Professora
dos cursos de MBA da FGV, coach Daniela do Lago avalia os números do estudo e
orienta como as profissionais podem atingir altos cargos
No atual cenário de
discussões feministas em redes sociais e nos veículos de comunicação, nos
deparamos cada vez mais com informações sobre a redução da diferença entre os
gêneros no mercado de trabalho. Mesmo diante dessa melhoria, porém, muitas
pesquisas confirmam que essa desigualdade ainda existe.
Um estudo divulgado na
semana passada pelo Peterson Institute for International Economics, dos Estados
Unidos, revela que 60% das empresas não contam com mulheres
em seus conselhos e que apenas 5% contam com presidentes-executivas
mulheres. A pesquisa ouviu 22 mil companhias em 91 países.
Para a coach Daniela do Lago, professora dos cursos de MBA da Fundação Getúlio
Vargas, mesmo quando atingem cargos mais altos, as mulheres nem sempre
são bem recebidas. “Quando conseguem avançar na hierarquia, são julgadas de
acordo com os padrões masculinos e não de acordo com suas próprias
características. E muitas vezes são desvalorizadas por outras mulheres também”,
diz.
Daniela ainda afirma que, para ter um
bom desempenho dentro das empresas, é importante que as mulheres avaliem como
são as regras comportamentais do ambiente. “Essa é a única maneira de
continuarem vencendo no trabalho e avançando na hierarquia. É fundamental
sempre observar, esforçar e fazer o seu melhor, mostrando que trará resultados
positivos para a companhia”.
Falando especificamente sobre a situação
aqui no Brasil, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad), do IBGE,
revela que as mulheres trabalham cinco horas a mais por dia que os
homens. Para chegar a esse número, o estudo consultou 150 mil
famílias e concluiu que essas horas a mais são fruto da dupla jornada entre o
trabalho e as atividades dentro de casa.
“É importante avaliar que tanto a menor
ocupação de altos cargos gerenciais e quanto a maior quantidade de horas de
trabalho são questões comportamentais e culturais. Mas, é claro, essa situação
precisa continuar mudando. Minha dica para as mulheres é que não tentem ficar
parecidas com os homens, mas tentem utilizar as características que só nós
temos para entender o mecanismo das empresas e, então, conseguir melhores
espaços no mundo corporativo”, finaliza Daniela.
Daniela do Lago - é coach,
palestrante, professora dos cursos de MBA da Fundação
Getúlio Vargas nas disciplinas de Gestão de Pessoas, Comportamento Organizacional, Comunicação e Relacionamento Interpessoal e
escritora. Em 2014 lançou o livro “Despertar Profissional”,
pela Editora Integrare, que contém dicas práticas de comportamento no
trabalho
Nenhum comentário:
Postar um comentário