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segunda-feira, 15 de junho de 2020

Dificuldades na amamentação, introdução alimentar, mastigação, desenvolvimento da linguagem e convívio social podem ser evitadas com Teste da Linguinha


O que é o teste da linguinha e como ele pode interferir na amamentação e, posteriormente, no desenvolvimento infantil

Quando o bebê nasce ele é submetido a diversos testes como o do pezinho, do olhinho, da orelhinha e, também, da linguinha. Isso acontece para que seja possível detectar alterações no corpo do bebê e até mesmo doenças raras e iniciar um tratamento adequado o mais rápido possível. Então, afinal, por que realizar o teste da linguinha no recém-nascido é tão importante?
A importância do teste da linguinha para o bebê
O Brasil é o primeiro país a transformar o teste da linguinha em lei, no ano de 2014 (Lei nº 13.002). O teste serve para diagnosticar alterações de frênulo lingual em recém-nascidos e pode interferir diretamente na qualidade da amamentação do bebê e, depois, no desenvolvimento da fala, mastigação, deglutição e higiene oral.  
A língua presa é uma alteração em que o frênulo lingual, uma fina membrana que conecta a língua ao assoalho da boca, que limita sua movimentação e impede que a língua fique “abraçada” no mamilo e aréola da mãe, como precisa ser feito.
Se a ponta da língua não fica em uma posição estável durante a sucção, o bebê fica estalando a língua (o que faz com que a sucção não seja tão efetiva) ou utiliza a gengiva, que fica roçando no mamilo, deixando-o sensível, ou ainda pode morder e acabar machucando. 
Normalmente, os pequenos que possuem língua presa encontram alguns obstáculos na amamentação que acabam virando uma bola de neve. O bebê pode não conseguir se prender direito ao mamilo e sofre para conseguir sugar o leite da mama, assim, ele sofre para se alimentar. Como ele não faz a sucção corretamente, vai precisar mamar mais vezes ao longo do dia, pode machucar ou até perder peso. É aí que pode acontecer o desmame precoce.
Se essa linguinha não for avaliada a tempo, é provável que esse pequeno apresente dificuldades na introdução alimentar, na mastigação e, depois, na fala. Em alguns casos pode gerar até bullyng e, por consequência, prejudicar o convívio social, e quando adolescentes a língua presa pode atrapalhar até o beijo na boca.
Não quer dizer que todos os bebês que apresentam dificuldades na amamentação possuem a linguinha presa, ou que todos os que têm a linguinha presa necessariamente tem problemas de amamentação, mas, no geral, isso interfere.
Por isso a importância do Teste da Linguinha, que tem seu dia Nacional comemorado no dia 20 de junho. Quanto antes essa língua presa for identificada, mais rápida pode ser a intervenção e a volta do pequeno a fazer a sucção de maneira correta. 
Para fazer o teste é necessário que o profissional seja qualificado, preferencialmente um fonoaudiólogo. Se a linguinha está muito presa é fácil de identificar, porém, quando ela não está limitando totalmente a movimentação da língua, mas ainda assim pode prejudicar a amamentação, não é qualquer profissional que vai conseguir avaliar corretamente.

Mães, como saber se seu pequeno tem a língua presa?
“A dificuldade na amamentação geralmente é o principal sinal” afirma a fonoaudióloga especialista em amamentação, motricidade orofacial, desafios alimentares e dificuldades na introdução da linguagem, Flávia Puccini. A língua presa, além de causar uma amamentação pouco eficiente, pode machucar o mamilo e trazer fissuras.
“Outro aspecto é observar se o pequeno levanta a língua quando chora. Nunca? Pode ser língua presa” completa a profissional.
Caso o pequeno apresente algum desses sinais é importante procurar um profissional de fonoaudiologia para avaliar e indicar o tratamento adequado. “Mesmo que não seja o caso da linguinha presa é melhor que a profissional faça a avaliação e oriente os pais do que deixar o tempo passando e a criança apresentar outras dificuldades ao longo do desenvolvimento infantil, não é mesmo?” afirma Flávia.
 



Flávia Puccini - Fonoaudióloga formada pela Puc Campinas, a Flávia Puccini é mestre em processos e distúrbios da comunicação (voz, fala e funções orofaciais) pela USP, especialista em motricidade orofacial pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia. A profissional é consultora de amamentação e laserterapeuta e se coloca à disposição para ser fonte de informação de temas como amamentação, problemas alimentares, fala, disfagia e teste da linguinha. 

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