As mãos são os
principais instrumentos de trabalho, afinal, elas operam complexos maquinários,
ferramentas e, por estarem à frente de tudo, são as partes mais atingidas em
acidentes de trabalho – questão essa que é foco de campanha em abril, mês
marcado pelo Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho e o Dia Nacional em
Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho (28/4).
Segundo dados do
Ministério da Previdência Social, em 2023 foram concedidos 27.477 benefícios
acidentários (por incapacidade temporária e permanente) envolvendo fraturas,
amputações, ferimentos, traumatismo superficial, lesão por esmagamento e trauma
de nervos, todos relacionados à mão e ao punho. O número é 8,4% maior do que o registrado
em 2022 (25.333 benefícios).
“Não é incomum ver
casos de trabalhadores que sofrem esmagamento e até amputação da mão durante a
operação de alguma máquina, cortes graves com ferramentas, como serras, enfim,
situações complexas que podem resultar em longo afastamento do trabalho, até a
recuperação da lesão ou em sequelas que comprometam permanentemente a execução
de determinadas tarefas”, fala o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia
da Mão (SBCM), Antonio Carlos da Costa.
Entre as principais
causas que resultam em acidentes de trabalho envolvendo as mãos estão o
desrespeito às normas de segurança; a utilização inadequada dos equipamentos de
proteção individual; máquinas e ferramentas que não oferecem um nível de
proteção adequado para o trabalho, além da falta de treinamento e informação
correta sobre a execução do serviço.
Em caso de
ocorrências, o presidente da SBCM explica como proceder com os primeiros
socorros. “Se for uma fratura, mantenha o membro alinhado, imobilize-o de
alguma maneira, para evitar deformidades e busque rapidamente atendimento
médico. Em situações de esmagamento, lave com água corrente e cubra com panos
impôs”, fala.
Se houver
amputação, o especialista orienta comprimir o local com panos limpos e envolver
o membro amputado em gaze estéril, fechando-o em um saco plástico limpo.
“Coloque o saco dentro de um recipiente com água e gelo e vá imediatamente ao
hospital”, diz.
Já se tratando de
cortes profundos, é necessário controlar a hemorragia. “Se houver um objeto
cravado no corte não tente retirá-lo, pois pode provocar uma hemorragia maior”,
lembra o cirurgião da mão. “Em casos de sangramento intenso, é recomendado
elevar o membro para reduzir o fluxo de sangue e, com uma compressa de gaze
contendo o sangramento, um médico deverá ser consultado imediatamente para
avaliar o corte e fazer os procedimentos adequados”, completa.
O presidente da
SBCM ressalta que melhor do que remediar, é prevenir. “As empresas devem atuar
constantemente com treinamento e ações que reforcem o trabalho seguro, afinal,
o trabalhador é a força motriz que move tudo”, conclui.
http://www.cirurgiadamao.org.br/
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