Professor de
Finanças da IBE Conveniada FGV debate setor imobiliário no cenário atual
Os reflexos da crise econômica pós-pandemia são
diversos. Com todas as mudanças no mundo, sobretudo na digitalização, o
professor Cleber Zanetti, da IBE Conveniada FGV, explica que cada vez mais os
brasileiros vêm buscando maneiras de poupar dinheiro ou investir. “Existe
sempre uma expectativa quanto ao mercado imobiliário, afinal, para muitos, é
muito seguro”, aponta.
A última Pesquisa do Mercado Imobiliário, realizada
pelo departamento de Economia e Estatística do Secovi-SP (Sindicato da
Habitação), apontou em setembro deste ano a comercialização de 5.147 unidades
residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 18,9% inferior ao do
mês anterior (6.350 unidades). Ainda em relação a setembro do ano passado, o
crescimento foi de 19,2%.
“Mesmo em um período de pandemia existem boas
oportunidades de aquisição”, explica o professor, que ressalta que a prova
disso é o aquecimento da construção de novos imóveis que estamos acompanhando.
O índice de evolução do nível de atividade da
construção civil somou 51,2 pontos em setembro, com queda de 0,2 ponto em
relação ao patamar agosto de acordo com pesquisa da CNI (Confederação Nacional
da Industria). Como segue acima da marca dos 50 pontos, para a CNI, isso indica
"aumento do nível de atividade da indústria da construção" na
comparação com o mês anterior.
Já para Zanetti, o crescimento de serviços online
está ligado a esse aquecimento do setor. Comprar e vender um imóvel está mais
digital que nunca. Ao digitalizar grande parte do trabalho do corretor,
começando em um anúncio de um imóvel em grandes portais à análise de crédito do
cliente, algumas plataformas se preparam para oferecer ainda mais serviços e
inteligência de dados.
Porém, o professor alerta que pensando em
investimentos é recomendado prudência quanto ao mercado imobiliário. “A
remuneração financeira é muito baixa, mesmo que existam boas oportunidades”.
Quanto ao aluguel, Zanetti explica que é momento de
avaliar as necessidades. “Quando se trata de um ponto comercial, é necessário
verificar valores. O crescimento do home office diminuiu a procura pelo serviço
de locação”. O especialista em finanças indica checar se existe necessidade de
um espaço físico, assim como se certificar se o local comporta o segmento do
negócio.
Ele recomenda cautela e gestão nesse período de
instabilidade. “Vendas são arriscadas por causa das baixas de capital durante a
pandemia”, analisa. Para Cleber Zanetti, no entanto, o mercado imobiliário é
forte, e dificilmente sofre alterações, mesmo com a taxa de lucro baixa. “Por
isso, raramente acontecem perdas”.
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