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A neuropatia é uma doença que afeta os nervos,
prejudicando suas funções. Dentre as causas estão as deficiências nutricionais,
diabetes e alcoolismo.
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Quando os incômodos são negligenciados por tempo demais –
chegando a 50% ou mais do tecido nervoso danificado – a neuropatia pode levar a
danos irreversíveis.
Tique, formigamento e
dormência podem ser sinais de que algo está errado com a saúde dos seus nervos.
A neuropatia periférica é uma condição
comum, porém pouco conhecida. Cerca de 2% a 7% da população é acometida pela doença,
mas a prevalência chega a ser maior que 50% em idosos, diabéticos e alcoólatras1-5.
A neuropatia
é uma desordem (doença) que afeta os nervos, prejudicando suas funções. Dentre
as causas estão a deficiência de vitaminas do complexo B, diabetes, alcoolismo,
dentre outros, mas também pode ocorrer sem um motivo identificado – esta é,
então, referida como idiopática, ou "de nenhuma causa conhecida”1-3.
Já a neuropatia periférica ocorre quando há
lesão no sistema nervoso periférico, como nos nervos das extremidades dos
braços e das pernas.
“O sistema nervoso
nos permite perceber, compreender e responder o mundo ao nosso redor. Ele
coordena ações voluntárias como caminhar e ações involuntárias como a
respiração e deglutição. Seu papel é vital para praticamente todas as funções
de nosso organismo”, explica o Dr. Ronaldo Herrera, neurologista especialista em neurofisiologia e membro
titular da Academia Brasileira de Neurologia (ABN).
Segundo
o neurologista, os sintomas da neuropatia podem ser amplos e variados e, muitas
vezes, são sutis e considerados tão corriqueiros às pessoas, que não procuram
ajuda médica. Porém, com o progredir da doença, sem o devido tratamento, os
sintomas podem se agravar surgindo: dor ao simples toque, sensação de
alfinetadas/agulhadas, sensação de ardor/dor em queimação e sensibilidade
reduzida. Pode haver ainda a diminuição da capacidade de sentir estímulos
dolorosos, redução do sentido do tato, perda de sensibilidade (sensação de
anestesia), dormência, fraqueza muscular, cãibras musculares, formigamento e
coceira. Surgem ainda sinais visíveis que podem incluir: dificuldades ao
caminhar ou subir escadas, aumento dos batimentos cardíacos, disfunção da
bexiga, tonturas e alteração da marcha2,4,6.
Existem
ainda várias condições em que o dano ao nervo é causado por outra doença, sendo
considerada uma complicação secundária. Dentre as condições estão: diabetes,
genética (familiar sofre de neuropatia), idade avançada, toxinas ambientais
(tabagismo), alcoolismo, deficiências nutricionais causadas por dietas
restritivas ou dietas vegetarianas/veganas, efeitos colaterais de certos
medicamentos e câncer7.
“Nem
todos têm a clareza da importância de cuidar dos nervos, e acabam ignorando os
sinais da neuropatia. Mas quando os incômodos são negligenciados por tempo
demais – chegando a 50% ou mais do tecido nervoso danificado – a neuropatia
pode levar a danos irreversíveis. O estágio máximo é atrofia do membro, podendo
levar a perda funcional total”, afirma Dr. Ronaldo.
É aconselhável que a pessoa pertencente ao
grupo de risco para neuropatias procure um especialista para avaliar os riscos,
procurando se possível afastá-los, e da melhor forma proceder a prevenção da
neuropatia. Um diagnóstico preciso exige uma investigação abrangente e
precoce que inclui anamnese, exame físico, neurológico e outros exames a serem solicitados
pelo médico.
“O tratamento vai depender do estágio da
doença, mas existem medicamentos para controle da dor como antidepressivos
tricíclicos, ansiolíticos e analgésicos, além do uso de altas doses de
vitaminas neurotrópicas como tratamento adjuvante na regeneração dos nervos”,
conta o especialista.
Disclaimer
As informações
contidas neste texto têm caráter informativo, não devendo ser usadas para
incentivar a automedicação ou substituir as orientações médicas. O médico deve
sempre ser consultado a fim de prescrever o tratamento adequado.
Referências
1. Kraychete DC, Sakata RK.
Neuropatias periféricas dolorosas. Rev Bras Anestesiol. 2011; 61( 5 ): 649-658.
2. Landmann, G. SIG: Pain, Mind and Movement IV,
Diagnosis and treatment of painful polyneuropathy, Psychiatrie &
Neurologie, 2012; 5.
3. Mold JW, Vesely SK, Keyl BA, Schenk JB, Roberts M.
The prevalence, predictors, and consequences of peripheral sensory neuropathy
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4. Callaghan BC et al., Distal Symmetric
Polyneuropathy, The Journal of the American Medical Association, 2015
5. Chopra, K., & Tiwari, V.(2012). Alcoholic
neuropathy: possible mechanisms and future treatment possibilities.
BritishJournal of Clinical Pharmacology,73(3), 348–362.
doi:10.1111/j.1365-2125.2011.04111.x
6. Vinik et al, Diabetic Autonomic Neuropathy,
Diabetes Care, 2003
7. Monforte R, Estruch R,
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toxic effect of alcohol. Arch Neurol. 1995 Jan. 52(1):45-51.
8. Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/
9. Boulton AJM et al. Diabetic
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10. Lema MJ Types of neuropathic pain. Neuropathy
News 2008-10.
11. Rebolledo AF. Guía clínica
“Neuropatía Diabética” para médicos. Plast & Rest Neurol. 2005;4(1-2):35-7.
Merck - www.merck.com.br
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