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quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Métodos contraceptivos: saiba qual é o ideal para você



Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, explica os prós e contras de cada técnica


Dentre os direitos humanos existem os direitos reprodutivos que garantem ao casal o direito de escolher o momento mais adequado para ter um filho. Mas, estima-se que um terço das gestações no mundo não seja desejada, isto é, não ocorre num momento oportuno para o casal. Por isso, é tão importante ter acesso às informações sobre os diversos tipos de métodos anticoncepcionais disponíveis atualmente. 
  • Métodos comportamentais: calendário ou tabelinha, muco cervical ou método de Billings e temperatura basal;
  • Métodos de barreira: mecânica (preservativos masculino e feminino, diafragma e capuz cervical), química (espermaticidas – substâncias tóxicas aos espermatozoides como o nonoxinol-9) ou associação destes dois (diafragma com espermaticida ou preservativo com espermaticida).
  • Dispositivo intrauterino (DIU): é uma estrutura plástica (polietileno), geralmente em forma de alça ou T, inserido na cavidade uterina.
  • Métodos hormonais: os anticoncepcionais hormonais ganharam importância a partir da década de 60 e atualmente são os métodos reversíveis mais prescritos e utilizados em todo o mundo. Apresentam também o maior número de efeitos colaterais e contraindicações.
 A tabela abaixo, mostra de forma simplificada, os métodos anticoncepcionais indicados para cada tipo de paciente:   
Situação Clínica
Método Anticoncepcional
                                     Adolescência
  Preservativos isolados ou associados a outro método;
 Injetáveis combinados (mensais) ou somente de progestágenos (trimestrais);
  ACHO com menos de 20 microgramas de etinilestradiol

                                               DST
  Sempre recomendar preservativos (isolados ou associados a outro método)

                                         Após parto
   

                                       Amamentando


                                  Não lactante


  DIU nas primeiras 48 horas ou após 4 semanas


  AC de progestágenos entre 6 semanas e 6 meses
  ACHO após 6 meses

   ACHO ou AC de progestágenos após 21 dias
                             Após aborto não infectado
   
                              Após aborto Infectado


  Qualquer método, imediatamente

  Não usar DIU
                           Hipertensão Arterial Sistêmica
DIU
Pílula de progestágeno

                       Diabetes mellitus Não avançado

                       Diabetes mellitus Avançado


        
Qualquer método

  DIU
  Pílula de progestágeno
                           Enxaqueca Sem aura e < 35 anos
   
                           Enxaqueca Com aura ou >35 anos
Qualquer método, com vigilância

  DIU
  Pílula de progestágeno


                               Anemia
  ACHO ou AC de progestágenos
                       Anticoncepção de Emergência
  Até 72 horas de relação desprotegida
  1,5mg de levonorgestrel via oral em dose única ou
  Duas doses de 0,75mg de levonorgestrel via oral com intervalo de 12 horas entre elas

A Organização Mundial da Saúde (OMS) através da revisão sistemática das evidências mais atuais, elaborou os Critérios Clínicos de Elegibilidade para o Uso de Anticoncepcionais, isto é, critérios que norteiam o uso de cada método anticoncepcional em determinadas situações clínicas. O manual agrupa as situações clínicas em 4 categorias:
  1. O método pode ser usado sem contraindicações.
  2. Os benefícios são maiores que os riscos. Não há contraindicação ao uso, porém a paciente deve ser seguida rigorosamente.
  3. Os riscos superam os benefícios. Não devem ser utilizados a não ser que não haja outra opção.
  4. Os riscos à saúde são inaceitáveis. Contraindicação absoluta.
“Hoje em dia os anticoncepcionais constituem importante item no arsenal do ginecologista, úteis em diversas situações não somente para evitar a gravidez. Assim, por exemplo, pode-se utilizar um anticoncepcional hormonal para controle de dismenorréia ou de cistos ovarianos.”, destaca o ginecologista especialista em reprodução humana, Alfonso Massaguer.




Dr. Alfonso Araújo Massaguer - CRM 97.335 - Médico pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Ginecologista e Obstetra pelo Hospital das Clínicas e Especialista em Reprodução Humana pelo Instituto Universitário Dexeus – Barcelona. Dr. Alfonso é diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado) especializada em reprodução assistida. É professor responsável pelo curso de reprodução humana da FMU e membro da Federação Brasileira da Associação de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), das Sociedades Catalãs de Ginecologia e Obstetrícia e Americana de Reprodução Assistida (ASRM). Também é diretor técnico da Clínica Engravida e autor de vários capítulos de ginecologia, obstetrícia e reprodução humana em livros de medicina.



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