O ambiente hospitalar é um dos poucos lugares onde
podemos encontrar todos os riscos existentes. Lá, temos riscos físicos,
químicos, biológicos, ergonômicos e de acidentes, sendo necessária toda a
precaução possível. No entanto, além dos perigos já pré-existentes, é
necessário o cuidado em dobro com manutenção predial e instalação de
equipamentos de prevenção contra incêndios e outras emergências. Só em 2019, o
Brasil registrou 32 incêndios de grandes proporções em unidades hospitalares,
segundo a Associação Brasileira para o Desenvolvimento do Edifício Hospitalar
(ABDEH). No mundo, foram mais 800 mortes em consequência de fogo em hospitais.Nico Franz por PixaBay
Em tempos de pandemia, o nível de ocupação desses
locais chega quase ao seu ponto máximo, podendo até sobrecarregar um sistema
que não está preparado. Neste ano, tivemos exemplos de casos no Amapá, Ceará,
Paraíba e, mais recentemente, em Brasília.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de
Sprinklers (ABSpk), Felipe Melo, especialista em medidas de proteção contra
incêndios e emergências, motivos ligados à rede elétrica é uma das causas mais comuns
nas ocorrências. “Além de problemas com trabalho à quente, como por exemplo
solda em estrutura metálica ou qualquer outro método que gere faísca, é comum
vermos, também, casos envolvendo coifa de cozinha, devido a acúmulos de gordura
nos dutos de exaustão ou até mesmo em fritadeiras”, explicou. Por isso, a
atenção deve ser redobrada.
“Uma das medidas de segurança que pode ajudar muito
nesses momentos são rotas de fuga bem dimensionadas, nos hospitais, que ajudam
em uma evacuação mais rápida, e a adoção de sistemas de sprinklers, traduzidos
no Brasil para “Chuveiros Automáticos”, que controlam o incêndio logo no início
e inibem a formação de fumaça tóxica, dando tempo e visibilidade para a
evacuação do espaço, minimizando os riscos”, aconselhou.
Além disso, os projetos arquitetônicos hospitalares
atuais devem levar em consideração as normas de emergência,
visando à aprovação da estrutura perante órgãos reguladores. Para
prevenir incêndios de forma eficiente, é preciso ter um planejamento mais
detalhado, que considere receber apoio de engenheiros com maior vivência
de segurança contra incêndios desde o início, estabelecendo opções de
proteção em casos de ocupantes com pouca ou nenhuma opção de mobilidade.
Em 2014, a Anvisa lançou o manual de segurança contra
incêndio em hospitais e afirma que incêndios de diversas magnitudes em
Estabelecimentos Assistenciais de Saúde no Brasil podem representar 3.200
ocorrências ao ano, ou cerca de 270 incêndios ao mês.
É fato que a ocorrência de incêndios se dão por
fatores diversos, muitas vezes difíceis de se prever. Mas, ao seguir
corretamente as orientações dos órgãos competentes e investindo em instalação e
manutenção dos equipamentos são medidas simples e eficientes para a preservação
de vidas e de patrimônios.
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