Estudantes estrangeiros que vivem
nos EUA podem ser classificados como residentes fiscais norte-americanos e
estar devendo ao fisco estadunidense. O alerta é feito pelo consultor
tributário Bruno Drummond e é válido para brasileiros que estão nos Estados Unidos
com os vistos das categorias F, J ou M (F - estudantes que foram aceitos ou
estão matriculados em uma escola nos EUA; J - pessoas que participam de
programas de intercâmbio ou treinamento; M – indivíduos que vão estudar em uma
instituição profissional ou não acadêmica, como colégios vocacionais e community
colleges).
Via de regra, estrangeiros que detêm
vistos de estudante estariam isentos do Teste de Presença Substancial –
um cálculo que conta o tempo de permanência em território norte-americano e
enquadra estrangeiros como residentes fiscais. No entanto, o Internal
Revenue Code – código fiscal da receita federal norte-americana –
reanalisou a lei e, há pouco tempo, começou a questionar estudantes
estrangeiros e cobrar impostos.
A orientação de Bruno Drummond é que
brasileiros estudando nos Estados Unidos realizem o preenchimento e entrega do
formulário 8843 (“Statement for Exempt Individuals and Individuals With a
Medical Condition”) junto com o formulário 1040NR ou 1040NR-EZ (“U.S.
Nonresident Alien Income Tax Return”) para continuarem em dia com o IRS e
não terem dor de cabeça no futuro. “É importante que o indivíduo explique a
situação fiscal para o governo norte-americano antes de ser questionado. Outro
ponto essencial é em hipótese alguma realizar o envio da Comunicação de Saída
Definitiva e da Declaração de Saída Definitiva para a Receita Federal no Brasil
enquanto estiver fora do país”, enfatiza.
O estudante estrangeiro que se
enquadre no Teste de Presença Substancial deve comprovar, por meio do
formulário 8843, que cumpre os seguintes requisitos:
- Não pretende residir permanentemente nos Estados Unidos;
- Cumpriu substancialmente as leis de imigração e os requisitos
relativos ao seu estatuto de aluno não imigrante;
- Não tomou nenhuma medida para mudar seu status de não imigrante nos
Estados Unidos para se tornar um residente permanente dos Estados Unidos;
- Tem uma conexão mais próxima com um país estrangeiro do que com os
Estados Unidos – por meio do Imposto de Renda realizado no Brasil.
Caso estas condições não sejam
atendidas e/ou o estudante não realize o preenchimento do formulário, o
indivíduo será enquadrado como residente fiscal global e terá que pagar
impostos nos Estados Unidos sobre todos os ativos que detém – tanto em
território norte-americano como no brasileiro e em outros lugares do mundo. “O
estudante também estará exposto a multas e processos administrativos”, finaliza
Bruno Drummond.
Atenção! Existem duas formas de
se tornar residente fiscal americano: por meio da obtenção do green card ou
pelo Teste de Presença Substancial. O Teste de Presença Substancial é uma regra
que determina que indivíduos que passaram 183 dias ou mais nos EUA em um período
de 3 anos sejam considerados residentes fiscais e devam explicações à Receita
Federal Americana. Mas o cálculo não é
tão simples: ele engloba todos os dias do ano
corrente, um terço do ano anterior e um sexto do segundo ano anterior. Clique
aqui e entenda melhor a conta.
Fonte: Drummond Advisors
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