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sexta-feira, 18 de março de 2022

Prevenção de perdas se torna um tema cada vez mais relevante no comércio

Flavia Nunes, consultora de varejo da Complement Consultoria, revela como ter uma gestão mais eficiente no controle de perdas de uma empresa


Ao empreender em qualquer área do comércio, é importante estar atento a alguns fatores da indústria, mas, principalmente, no que diz respeito ao controle de prevenção de perdas.

De acordo com Flavia Nunes, consultora de varejo da Complement Consultoria & Marketing, que oferece soluções completas de implantação de modelos de negócios arrojados, com conceitos de operações que vão desde a abertura de pequenas lojas até a sua plena expansão, existem duas modalidades de perdas que devem ser levadas em consideração pelos gestores. “É possível classificar utilizando os termos prevenção de perdas e prevenção de quebras. A primeira, é o resultado dos produtos que não constam mais no estoque e não se sabe o motivo certo de sua falta. Enquanto a prevenção de quebras representa os produtos que foram danificados, vencidos ou não podem mais ser comercializados”, explica.

Para a especialista, é importante que os colaboradores exerçam suas funções com extrema atenção para diminuir as chances de erros. “Cada conferente de produtos é um representante de prevenção de perdas na loja e é importante ser um exemplo de conduta para os outros colegas e funcionários. Além disso, eles devem pontuar todas as situações inesperadas ao gerente do estabelecimento, transformando a tomada de decisões em algo mais imediato”, pontua.

A consultora revela que é necessário fazer um acompanhamento detalhado de cada item, desde sua chegada até o momento de exposição nas gôndolas e vitrines. “O agente de prevenção de perdas tem o papel fundamental de acompanhar a contagem correta das mercadorias, além de verificar se o produto mencionado na caixa é o mesmo do interior. Também é importante criar um processo de organização e limpeza tanto no recebimento, quanto na exposição dos itens. Isso facilita a vida de clientes e colaboradores”, relata.

Esse conceito tem se expandido cada vez mais no mercado, com empresas adotando uma tipologia detalhada para diferenciar e classificar cada tipo de perda ou dano que eles possam enfrentar. “A concepção não se limita apenas ao controle de perdas em um estoque, mas também em perdas financeiras, administrativas, comerciais, legais e até mesmo de produtividade. Portanto, gestores de áreas comerciais diferentes devem estar atentos a cada detalhe de diversos setores de uma organização”, relata Flávia.

De acordo com a especialista em varejo, a solução para uma maior eficiência nesse setor é simples: siga os processos estabelecidos. “Para ter sucesso é necessário cumprir os procedimentos. Eles são definidos pela empresa com o intuito de facilitar os processos e obter melhores resultados, portanto, é importante manter uma boa sinalização informando como realizá-los de forma simples e objetiva. Vale lembrar que a educação é um quesito primordial na hora de orientar o cumprimento das normas, transparecendo uma postura exemplar e ética ao restante dos colaboradores”, finaliza.

 


Flávia Nunes - consultora de varejo com expressivas passagens por grandes empresas do segmento supermercadista. Atualmente, está à frente de grandes projetos como Consultora de Varejo na empresa Complement Consultoria & Marketing. Como estudiosa do Varejo e Prevenção de Perdas, participa de diversos cursos nas áreas de Prevenção de Perdas, Gestão, Finanças e como última formação MBA – Varejo Físico e On-line – USP/ESALQ.

 

Complement Consultoria & Marketing

http://www.complement.com.br/

instagram @ccomplement ou LinkedIn Complement Consultoria & Marketing


As profissões criadas para o desenvolvimento do Metaverso

Tatiany Melecchi, fundadora da Consultoria Transforma People & Performance, revela como profissionais de tecnologia podem desbravar esse novo universo na vida real


Com uma popularidade cada vez maior, o Metaverso começou a chamar a atenção de empresas e investidores. Esta nova camada da realidade integra os mundos real e virtual em um ambiente imersivo, que pode ser utilizado com diversas tecnologias, seja realidade virtual, realidade aumentada e até mesmo hologramas.

Dentro deste universo as pessoas podem interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social através de seus avatares. Mas para criar um mundo mais realista e revolucionário, é preciso que trabalhadores dedicados se interessem pelas profissões que estão sendo criadas para o desenvolvimento do Metaverso.

Tatiany Melecchi, CEO da Consultoria Transforma People & Performance, relata que já existem profissões direcionadas a profissionais especializados no desenvolvimento de software e códigos, em que eles podem exercer suas habilidades em um projeto que promete revolucionar a indústria. “As funções de Construtor de Mundos e Desenvolvedor de Avatares, por exemplo, podem ser perfeitas para programadores de jogos ou até mesmo designers. Os construtores são responsáveis por construir os mundos, empresas, locais de eventos, feiras, parques, e todas outras localidades. Enquanto isso, os desenvolvedores de avatares criam todos os visuais que as pessoas poderão escolher para representá-los dentro da plataforma”, revela.

As funções não param apenas no desenvolvimento visual desse novo universo virtual, sendo necessário contar com profissionais capacitados da área de cibersegurança e até mesmo criação de hardware. “Os construtores de hardware do metaverso são responsáveis pelo desenvolvimento de sensores, óculos virtuais (VR), luvas, câmeras e headsets que são usados para uma maior imersão nesse mundo. Mas é necessário estar atento com a segurança online desse ambiente, que vai contar com os dados de milhões de usuários e empresas. Os profissionais deste setor deverão bloquear ataques em tempo real, garantindo que leis e protocolos de segurança sejam respeitados dentro e fora”, pontua a especialista em marketing. 

O Brasil carece de trabalhadores na área tecnológica, com diversas empresas enfrentando um desafio frequente para encontrar mão de obra qualificada no setor. Tatiany acredita que a introdução do metaverso pode, de alguma forma, movimentar o mercado nacional. “Até 2024, serão necessários 70 mil especialistas ao ano para ocupar todas as vagas geradas. No entanto, o Brasil capacita apenas 46 mil pessoas aptas para trabalhar na área de TI por ano. Esse déficit é, claramente, um problema para a expansão prevista para o Metaverso nos próximos 10 anos, mas pode ser aproveitada por profissionais qualificados”, relata.

Uma das soluções para essa carência na categoria, é a qualificação de trabalhadores dentro das próprias empresas. “O Banco BMG, por exemplo, criou uma escola de programação com imersão em projetos reais. Ao concluir o curso, os participantes com alto desempenho são contratados imediatamente pelo próprio banco ou empresas parceiras. Por outro lado, o Google oferece uma série de cursos e certificações de programação e inteligência artificial e acredito que, em breve, disponibilizará cursos voltados ao desenvolvimento do Metaverso. Além disso, existem leis de incentivo, como o Marco Legal da Ciência, Tecnologia e Inovação, que buscam dar estímulos a estas parcerias”, finaliza a CEO.

 


Tatiany Melecchi - mestre em Marketing pela Massey University, Nova Zelândia, a primeira brasileira certificada como Professional in Talent Development pela ATD (Association for Talent and Development) nos EUA, Coach ACC pela ICF pela International Coach Federation e Facilitadora Internacional Certificada pela LTEN (Life Sciences Trainers & Educators Network) nos EUA e facilitadora Internacional certificada em Neurociência da Gestão da Mudança pela 7th Mind, Inc nos EUA. Atualmente é autora da ATD Sales Enablement Community of Practice e CEO Fundadora da Consultoria Transforma People & Performance, onde dedica a sua carreira à pesquisa e desenvolvimento de metodologias e soluções inovadoras de aprendizagem. que visam facilitar a transferência do aprendizado para prática nas organizações e consequentemente maximizar a performance e resultados.


Canadá tem mais de 800 mil oportunidades de emprego em aberto por falta de mão de obra qualificada

País enfrenta escassez de bons profissionais; vagas são para diversos setores

 

O Canadá está enfrentando problemas para preencher as suas mais de 800 mil oportunidades de emprego. O país está oficialmente buscando novos trabalhadores. “O salário-mínimo de lá é de 2.000 dólares canadenses, então dá para ter uma ideia do quanto o trabalho é extremamente valorizado”, destaca Daniel Braun, presidente da Cebrusa Northgate, empresa que oferece soluções de imigração para o Canadá.

As oportunidades são para diversos cargos, como médicos, enfermeiros, engenheiros e profissionais de TI. Mas engana-se quem pensa que são vagas apenas para quem tem nível superior, o país também precisa de profissionais como: motoristas, cabelereiros, soldadores, caminhoneiros, encanadores, entre outros.

Segundo Braun, são muitas as oportunidades e em diversas áreas. “Acontecem feiras de empregos pelo mundo todo para o preenchimento dessas vagas, além disso, o país também oferece mais de 60 programas de imigração e sem o planejamento necessário fica difícil saber qual programa se encaixa melhor com o perfil de quem quer morar lá. Eu quero ajudar quem deseja morar no país a conquistar uma vida por lá, independente da experiência profissional, da idade e do idioma. Por isso, estamos com inscrições abertas para o ‘Fórmula de Imigração’, nosso programa de estudos onde você vai ver como é possível trabalhar no Canadá de maneira descomplicada”.


O que é o Fórmula de Imigração

Programa de mentoria oferecido pela Cebrusa Northgate para quem deseja morar legalmente no Canadá, independente da formação acadêmica e experiência profissional. “O Fórmula de Imigração mostra um passo a passo de como morar no país, tornando a imigração simples e objetiva”, afirma Armando Stocco, sócio da Cebrusa Northgate e consultor regulamentado de imigração.

Segundo Stocco, o Canadá já foi considerado por 5 anos consecutivos pela U.S. News & World Report’s, o país com a melhor qualidade de vida do mundo. “O Canadá é um lugar incrível para morar, mas sofre com uma população com idade alta e baixa taxa de natalidade. O país precisa girar sua economia e a forma que o país achou foi com a imigração, por isso, programas como o ‘Fórmula de Imigração’ é tão importante nesse processo. Nossa equipe vai ajudar o interessado em toda a rota indicando o próximo passo a ser dado. É possível poupar tempo e esforço, além de potencializar as chances de morar legalmente no país”.

Deseja saber mais sobre o “Fórmula de Imigração”? Acesse https://danielbraun.com.br/oportunidade_formula

 


Cebrusa Northgate


Dia Internacional das Florestas

Estruturação de políticas públicas e ações coordenadas são urgentes para garantir a preservação de florestas e áreas verdes

Pessoas dependem diretamente das florestas para obter abrigo, alimentos, medicamentos, energia e renda, afirma especialista

 

Brasil tem 12% das florestas do mundo e é o país que mais perdeu área florestal na última década

O Brasil é o país que mais perdeu área de floresta na última década, com 1,5 milhão de hectares perdidos a cada ano, nos últimos 10 anos. Foto: Pixabay

 

Projetos de plantio e restauração, florestas em regiões urbanizadas, parques e corredores verdes preservam a vida de espécies, reduzem ilhas de calor, contribuem com a captação de água, minimizam impactos de enchentes, melhoram a qualidade do ar, diminuem ruídos, proporcionam serviços ecossistêmicos e ainda favorecem atividades ligadas ao lazer, bem-estar e qualidade de vida para a população. Esses são importantes exemplos de ações e os consequentes impactos positivos oferecidos pela natureza que valem ser lembrados neste Dia Internacional das Florestas (21/3).

 

“As florestas abrigam cerca de 80% da biodiversidade terrestre mundial, o que já deveria ser o suficiente para que fossem mais protegidas. Mas o papel que elas têm na saúde e no bem-estar humano reforçam ainda mais a necessidade de políticas públicas para garantir a sobrevivência desses ambientes. Bilhões de pessoas dependem diretamente das florestas para obter abrigo, alimentos, medicamentos, energia e renda”, diz a pesquisadora Teresa Magro, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professora associada do Departamento de Ciências Florestais da Universidade de São Paulo (USP).

 

O Dia Internacional das Florestas foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1971, para conscientizar a população sobre a importância das florestas para a vida no planeta. Cobrindo praticamente um terço da superfície terrestre, as florestas fornecem serviços essenciais, como a produção de alimentos, regulação do clima e proteção do solo e dos recursos hídricos.

 

De acordo com o Relatório de Avaliação Global dos Recursos Florestais de 2020 da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), 12% das florestas do mundo estão no Brasil, totalizando 497 hectares de área florestal. Entretanto, o mesmo relatório aponta que o Brasil é o país que mais perdeu área de floresta na última década, com 1,5 milhão de hectares perdidos a cada ano, nos últimos 10 anos. O mundo, todos os anos, perde 10 milhões de hectares, o que faz com que de 12% a 20% de emissões globais de dióxido de carbono (CO2) deixem de ser absorvidas pela floresta e sejam lançadas diretamente na atmosfera.

 

Para Cecília Herzog, também membro da RECN, professora e pesquisadora do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), a importância das florestas pode ser considerada por diferentes ângulos, desde o nível macro, por sua relação direta com as mudanças climáticas, até no aspecto regional ou local, observado na saúde e qualidade de vida da população nos centros urbanos. “As florestas nos fornecem serviços ecossistêmicos de valor inestimável. Desde a regulação do clima e das chuvas necessárias para garantir as atividades econômicas diversas, como a agricultura, passando pelo fornecimento de água e energia, até a sensação de bem-estar que a natureza proporciona, mesmo por meio de ilhas verdes nas selvas de pedras”, ressalta a pesquisadora.

 

As florestas têm no desmatamento a sua maior ameaça. De acordo com dados do Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, elaborado pelo projeto MapBiomas, 13,8 mil quilômetros quadrados foram desmatados no País em 2020, 99% de forma ilegal, um crescimento de 14% em comparação com 2019. Segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o desmatamento no Cerrado aumentou 7,9%, entre agosto de 2020 e julho de 2021, alcançando a marca de 8.531 quilômetros quadrados perdidos, o maior desde 2015. O desmatamento na Amazônia, em 2021, foi o pior em 10 anos, de acordo com o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). Os dados apontam que mais de 10 mil quilômetros de mata nativa foram destruídos no ano passado — um crescimento de 29% em relação a 2020.


 

Cada árvore conta

 

Entre as medidas de proteção de áreas florestais está a criação de Unidades de Conservação, que podem ser públicas ou privadas. Além de proteger a biodiversidade local, as unidades têm potencial de contribuir com o desenvolvimento regional. A Fundação Grupo Boticário, por exemplo, mantém duas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN): a Reserva Natural Serra do Tombador, em Cavalcante, no Cerrado goiano; e a Reserva Natural Salto Morato, no município paranaense de Guaraqueçaba, no coração da Grande Reserva Mata Atlântica. Enquanto a primeira tem concentrado esforços nas ações de conservação e pesquisas científicas, especialmente em relação à ecologia do fogo, a segunda tem investido amplamente em ações recreativas e educativas, sendo aberta à visitação e vivência com a natureza. Juntas, elas preservam mais de 11 mil hectares de vegetação nativa. 

A manutenção de áreas como essas traz uma série de benefícios para toda a sociedade, especialmente por meio de serviços ecossistêmicos fornecidos pela natureza, como a proteção a nascentes, garantindo a qualidade de recursos hídricos, sequestro de carbono e proteção de espécies raras e ameaçadas. Outros benefícios fundamentais são a geração de ICMS Ecológico para os municípios onde as reservas estão localizadas, o conhecimento científico gerado a partir de diversas pesquisas de campo e o desenvolvimento socioeconômico do entorno, especialmente por meio de atividades de turismo ecológico.

 


Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) www.fundacaogrupoboticario.org.br

 

 

Fundação Grupo Boticário


Avaliação escolar: qual o seu papel?

Por muito tempo, a avaliação foi elencada como vilã no cotidiano escolar dos estudantes. Os jargões “vale nota?”, “vai cair na prova?”, entre outros, ilustravam o caráter imediatista de se aprender ou anotar o conteúdo apenas para poder “tirar” nota nas avaliações que se apresentavam e tão somente de forma classificatória. 

Há muito tempo a avaliação escolar tem sido alvo de grandes discussões com o intuito de torná-la uma etapa mais eficiente no processo de ensino e aprendizagem. Desprezar os paradigmas modernos de avaliação educacional é não valorizar o papel significativo que essa ferramenta apresenta, pois, por meio dela, é possível monitorar o progresso do aluno, orientando-o sobre pontos de melhoria e desenvolver aulas alinhadas às lacunas de aprendizado que precisam ser preenchidas.  

A avaliação deve ser vista como um investimento no desenvolvimento de habilidades não consolidadas e, em última instância, converter em notas os aprendizados apresentados pelos alunos. A classificação dos alunos por nível de desempenho acontecerá como uma consequência natural do processo de avaliação. O olhar para os resultados precisa ser amplo e direcionado para todos e tudo o que o sistema avaliativo abraça. 

Atualmente, a avaliação escolar é composta por diferentes modalidades e trabalhar na integração com esses modelos pode garantir excelentes resultados, porque cada um deles contempla habilidades diversas, atingindo as singularidades dos diversos perfis de alunos. São elas: 

- Avaliação Diagnóstica: como o próprio nome já diz, esse instrumento avaliativo é utilizado para que o professor tenha subsídios sobre o aprendizado do aluno. Geralmente é feita antes de iniciar um ciclo, ajudando a identificar uma base para iniciar os trabalhos e as eventuais defasagens no aprendizado. Esse tipo de avaliação pode ser quantificado, mas o objetivo é colher evidências pedagógicas que apontem as fragilidades e potencialidades do aluno frente ao processo de ensino e aprendizagem. No programa de avaliação diagnóstica temos as avaliações de sondagem em larga escala aplicadas por empresas especializadas.  

- Avaliação Formativa: trata-se de um conjunto de práticas que utiliza diferentes métodos avaliativos para medir, de maneira profunda e individual, o processo de ensino e aprendizagem. Nesta modalidade, temos como critérios para as atividades avaliativas a participação do aluno em trabalhos em grupo, debates, seminários, autoavaliação etc. Além disso, é chamada de formativa por indicar como os alunos estão se modificando em direção aos objetivos pré-estabelecidos e sua função é acompanhar esse processo para o alcance das metas planejadas. 

- Avaliação Somativa: avalia o desempenho escolar do aluno como um todo e, geralmente, acontece quando se encerra um ciclo. Por meio desse instrumento é possível delinear e nivelar o aprendizado escolar de um determinado número de estudantes. É reconhecida pela sua função classificatória por meio da atribuição de notas. 

Trabalhar todos os tipos de avaliação é importante, pois ao entrelaçar os resultados é possível ter uma visão global do processo de aprendizado de cada aluno e, assim, com resultados fidedignos, as intervenções pedagógicas podem ser mais adequadas, garantindo um cotidiano escolar producente que resultará numa educação de qualidade.

 

“Quem é sábio ouça essas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor”.
-- Salmos 107:43

 

Andréa Fanton - assessora pedagógica do Colégio Presbiteriano Mackenzie Tamboré Internacional


Governo de SP acaba com uso de máscaras em locais fechados

 João Dória informou, ontem, quinta-feira (17), que não será mais obrigatório o uso de máscaras de proteção em ambientes fechados. Essa flexibilização desobriga o uso de máscaras nesses locais, com exceção do transporte público, como ônibus, trens e metrôs.  

O novo decreto será publicado em edição extra do “Diário Oficial do Estado" e já está valendo. A utilização das máscaras agora se torna opcional em ambientes como escritórios, comércios, salas de aula, academias, entre outros. A decisão foi baseada em análises técnicas do Comitê Científico do Coronavírus de São Paulo. Os especialistas levaram em consideração o índice de vacinação com duas doses no estado, que atingiu a meta definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde (MS) de 90% da população elegível, ou seja, acima de 5 anos imunizada. Mas já é a hora de tirar a máscara? A taxa de transmissão pode aumentar com a ausência das máscaras? Quais as precauções que os cidadão deve tomar se resolver tirar a máscara nesse momento? Já é vida normal ou será preciso ainda tomar cuidado? Para responder essas e outras questões, os hospitais IGESP e HSANP disponibilizam infectologistas e especialistas de outras áreas que podem auxiliar nessas questões.


 Hospital IGESP


Consumo Fora do Lar (OOH) no mundo ainda não atinge nível pré-pandemia, mostra Kantar

 Relatório Barômetro OOH destaca bom desempenho de refrigerantes e lanches no último ano

 

 

Por todo o mundo, à medida que as restrições vão acabando e a confiança dos consumidores cresce, os hábitos de consumo vão gradualmente retornando ao que eram antes da pandemia de Covid-19, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido. De acordo com novo relatório Barômetro OOH da Kantar, líder global em dados, insights e consultoria, as categorias que mais vêm se beneficiando com o retorno das pessoas às ruas são lanches e bebidas não alcoólicas fora de casa (OOH), que começam a mostrar rápida recuperação.


Globalmente, as vendas em valor fora do lar aumentaram pelo terceiro trimestre consecutivo no 4º trimestre de 2021, com incremento de 19%, em comparação com uma queda de 25% no mesmo período em 2020. Isso impulsionou o valor de mercado total dentro e fora do lar em 6% ano a ano, com as maiores contribuições (quase ¾) vindas do Reino Unido, Espanha, China e França.


Apesar do cenário geral positivo, ao observar a evolução dos gastos OOH nessas categorias ao longo dos três últimos anos, percebe-se que ela ainda é 10% menor do que era no quarto trimestre de 2019. E mesmo que a proporção do valor total das vendas de OOH tenha aumentado de 30% para 34%, na comparação entre os quartos trimestres de 2020 e 2021, não atingiu o nível pré-pandêmico de 39%.

 

O desempenho de bebidas consumidas fora do lar foi melhor do que o de lanches, com crescimento de 22% e 14%, respectivamente, em 2021, no comparativo com 2020. A recuperação tem sido mais rápida nas categorias mais dependentes das ocasiões fora de casa, como bebidas não alcoólicas, café e sorvetes, que mais sofreram durante o isolamento social, principalmente por não conseguirem reproduzir os momentos de consumo fora do lar dentro de casa, como fizeram, com sucesso, chocolates e salgadinhos.

 

As vendas com refrigerantes em ocasiões fora do lar contribuíram com 49% do total do valor de mercado In&Out, versus 42% no 4º trimestre de 2020, mas ainda abaixo dos 57% que representavam em 2019. Enquanto isso, apesar de não terem voltado aos níveis pré-pandemia, as categorias café e sorvete estão crescendo.

 

Desempenho do Fora do Lar no Brasil

 

No Brasil, o mais recente estudo Consumer Insights 2021, mostra que o consumo de alimentos e bebidas fora de casa caiu 7 pontos percentuais nos últimos três anos – em 2019, fora do lar representava 47% do consumo total brasileiro, e em 2021 chegou a 40%. Vale ressaltar, no entanto, que no 4º trimestre de 2021 a venda em unidades de alimentos e bebidas fora do lar alcançou seu melhor patamar desde o 2º trimestre de 2020.

 

São Paulo e Rio de Janeiro foram as regiões mais impactadas por essas medidas, mas já apresentam um cenário de retomada visto a partir do segundo semestre de 2021. Enquanto isso, cidades do Nordeste e do Sul já retornaram aos patamares pré-pandemia. 

 

Com a inflação acima de 10%, nem o repasse de preços e nem o aumento do número de compradores (+2,1%) foi suficiente para frear a queda em valor do consumo fora de casa no Brasil, que ficou estável em -0,5% entre 2020 e 2021.

 

No curto prazo, a busca por sabor é a principal responsável pela retomada do consumo fora de casa, tendência que vem impulsionando as categorias de indulgência em momentos de socialização. O consumo de balas e gomas, por exemplo, cresceu 1,9% em 2021 na comparação com 2020. Sorvetes (+1,8%), bolos (+0,8%), biscoitos (+0,8%) e hambúrgueres (+0,5%) também aparecem entre os itens mais procurados pelos brasileiros fora do lar.

 

O estudo indica que incentivar a retomada da frequência de compras fora do lar (que caiu 9,5% nesse mesmo período) pode ser a melhor estratégia para alavancar os resultados em 2022, e retornar a números semelhantes aos do período anterior à Covid-19.

 

O relatório Barômetro contemplou entrevistados de 8 países – Reino Unido, França, Espanha, Portugal, China, Tailândia, México e Brasil -, sendo que por aqui a amostra contou com 2.370 indivíduos de sete regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Fortaleza e Recife.

 


Kantar

www.kantar.com/brazil


Saúde 5.0: inovação na saúde avança em ritmo acelerado

Passados dois anos do surgimento da Covid-19, ainda lutamos contra a doença. Mesmo com o desenvolvimento de vacinas, ainda estamos trabalhando para imunizar toda a população e tentar voltar a ter uma vida o mais próxima do normal.

Especificamente na saúde, em dois anos de pandemia, houve uma revolução. O surto do coronavírus demonstrou para as instituições de saúde a indispensabilidade de se ter uma medicina mais estratégica, com atuação alinhada e moldada para a prestação de serviços à distância.

Ao mesmo tempo, não se pode deixar de considerar o esforço gigantesco de toda a ciência no intuito de encontrar soluções que amenizem a difícil realidade trazida pela pandemia.

Como consequência, aparelhos foram aprimorados, novos procedimentos foram criados, normas foram desenvolvidas e uma série de inovações tem surgido a cada dia. Outro importante legado foi a regulamentação da telemedicina no Brasil. Além disso, a oferta de exames remotos cresceu no mundo, por meio de produtos oferecidos por startups.

Os gestores de saúde estão conscientes dessas novidades e têm trazido as inovações para suas empresas, sejam elas hospitais, clínicas ou planos de saúde.

O paciente também vem se tornando cada vez mais conhecedor de sua própria saúde com as facilidades de informação trazidas pela internet, assim como os compartilhamentos pelas redes sociais.

Mesmo antes do advento da pandemia, o setor da saúde já vem, há alguns anos, inserindo a tecnologia de ponta em seus processos. Soluções cada vez mais avançadas passaram a fazer parte do cotidiano de médicos e demais profissionais de saúde. Mas, para além da introdução das novas tecnologias, outro caminho está sendo percorrido: o da ampla conectividade, definido como “Saúde 5.0”.

Intensas transformações já vinham ocorrendo com a denominada “Saúde 4.0”, que possibilitou diagnósticos mais ágeis e precisos, cirurgias menos invasivas com equipe médica sendo auxiliada por tecnologias especiais, como robôs, além de inovações que afetam diretamente o paciente, como o agendamento de consultas on-line por meio de plataformas providas de inteligência artificial e a própria teleconsulta.

No entanto, com a Saúde 5.0, toda a implementação dessa tecnologia avança para um novo patamar, não apenas focado em processos isolados mais eficientes, mas promovendo uma verdadeira integração que considera o novo perfil de paciente, mais exigente, questionador e independente, que usa recursos digitais para o seu atendimento.

Enquanto a Saúde 4.0 considerava uma visão de sistemas integrados para a melhoria de processos, o conceito de Saúde 5.0 traz a visão de sistemas integralmente conectados e que assumem o protagonismo do paciente.

Portanto, a Saúde 5.0 é uma evolução do conceito de Saúde 4.0, com tecnologias sendo desenvolvidas especificamente para o setor e pensadas para uma melhor experiência do paciente.

Com um tratamento mais eficaz, um dos maiores benefícios da Saúde 5.0 é a assertividade em todas as etapas de promoção da saúde, proporcionando agilidade, qualidade e segurança de dados.

A proposta da Saúde 5.0 é, principalmente, oferecer às instituições médicas um sistema inteligente e seguro, proporcionando ao médico o acesso a todos os dados referentes ao paciente em atendimento.

Esperemos agora os avanços para os próximos anos.




José Rubens Almeida - graduado em ciências da computação e diretor da AGM Automação, que produz toda a linha de equipamentos Psiu sem fio. www.psiusemfio.com.br


Burnout como doença do trabalho. O que a Comunicação Interna e RH devem fazer?

 

Um dos temas que ganhou mais espaço dentro das organizações devido à pressão da pandemia foi o cuidado com a saúde mental dos colaboradores. Indo de encontro com esse movimento, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a classificar a Síndrome de Burnout como doença do trabalho.

 

Válida desde 1º de janeiro de 2022, a classificação é bastante simbólica, já que neste mesmo mês acontece a campanha Janeiro Branco, que propõe a conscientização sobre as necessidades relacionadas à saúde mental.

 

De acordo com a OMS, o burnout deixa de ser um “simples” problema mental e quadro psiquiátrico e passa a ser considerado como “estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. 

 

Ainda segundo a organização, os sintomas dessa síndrome são:

  • sensação de esgotamento
  • cinismo ou sentimentos negativos relacionados a seu trabalho
  • eficácia profissional reduzida

Neste artigo, saiba como é a atual situação nas empresas e qual o papel de Comunicação Interna e RH no assunto. Confira.

 

Alertas ligados para o burnout

 

Segundo o Índice de Bem-estar Corporativo do Zenklub em 2021, que foi respondido por mais de 1.600 profissionais de 335 empresas, o nível de bem-estar no mercado brasileiro recebeu a nota de 49,25.

 

Um dos fatores de grande impacto na nota foi justamente o burnout, com relatos de esgotamento por parte dos colaboradores. O mesmo estudo mostra que, dentre os “inimigos do bem-estar”, a síndrome aparece em primeiro lugar, com 58,75%.

 

De acordo com a Exame: “se antes o esgotamento e o estresse preocupavam a gestão de pessoas pela falta de engajamento, menor produtividade ou a perda de profissionais, agora o Burnout ganha mais um fator de risco jurídico e financeiro”.

 

A Forbes compartilhou algumas dicas práticas para os profissionais que enfrentam o burnout:

  • Conheça a origem do seu esgotamento;
  • Diga algo, peça ajuda à empresa;
  • Reconecte-se com os seus valores.

 

Comunicação Interna e RH contra o burnout

 

Precisamos levar em consideração que, com o avanço da vacinação e a volta de muitas empresas para um modelo presencial e/ou híbrido, as pessoas estão receosas e nervosas com o que as espera nesse novo cenário. 

 

Sendo assim, a CI deve continuar investindo em uma comunicação transparente, construindo e mantendo relações de confiança com o colaborador.

 

Além disso, a área deve manter em seu radar a constante comunicação sobre a importância do cuidado com a saúde mental, evitando que quadros se agravem e síndromes como o burnout apareçam.

 

Já o RH deve manter a saúde mental e seus cuidados como uma das prioridades para o novo ano (e para os próximos também), pois cuidar do colaborador reflete na sua felicidade e produtividade. 

E, indo além, demonstra grande respeito pelo profissional como pessoa, antes de qualquer vínculo empregatício, algo que é muito buscado hoje em dia.

 

Ações que promovam bem-estar, como benefícios e/ou campanhas que incentivem o equilíbrio entre vidas profissional e pessoal, devem fazer parte do planejamento da área.

 

Gabriel Kessler - CGO do Dialog.ci


Governo Federal anuncia programa de microcrédito digital que vai beneficiar 4,5 milhões de empreendedores

 A iniciativa será executada em parceria com o Sebrae que oferecerá capacitação para os empreendedores interessados em acessar recursos ou ainda se formalizar como MEI


O Governo Federal, por meio do Ministério do Trabalho e Previdência (MTP), lançou nesta quinta-feira (17), o Programa Renda e Oportunidade - que prevê uma série de medidas para alavancar a retomada do emprego e da economia no país. Uma delas é a criação do programa SIM Digital - Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedores. A iniciativa, executada pela Caixa Econômica Federal e instituições financeiras interessadas, terá apoio do Sebrae.

A ideia é que os empreendedores recebam capacitação em gestão financeira do Sebrae para mitigar os riscos de aplicação dos recursos em seus negócios e ainda tenham oportunidade de se formalizar como microempreendedores individuais (MEI), com direito aos benefícios da Previdência Social.

O presidente do Sebrae, Carlos Melles, acredita que a contribuição da instituição será essencial para a redução da inadimplência, mas o mais importante é o impacto que terá no sucesso e sustentabilidade dos pequenos negócios. “Essa capacitação do Sebrae vai permitir que o MEI faça uma reflexão sobre a real necessidade de empréstimo, sobre sua capacidade de pagamento, quanto vai tomar de crédito e quanto consegue pagar por mês”, explicou.

A expectativa é que 4,5 milhões de empreendedores brasileiros sejam beneficiados com o programa nos próximos 12 meses. Segundo o governo, a medida não tem impacto fiscal e contempla R$ 3 bilhões em recursos do FGTS para aquisição de cotas do Fundo Garantidor de Microfinanças - FGM, que irá mitigar os riscos das operações.

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro, reforçou o papel dos empreendedores na geração de emprego e renda no país. “Quem cria emprego não é o governo federal e sim o empreendedor. Nós damos os meios para que eles possam investir e gerar empregos, facilitando a vida deles, como por exemplo, diminuindo impostos”, destacou.

Na ocasião, o presidente da Caixa Pedro Guimarães afirmou que as operações têm início a partir do dia 28 de março. Segundo ele, os valores do microcrédito para os MEI podem chegar até 3 mil reais, com pagamento em até 24 vezes, com taxas de juros a partir de 1,99% a.m. “No caso dos MEI, as operações serão iniciadas nas agências, mas em dois meses também estarão disponíveis pelo aplicativo Caixa Tem”, informou.

Por sua vez, o ministro da Economia Paulo Guedes, aproveitou para destacar os esforços do governo para aumentar a produtividade, consolidação fiscal e democratização do crédito no país. “Essa medida vai dar condições para que 18 milhões de MEI tenham acesso ao crédito e que funciona como uma rampa de ascensão social para que as pessoas possam reconstruir suas vidas impactadas pela pandemia”, ressaltou.

Em seu discurso, o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, adiantou que o microcrédito digital simplificado terá uma segunda fase. “Teremos um microcrédito de investimento que poderá chegar até R$ 4 mil para compra de equipamentos para salões de beleza, para um pequeno restaurante, para aquele que serve quentinha para os escritórios nas grandes cidades”, afirmou.


Entenda

Em um primeiro momento, o empreendedor que ainda não estiver formalizado terá acesso a um valor menor de crédito, mas ao se formalizar ele se torna habilitado para um segundo empréstimo maior e mais consistente. O Sebrae vai atuar como agente de capacitação no pré-crédito orientado desses negócios já formalizados. Essa capacitação será voltada para a gestão financeira do negócio e será realizada de forma integralmente online, em atividades com 4 horas de duração.


Menor inclinação do eixo da Terra provocou, no passado, o ressecamento do clima no Nordeste

O aumento na duração da estação seca resultou em diminuição da cobertura arbórea e expansão da vegetação de tipo savânica ou campestre no Cerrado. Mudança climática em curso pode levar a situação semelhante no final do século 21 (paisagem do Cerrado na bacia do rio São Francisco; foto: acervo dos pesquisadores)

 

 A bacia hidrográfica do rio São Francisco abriga parte substancial do Cerrado, além de amplas áreas de Caatinga e, em menor proporção, de Mata Atlântica. O Cerrado ocupa a porção central da bacia e seu complexo bioma apresenta diversas fisionomias, variando desde a vegetação aberta, sem árvores e com expressivo estrato herbáceo e pequenos arbustos, até o dossel fechado, com densa ocorrência de árvores.

A densidade da cobertura arbórea tem profunda importância ecológica nesse bioma, exercendo grande influência em fatores como propagação do fogo, fauna local, ciclo hidrológico e balanço de carbono. Reconstruções precisas da vegetação do passado são fundamentais para entender a distribuição e a diversidade atuais da flora do Cerrado e para projetar cenários futuros.

Um estudo recentemente publicado no periódico Quaternary Science Reviews mostra que a densidade de árvores no Cerrado foi majoritariamente controlada pela duração da estação seca nos últimos 45 mil anos.

O trabalho é parte da dissertação de mestrado de Jaqueline Quirino Ferreira e foi coordenado por Cristiano Mazur Chiessi, professor da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP). Recebeu apoio da FAPESP por meio de dois projetos (18/15123-4 e 19/24349-9) – um deles vinculado ao Programa de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas Globais (PFPMCG) e outro ao Programa de Pesquisas em Caracterização, Conservação, Recuperação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Estado de São Paulo (BIOTA).

“Para correlacionar a variação do clima com a densidade de árvores, utilizamos indicadores independentes de precipitação e vegetação registrados em sedimentos coletados ao largo da desembocadura do rio São Francisco. Mais especificamente, analisamos as composições de isótopos de hidrogênio e carbono em ceras de plantas oriundas da bacia do São Francisco e depositadas em sedimentos marinhos”, diz Ferreira.

Segundo a pesquisadora, essas ceras são lipídeos que se formam sobre as folhas e controlam o processo de evapotranspiração da planta, ao mesmo tempo que a protegem da radiação ultravioleta. A composição dos isótopos de hidrogênio indica o padrão de chuvas na época em que essas ceras foram produzidas. Enquanto a composição dos isótopos de carbono registra a extensão da cobertura arbórea.

“Esses dados, juntamente com análises geoestatísticas e resultados de um modelo climático numérico, sugerem que as mudanças na duração da estação seca da região estariam relacionadas a alterações na radiação recebida do Sol. Estas, por sua vez, foram induzidas por variações na inclinação do eixo de rotação da Terra”, explica Chiessi.


Inclinação variável

Como se sabe, o eixo de rotação da Terra não é ortogonal ao plano no qual ela se movimenta ao redor do Sol. Ele apresenta uma pequena inclinação, que foi provavelmente causada por um impacto que a Terra sofreu de outro corpo celeste no passado remoto. Atualmente, a inclinação axial da Terra é de aproximadamente 23°26’ (vinte e três graus e 26 minutos de arco). Porém, esse valor não é fixo. Devido à atração gravitacional dos outros planetas do Sistema Solar, principalmente de Júpiter e Saturno, ele oscila ciclicamente entre um mínimo de 22°00’ e um máximo de 24°30’. O ciclo completo dura cerca de 41 mil anos.

“Durante o período de máxima inclinação do eixo, o aquecimento anômalo do hemisfério de verão causou uma reorganização da circulação atmosférica tropical, provocando, na bacia do São Francisco, um aumento na duração da estação úmida. Isso possibilitou a expansão da vegetação arbórea. Por outro lado, no período de mínima inclinação, o aumento da duração da estação seca resultou em uma diminuição do número de árvores e na expansão da vegetação de tipo savânica ou campestre na região”, informa Chiessi.

Alterações similares àquelas que ocorreram na circulação atmosférica tropical durante os períodos de mínima inclinação do eixo da Terra são projetadas nas simulações de aquecimento global para o fim do século 21. Assim como nas variações induzidas por modificações na inclinação do eixo da Terra, as mudanças climáticas antrópicas podem alterar a duração da estação seca em diversas regiões do globo. “Na maior parte da bacia do rio São Francisco as projeções indicam aumento na duração e intensidade da estação seca. Tal cenário pode levar, conforme registrado no passado geológico, a uma marcante diminuição da cobertura arbórea do Cerrado”, enfatiza Chiessi.

A compreensão de como os ecossistemas se adaptaram às variações do passado fornece uma perspectiva de longo prazo sobre a magnitude e os aspectos espaciais e temporais das mudanças ecológicas em curso.

O artigo Changes in obliquity drive tree cover shifts in eastern tropical South America pode ser acessado em: www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0277379122000336?dgcid=coauthor.

  

José Tadeu Arantes

Agência FAPESP

https://agencia.fapesp.br/menor-inclinacao-do-eixo-da-terra-provocou-no-passado-o-ressecamento-do-clima-no-nordeste/38168/


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