise publicada no Journal of Stroke and Cerebrovascular Diseases (2021), que apontou que a mobilização precoce está associada à redução de complicações como trombose venosa profunda, pneumonia e perda de massa muscular, além de contribuir para melhores desfechos funcionais no longo prazo.
“Grande parte dos pacientes pós-AVC chega com perda significativa da
autonomia. A primeira meta é tirar o corpo da imobilidade. Isso começa com
atividades como tomar banho no chuveiro, manter-se sentado com estabilidade
(sedestação), treinos em pé com apoio (ortostatismo), entre outras”, explica o
Dr. Luca. “Cada gesto de sair da cama é um gesto de vida.”
Neuroplasticidade: ciência por trás da recuperação
funcional
O cérebro lesionado pelo AVC tem a capacidade de se reorganizar, graças a um conceito conhecido como neuroplasticidade. Segundo a American Heart Association (AHA), a reabilitação intensiva nas primeiras semanas após o evento vascular é crucial para estimular essas novas conexões neuronais.
“A neuroplasticidade refere-se à capacidade do cérebro de se modificar e reorganizar em resposta a experiências, aprendizagem e lesões. Aproveitamos essa janela para aplicar estímulos neuromusculares específicos, como fortalecimento, controle postural, transferências e, quando necessário, recursos complementares como a eletroestimulação funcional ou o cicloergômetro”, explica o fisiatra. Esses estímulos aceleram a reconexão entre mente e corpo, respeitando sempre o tempo individual de cada paciente.
Mais do que devolver o movimento, a reabilitação busca resgatar a
dignidade do paciente. Isso passa por treinos voltados às atividades da vida
diária (AVD), como escovar os dentes, vestir-se ou alimentar-se com
independência.
“São gestos simples, mas que representam um reencontro com a própria
identidade”, afirma o Dr. Luca. “Quando o paciente consegue realizar uma tarefa
sozinho, ele se reconhece novamente no espelho da autonomia”, completa.
Uma equipe multidisciplinar para cuidar além do
corpo
Na YUNA, a reabilitação é conduzida por uma equipe multidisciplinar composta por fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, médicos fisiatras, fonoaudiólogos, psicólogos, nutricionistas e enfermeiros. A atuação conjunta é respaldada por evidências: uma pesquisa publicada no Archives of Physical Medicine and Rehabilitation (2020) demonstrou que abordagens integradas reduzem o tempo de internação e melhoram os índices de recuperação funcional em pacientes com AVC.
As reuniões clínicas semanais permitem o acompanhamento contínuo e a
adaptação dos planos terapêuticos conforme a resposta de cada paciente. “Mais
do que seguir um protocolo rígido, buscamos ajustar o cuidado com precisão e
empatia”, diz o fisiatra.
Quando é hora de voltar para casa?
A alta hospitalar é cuidadosamente planejada. O tempo de internação
varia de acordo com o grau de comprometimento neurológico, complicações
associadas e progressão clínica.
Na YUNA, essa transição envolve a avaliação conjunta da equipe,
adaptação do domicílio, orientações aos familiares e, quando necessário, a
continuidade do tratamento em regime ambulatorial ou home care.
A família como aliada na continuidade do cuidado
A reabilitação pós-AVC não termina na clínica. “Para que a recuperação seja sustentável, é essencial que a família esteja engajada desde o início”, reforça o Dr. Luca. A equipe da YUNA realiza encontros regulares com os cuidadores para alinhar expectativas, fornecer instruções técnicas e promover o suporte emocional necessário.
Segundo o Instituto Nacional de Doenças Neurológicas e AVC dos Estados
Unidos (NINDS), o suporte familiar estruturado pode dobrar as chances de
reintegração funcional de um paciente após um AVC.
“Cada paciente tem um tempo e uma história. Na reabilitação, acolher
esses fatores é tão importante quanto prescrever exercícios. O cuidado começa
no corpo, mas se realiza plenamente no vínculo e na escuta”, conclui o
especialista.
YUNA
Mais informações no telefone (11) 3087-3800 ou no site Link
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