Especialista ressalta a importância das campanhas e espaços
para discutir o tema
O número de mortes causadas
pelo consumo de cigarro, que estava em 4 milhões, no ano 2000, saltou para mais
de 7 milhões, segundo dados divulgados pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
O relatório, que avalia os custos do cigarro para a saúde, para a economia e
seu impacto ambiental, informa que o tabaco é a principal causa evitável de
doenças não-transmissíveis.
Uma em cada 10 mortes no mundo
é causada pelo fumo.
A publicação científica The
Lancet indica que a China, Índia, Estados Unidos e Rússia concentram mais da
metade das mortes atribuídas ao tabaco.
Dados do Centro Europeu de
Monitoramento de Dependência de Drogas (Espad) apontam a Itália como o país da
Europa com o maior número de fumantes nessa faixa etária (37%), seguido pela
Bulgária e Croácia (33% cada).
Segundo a Unicef, 17% dos
jovens na América Latina fumam diariamente. Este ano, a OMS fez um apelo ao países-membros
para a implementação de medidas consistentes de controle incluindo a proibição
de todo tipo de marketing e publicidade, venda em locais fechados e ambientes
de trabalho, além de embalagens simples para os produtos e aumento preços e de
impostos.
Realidade brasileira é
diferente e positiva
Em 2016, o Ministério da Saúde
divulgou um estudo que constatou que 18,5% (1,8 milhões) dos brasileiros entre
12 e 17 anos já experimentou cigarro. Apesar destes dados, o país é um dos
campeões na redução do número de fumantes devido ao aumento sucessivo de preço
dos cigarros e aos alertas impressos nas embalagens, dado de abril de 2017.
Luiz Antonio Bragagnolo Junior, Pneumologista cadastrado na plataforma Doctoralia, ressalta que existe um expressivo investimento dos fabricantes
do setor especificamente para os jovens:
Quais os principais riscos do
tabagismo entre os jovens?
Os principais riscos do
tabagismo entre os jovens são o aparecimento e/ou piora de doenças
respiratórias já existentes: Asma, bronquites e alergias, podendo comprometer a
função pulmonar deles.
É verdade que fumar prejudica o
crescimento do pulmão e como consequência fumantes possuem função pulmonar
menor do que aquelas pessoas que nunca fumaram?
Na verdade, o tabagismo não
prejudica o crescimento do pulmão, mas diminui significativamente a capacidade
da função pulmonar.
Jovens fumantes estão mais
suscetíveis a que tipo de doença?
Os jovens podem desenvolver
mais facilmente a dependência do cigarro, levando ao desenvolvimento de outras
doenças pulmonares: DPOC - Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, bronquite
crônica e piora das alegrias respiratórias.
Em que medida esses riscos
existem para jovens que não fumam, mas que estão expostos ao fumo passivo?
Jovens tabagistas passivos têm
também alta probabilidade de desenvolver ou piorar as mesmas doenças
respiratórias que o fumante ativo.
O cigarro cria propensão para o
uso de outras drogas?
Sim. O cigarro é uma
droga paradoxalmente lícita, e pode servir, em muitos casos, como o primeiro
passo para a experimentação de outras drogas ilícitas.
O que leva um jovem a procurar
o cigarro?
O jovem procura o cigarro por
conta de questões de aceitação em um grupo, autoafirmação de personalidade e
até mesmo por rebeldia. Além disso, existe também um forte investimento
no marketing dos fabricantes de cigarro, especificamente para essa faixa
etária.
As campanhas de esclarecimento
e as legislações proibitivas têm diminuído a quantidade de jovens fumantes?
Sim, mas ainda há muita
dificuldade em se veicular esse tipo de informação de forma mais maciça, e não
há muita abertura na sociedade para difundir mais essa discussão.
Qual a orientação para um jovem
que quer parar de fumar?
Procurar uma avaliação
específica com o especialista: Pneumologista. Só assim será possível
avaliar a função pulmonar adequadamente e orientar corretamente a cessação
tabágica.
Doctoralia
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