A utilização de óleos essenciais no tratamento de mazelas caninas é possível, mas sua prática responsável pelos tutores deve passar pela compreensão das diferenças entre animais e seres humanos.
Na busca por uma saúde mais integral e natural, as Medicinas Alternativas e
Complementares (CAM) vêm ganhando cada vez mais espaço, inclusive dentro da
medicina veterinária. Dentro deste contexto, a utilização da Aromaterapia em
humanos, por exemplo, vem se difundindo cada vez mais no Brasil e no mundo, mas
o que muita gente não sabe é que existe também a possibilidade de utilizar as
técnicas dessa terapia em seus bichinhos de estimação.
Aromaterapia, para quem não conhece, é uma terapia embasada cientificamente que
utiliza dos óleos essenciais, extratos altamente concentrados de plantas
medicinais que possuem centenas de princípios ativos, para curar diversas
enfermidades e promover a saúde integral, tratando de questões que vão desde
reequilíbrio das emoções à cuidados estéticos.
Para os cães a Aromaterapia tem se mostrado eficiente para o tratamento de
diversas questões que afetam sua saúde, isso porque com seu olfato milhares de
vezes mais apurados do que o do ser humano, os próprios cães são capazes de
escolher corretamente os óleos essenciais que serão mais eficazes no tratamento
de seus males.
A médica veterinária Mônica Nogueira, que há anos faz uso da aromaterapia em
sua prática com cães, destaca que essa relação do olfato canino com doenças é
uma prática que é utilizada até mesmo com humanos: “Os cães já são treinados
para farejar doenças como a diabetes em pacientes de risco, avisando ao tutor
antes mesmo de ocorrer uma hipoglicemia.” conta a especialista.
Dessa forma, o uso da Aromaterapia canina pressupõe que o animal possa se
beneficiar dos óleos essenciais e suas moléculas aromáticas de maneiras
diferentes dos seres humanos, que entram no processo para auxiliar o tratamento
através de práticas integrativas para aqueles que buscam maneiras naturais de
cuidar da saúde de seus bichinhos. Mônica Nogueira destaca que: “Após um
diagnóstico correto feito pelo Médico Veterinário, os tutores podem e devem
auxiliar no tratamento fazendo uso dos óleos essenciais.”
Para André Ferraz, Master Aromaterapeuta que conta com especialização em
Aromaterapia Veterinária, a utilização da Aromaterapia nos cuidados com animais
de estimação, especialmente cachorros, se utiliza da habilidade inata que eles
possuem de identificar e curar os próprios males: “Imagina como deve ser
frustrante ter essa capacidade, mas não poder desenvolver esse instinto e
precisar de ajuda humana para praticamente tudo?” contextualiza o
aromaterapeuta.
Os dois especialistas ressaltam que cuidados especiais devem ser tomados na
hora de aplicar aromaterapia nos seus cães, em primeiro lugar o uso de óleos
essenciais não pressupõe fim do acompanhamento com o veterinário “O princípio
da Medicina Integrativa é a colaboração entre Médico e paciente, portanto na
Medicina Veterinária essa colaboração deve ser feita entre o Veterinário e o
tutor” explica Mônica Nogueira.
Já André Ferraz destaca que mesmo que o tutor seja aromaterapeuta certificado,
as fisiologias diferentes entre pessoas e animais também devem ser corretamente
compreendidas por quem deseja cuidar também de seus pets: “Os animais são mais
sensíveis do que os seres humanos e sua anatomia e fisiologia também são
diferentes. Óleos essenciais que funcionam muito bem nos seres humanos podem
não ser seguros ao serem usados nos cães, que são mais sensíveis. Pelo mesmo
motivo as dosagens ideais também não podem ser as mesmas” relata.
Para quem deseja cuidar de seus pets de maneira mais natural, portanto, a
recomendação dos especialistas é de fazer um curso na área e acompanhamento com
um veterinário que se utilize dessas práticas integrativas “Dessa maneira, o
tutor terá o seu melhor amigo ou amiga muito mais feliz e saudável, usando a
inteligência dos seus ancestrais” conclui André Ferraz.
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