Projeto da sala de aula valoriza a ventilação
natural uma maneira eficiente para evitar a propagação do vírus.
Painel Arquitetura
O escritório
Painel Arquitetura traz um panorama, e soluções, sobre como as escolas deverão
se comportar no futuro pós COVID-19
Ainda não sabemos quando sairemos, totalmente, da
quarentena que nos foi imposta pelo novo coronavirus. Mas já se torna
necessário pensarmos em como serão os relacionamentos no futuro. A pandemia de
COVID-19 vai nos desafiar a criar novos espaços e muitas coisas devem sofrer
adequações, como os ambientes educacionais, por exemplo.
De acordo com o arquiteto Henrique Hoffman, do
escritório Painel Arquitetura, a pandemia nos obriga a repensar a
flexibilização espacial das instituições de ensino. “Nos encontramos em uma
posição em que precisamos repensar tudo para erradicar e vencer o vírus.
Obrigando-nos a reavaliar o aprendizado e sistemas educacionais inteiros que
foram induzidos, num curtíssimo prazo, a digitalizar-se. E isto vai acontecer
junto aos mecanismos de ensino online onde uma integração entre esse espaço
físico e digital precisa acontecer de maneira hábil. A arquitetura será então
um meio onde a forma (e função) deverá ser interpretada como um momento
constituído por sequências temporais onde os estudantes interagem no espaço por
meio de suas experiências de momentum”, relata.
Já vivemos divididos em relações reais e virtuais e
o âmbito escolar terá que integrar, também, estes dois mundos. Segundo o
arquiteto, estes novos espaços serão projetados com uma reconfiguração que
possibilite essa comunicação bilateral ao mesmo tempo e de forma integrada. “As
instituições precisarão adaptar o ensino para serem bem-sucedidas nessa
produção de um processo de aprendizado atraente de forma on-line e, junto a
essa mudança, acompanha a questão espacial por uma arquitetura que, assim como
os novos meios eletrônicos, não crie barreiras e limites e responda aos novos
padrões de convívio social”, avalia Henrique.
A arquitetura precisa ser cada vez mais fluida,
contínua, aberta, integrada e que conecte todas as partes possibilitando uma
flexibilização do espaço e uma adaptabilidade às necessidades inerentes a cada
momento onde os estudantes se apropriem do espaço de diferentes maneiras e
conforme os novos padrões de distanciamento. “A sala de aula, da maneira como
conhecemos, limita os estudantes a um espaço fechado e introspectivo que não
responde de maneira única a essas novas exigências comportamentais e
ambientais. A concepção de espaços fluidos e flexíveis serão fundamentais nessa
incorporação de novos ambientes de ensino. Nós, arquitetos, precisamos conceber
tais pontos: Espaços que se adaptem a diferentes usos; Espaços que integrem as
diferentes modalidades de ensino; Espaços que flexibilizem o uso de um variado
número de pessoas; Espaços de estudo integrados aos espaços externos; Espaços
que possibilitem uma melhor relação com o lugar”, explica Henrique Hoffman.
Alguns pontos deverão ser levados em conta para a
projeção destes novos espaços, tais como uma maior incidência solar nos
horários e estações condizentes, maior índice de ventilação cruzada no local e
uma troca passiva com o ambiente externo sem o uso constante do ar
condicionado. “A recomendação principal é priorizar ambientes onde haja uma
ventilação natural e uma troca passiva entre os ambientes educacionais. A
importância dessa ventilação cruzada e natural é a limpeza do ar confinado no
ambiente e superfícies dos revestimentos dentro de uma sala de aula. É claro
que para alcançar resultados eficientes, os elementos de aberturas (portas,
janelas, venezianas ...) devem ser utilizados adequadamente”, avalia Henrique
Hoffman.
Já em relação à higienização, o arquiteto ressalta
que os espaços de permanência transitória e prolongado dentro dos campi
educacionais serão adequados à nova realidade em que vivemos. “Precisamos
compatibilizar a arquitetura com a nova infraestrutura de assepsia. Essa
adequação deve ser feita em cada sala de aula com a instalação de um suporte de
higienização bem posicionado e constantemente em reposição. Além disso, precisamos
criar novos espaços para algo em maior escala, na entrada dos campi, na entrada
de cada prédio e setor. A Painel estuda a criação de novos pórticos, em
diferentes escalas e materiais que possibilitam a rápida e efetiva medida de
desinfecção dos alunos e funcionários”, encerra Henrique Hoffman.
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