Pesquisar no Blog

sábado, 14 de junho de 2025

Dermocosméticos para peles sensíveis exigem cuidado técnico na escolha de ativos e fórmulas

 Produtos mal formulados podem agravar reações como vermelhidão, ardência e coceira; especialista alerta para os riscos da automedicação estética

 

Peles sensíveis representam uma parcela significativa da população brasileira e exigem cuidados que vão além do senso comum. Segundo levantamento da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI), três em cada dez pessoas apresentam algum grau de sensibilidade cutânea, o que inclui sintomas como vermelhidão, ardência, repuxamento e, em alguns casos, descamações ou lesões visíveis. O problema se intensifica com a popularização de cosméticos potentes, nem sempre compatíveis com esse perfil de pele.

Para a farmacêutica bioquímica e especialista em cosmetologia Dra. Fernanda Sanches, CEO da Cosmobeauty, o erro mais comum está no uso indiscriminado de produtos rotulados como “para todos os tipos de pele”. “Essas fórmulas muitas vezes contêm fragrâncias, conservantes agressivos e até álcool, que comprometem a função de barreira da pele sensível. A pele reativa exige fórmulas pensadas especificamente para reduzir inflamações, não apenas para hidratar ou uniformizar”, explica.

O desafio está em diferenciar sensibilidade ocasional de um quadro clínico persistente, como rosácea ou dermatite de contato. Segundo Fernanda, a diferença está na frequência das crises e na resposta da pele ao ambiente. “Se a vermelhidão é recorrente e aparece com variações de temperatura, exposição solar ou mudança de cosméticos, é sinal de que a pele está fragilizada. E isso precisa ser tratado com critério”, afirma.


O que evitar e o que buscar nas formulações

Fórmulas com perfume, corante ou ácido em concentrações altas devem ser evitadas. Loções adstringentes com álcool, sabonetes bactericidas e maquiagens com alta cobertura também podem causar irritações e reações adversas. Fernanda orienta que a leitura do rótulo é o primeiro filtro, mas não o único. “O consumidor precisa saber identificar nomes como fragrance, parfum, alcohol denat e methylisothiazolinone. Esses componentes costumam estar por trás das reações alérgicas mais comuns.”

Do outro lado, ativos como niacinamida, alantoína, pantenol, centella asiática, madecassoside e bisabolol são bem tolerados por peles sensíveis e ajudam a restaurar a função de defesa da epiderme. “São substâncias que não apenas acalmam a pele, mas favorecem a regeneração celular. Quando associados a um veículo hidratante e livre de irritantes, promovem melhora gradual na textura e na resposta inflamatória da pele”, aponta a especialista.


Rotina minimalista e uso consciente

Menos é mais no cuidado diário. Fernanda recomenda uma rotina simplificada, com três etapas principais: limpeza suave, hidratação com ativos calmantes e fotoproteção com FPS 50 ou superior. A reaplicação do protetor ao longo do dia deve ser feita com produtos específicos para peles reativas, de preferência com cor, que oferecem proteção adicional contra luz visível — uma das responsáveis por manchas em peles sensibilizadas.

Segundo a especialista, a tendência de aplicar vários produtos em sequência pode ser um fator de sobrecarga. “Há um excesso de etapas, muitas vezes sem nenhuma função técnica clara. O resultado é uma pele irritada, que responde negativamente a qualquer estímulo. A orientação profissional ajuda a filtrar o que é realmente necessário”, explica.


Diagnóstico e personalização

Nem toda vermelhidão é rosácea e nem toda ardência é alergia. Para a Dra. Fernanda, o primeiro passo é diferenciar o que é sensibilidade pontual de uma condição crônica. O histórico do paciente, a frequência das reações e os hábitos de vida são elementos que devem ser considerados antes de qualquer indicação de produto.

“A pele fala sobre o organismo, sobre o ambiente e sobre os hábitos. Um cosmético errado pode ser o gatilho para inflamações que duram semanas. Não se trata apenas de estética, mas de saúde e bem-estar”, diz. Ela acrescenta que a resposta da pele é mais eficaz quando o cuidado é feito de forma preventiva e orientada. “Esperar a pele entrar em crise para buscar ajuda é um erro recorrente. A sensibilidade não some sozinha, e a automedicação estética só atrasa o tratamento adequado.”

 



Dra. Fernanda Sanches - É farmacêutica bioquímica e especialista em cosmetologia. Possui pós-graduação em homeopatia, diversos cursos de extensão em manipulação de cosméticos e MBA em marketing e vendas. No ano 2000, Fernanda começou a empreender no mundo da beleza e lançou duas marcas, a Cosmobeauty — focada em produtos para profissionais da estética e cujo nome provém da junção de Cosmo (universo) e Beauty (beleza) — e a Biomarine, voltada para o público geral. Acesse o instagram.com/dra.fernandasanches



Cosmobeauty
cosmobeauty.com.br
instagram.com/cosmobeautyoficial



Nenhum comentário:

Postar um comentário

Posts mais acessados