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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Doença dos nervos acomete cerca de cinco milhões de pessoas



·        A neuropatia é uma doença que afeta os nervos, prejudicando suas funções. Dentre as causas estão as deficiências nutricionais, diabetes e alcoolismo.

·         Quando os incômodos são negligenciados por tempo demais – chegando a 50% ou mais do tecido nervoso danificado – a neuropatia pode levar a danos irreversíveis.



Tique, formigamento e dormência podem ser sinais de que algo está errado com a saúde dos seus nervos. A neuropatia periférica é uma condição comum, porém pouco conhecida. Cerca de 2% a 7% da população é acometida pela doença, mas a prevalência chega a ser maior que 50% em idosos, diabéticos e alcoólatras1-5.

A neuropatia é uma desordem (doença) que afeta os nervos, prejudicando suas funções. Dentre as causas estão a deficiência de vitaminas do complexo B, diabetes, alcoolismo, dentre outros, mas também pode ocorrer sem um motivo identificado – esta é, então, referida como idiopática, ou "de nenhuma causa conhecida”1-3.
Já a neuropatia periférica ocorre quando há lesão no sistema nervoso periférico, como nos nervos das extremidades dos braços e das pernas.

“O sistema nervoso nos permite perceber, compreender e responder o mundo ao nosso redor. Ele coordena ações voluntárias como caminhar e ações involuntárias como a respiração e deglutição. Seu papel é vital para praticamente todas as funções de nosso organismo”, explica o Dr. Ronaldo Herrera, neurologista especialista em neurofisiologia e membro titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).

Segundo o neurologista, os sintomas da neuropatia podem ser amplos e variados e, muitas vezes, são sutis e considerados tão corriqueiros às pessoas, que não procuram ajuda médica. Porém, com o progredir da doença, sem o devido tratamento, os sintomas podem se agravar surgindo: dor ao simples toque, sensação de alfinetadas/agulhadas, sensação de ardor/dor em queimação e sensibilidade reduzida. Pode haver ainda a diminuição da capacidade de sentir estímulos dolorosos, redução do sentido do tato, perda de sensibilidade (sensação de anestesia), dormência, fraqueza muscular, cãibras musculares, formigamento e coceira. Surgem ainda sinais visíveis que podem incluir: dificuldades ao caminhar ou subir escadas, aumento dos batimentos cardíacos, disfunção da bexiga, tonturas e alteração da marcha2,4,6.

Existem ainda várias condições em que o dano ao nervo é causado por outra doença, sendo considerada uma complicação secundária. Dentre as condições estão: diabetes, genética (familiar sofre de neuropatia), idade avançada, toxinas ambientais (tabagismo), alcoolismo, deficiências nutricionais causadas por dietas restritivas ou dietas vegetarianas/veganas, efeitos colaterais de certos medicamentos e câncer7.

“Nem todos têm a clareza da importância de cuidar dos nervos, e acabam ignorando os sinais da neuropatia. Mas quando os incômodos são negligenciados por tempo demais – chegando a 50% ou mais do tecido nervoso danificado – a neuropatia pode levar a danos irreversíveis. O estágio máximo é atrofia do membro, podendo levar a perda funcional total”, afirma Dr. Ronaldo.

É aconselhável que a pessoa pertencente ao grupo de risco para neuropatias procure um especialista para avaliar os riscos, procurando se possível afastá-los, e da melhor forma proceder a prevenção da neuropatia.  Um diagnóstico preciso exige uma investigação abrangente e precoce que inclui anamnese, exame físico, neurológico e outros exames a serem solicitados pelo médico.
“O tratamento vai depender do estágio da doença, mas existem medicamentos para controle da dor como antidepressivos tricíclicos, ansiolíticos e analgésicos, além do uso de altas doses de vitaminas neurotrópicas como tratamento adjuvante na regeneração dos nervos”, conta o especialista.



Disclaimer
As informações contidas neste texto têm caráter informativo, não devendo ser usadas para incentivar a automedicação ou substituir as orientações médicas. O médico deve sempre ser consultado a fim de prescrever o tratamento adequado.




Referências

1. Kraychete DC, Sakata RK. Neuropatias periféricas dolorosas. Rev Bras Anestesiol. 2011; 61( 5 ): 649-658.
2. Landmann, G. SIG: Pain, Mind and Movement IV, Diagnosis and treatment of painful polyneuropathy, Psychiatrie & Neurologie, 2012; 5.
3. Mold JW, Vesely SK, Keyl BA, Schenk JB, Roberts M. The prevalence, predictors, and consequences of peripheral sensory neuropathy in older patients. J Am Board Fam Pract. 2004 Sep-Oct;17(5):309-18.
4. Callaghan BC et al., Distal Symmetric Polyneuropathy, The Journal of the American Medical Association, 2015
5. Chopra, K., & Tiwari, V.(2012). Alcoholic neuropathy: possible mechanisms and future treatment possibilities. BritishJournal of Clinical Pharmacology,73(3), 348–362. doi:10.1111/j.1365-2125.2011.04111.x
6. Vinik et al, Diabetic Autonomic Neuropathy, Diabetes Care, 2003
7. Monforte R, Estruch R, Valls-Sole J, et al. Autonomic and peripheral neuropathies in patients with chronic alcoholism. A dose-related toxic effect of alcohol. Arch Neurol. 1995 Jan. 52(1):45-51.
8. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
9. Boulton AJM et al. Diabetic somatic neuropathies. Diabetes Care 2004; 27: 1438-1486.
10. Lema MJ Types of neuropathic pain. Neuropathy News 2008-10.
11. Rebolledo AF. Guía clínica “Neuropatía Diabética” para médicos. Plast & Rest Neurol. 2005;4(1-2):35-7.




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