Com
a chegada do frio, aumentam os casos de gripes, resfriados e infecções
respiratórias, especialmente entre crianças, idosos e pessoas com imunidade
fragilizada. E, diante desse cenário, cresce também o apelo por soluções
naturais que, além de eficazes, tenham menor impacto colateral quando
comparadas a medicamentos de uso contínuo.
Segundo
o farmacêutico naturopata Jamar Tejada, extratos como equinácea, astragalus,
diferentes tipos de própolis e o óleo essencial de orégano vêm sendo cada vez
mais estudados por sua capacidade de modular a resposta imunológica e atuar na
prevenção de infecções virais e bacterianas, sem os efeitos adversos comuns em
muitos medicamentos sintéticos. “No entanto, “natural” não significa isento de
riscos — por isso, o uso deve sempre ser orientado por um profissional
habilitado, considerando possíveis interações e contraindicações”, alerta o
especialista que deixa as dicas:
Equinácea (Echinacea purpurea)
Rica
em alquilamidas, ácido cafeico e polissacarídeos, a equinácea estimula a
fagocitose e aumenta a produção de linfócitos e interferons — substâncias
essenciais no combate a vírus respiratórios. Seu uso é indicado tanto na
prevenção quanto nos estágios iniciais de gripes e resfriados.
Pode
interagir com imunossupressores e deve ser evitada por pessoas com doenças
autoimunes ou alergia a plantas da família das asteráceas.
Astragalus (Astragalus membranaceus)
Planta
adaptógena de origem chinesa, contém saponinas, polissacarídeos e flavonoides
com ação imunomoduladora. Fortalece a imunidade inata e adaptativa, sendo ideal
para pessoas que adoecem com frequência ou que enfrentam períodos de estresse
físico ou emocional.
Deve
ser usado com cautela por pessoas que utilizam imunossupressores ou têm doenças
autoimunes.
Própolis: verde, marrom e vermelho
O
própolis brasileiro é mundialmente reconhecido pela sua diversidade e potência
terapêutica. Seu principal diferencial está na variedade de compostos
fenólicos, que variam conforme a origem botânica:
- Própolis verde: Extraído do alecrim-do-campo (Baccharis
dracunculifolia), é rico em artepelin C, com potente ação
anti-inflamatória, antiviral e antioxidante.
- Própolis vermelho: Originário da Dalbergia ecastaphyllum, planta
dos manguezais nordestinos, contém isoflavonoides como a formononetina,
com ação imunomoduladora e anti-infecciosa.
- Própolis marrom: De composição mais ampla e variável, apresenta
ácidos fenólicos como o cumárico, ferúlico e benzoico, com propriedades
antibacterianas e antifúngicas.
Pode
causar reações alérgicas em pessoas sensíveis a produtos apícolas. A forma
alcoólica deve ser evitada por crianças, gestantes ou pessoas com distúrbios
hepáticos.
Óleo essencial de orégano (Origanum vulgare)
Rico
em carvacrol e timol, dois compostos com forte ação antimicrobiana e
antifúngica. Esses ativos agem rompendo a membrana celular de microrganismos e
inibindo sua multiplicação. É um recurso natural valioso na prevenção de
infecções respiratórias.
Não
deve ser ingerido puro. Gestantes, lactantes e pessoas com distúrbios gástricos
devem evitá-lo sem orientação profissional.
Qualquer um pode fazer uso?
Embora
essas substâncias apresentem menor toxicidade em comparação com fármacos
convencionais, elas não são neutras ao fígado. “Extratos vegetais concentrados,
cápsulas e óleos essenciais também passam por metabolização hepática e, quando
utilizados sem critério, podem sobrecarregar o organismo ou interagir com
outros medicamentos”, avisa Jamar.
Por
isso, é fundamental contar com a orientação de um profissional qualificado —
especialmente em casos de doenças crônicas, uso contínuo de remédios ou
histórico de alergias. “Vale lembrar que todos esses ativos podem ser
manipulados em forma de cápsulas em farmácias de manipulação, o que permite
personalização da formulação conforme a necessidade de cada paciente”, diz.
Cuidar
da imunidade vai muito além de escolher bons suplementos. Uma alimentação
equilibrada, sono de qualidade, manejo do estresse e redução do consumo de
ultraprocessados são parte indispensável de qualquer estratégia de saúde
duradoura.
Ele
lembra ainda que essas substâncias naturais podem ser aliadas poderosas, mas
não substituem uma orientação individualizada e profissional. Usadas com
consciência, fortalecem o corpo — não apenas contra gripes e resfriados, mas
como suporte para um organismo mais resiliente durante todo o inverno.
Jamar Tejada - Farmacêutico graduado pela Faculdade de Farmácia e Bioquímica pela Universidade Luterana do Brasil, RS (ULBRA), Pós-Graduação em Gestão em Comunicação Estratégica Organizacional e Relações Públicas pela USP (Universidade de São Paulo), Pós-Graduação em Medicina Esportiva pela (FAPES), Pós-Graduação em Comunicação com o Mercado pela ESPM, Pós-Graduação em Formação para Dirigentes Industriais com Ênfase em Qualidade Total - Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul-(UFRGS) e Pós-Graduação em Ciências Homeopáticas pelas Faculdades Associadas de Ciências da Saúde. Proprietário e Farmacêutico Responsável da ANJO DA GUARDA Farmácia de manipulação e homeopatia desde agosto 2008. www.tejardiando.com.br
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