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quinta-feira, 4 de julho de 2024

HPV pode ser fator de risco para doenças cardiovasculares

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Pesquisas relacionam o vírus a óbitos por enfermidades como infarto e AVC.


Cerca de 80% das mulheres sexualmente ativas irão adquirir a infecção pelo HPV ao longo da vida, conforme estima o Instituto Nacional de Câncer (Inca). O Human Papilloma Virus ou Papilomavírus humano é o vírus sexualmente transmissível mais comum do mundo, com mais de 200 tipos diferentes. Alguns deles afetam a pele e as mucosas, possibilitando o surgimento de verrugas genitais e, em casos mais graves, o câncer. Estudos recentes apontam o HPV como um fator de risco para doenças cardiovasculares.

A pesquisa “Envolvimento do HPV na doença arterial coronariana em mulheres climatéricas: atenção à saúde no Maranhão”, apoiada pelo Governo do Estado, indicou que mulheres na menopausa que têm o vírus apresentam maior probabilidade de desenvolver lesões cardíacas, como entupimento das veias coronárias, o que pode levar ao infarto.

Outro estudo, realizado por cientistas da Universidade de Sungkyunkwan, na Coreia do Sul, analisou mais de 163 mil mulheres e identificou a associação de cepas (variantes de propriedades físicas distintas) do HPV a óbitos por enfermidades relacionadas ao coração, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC). Acredita-se que a inflamação de vasos sanguíneos causada pelo vírus possa explicar a relação. 

Os resultados sugerem que o risco de morte por doenças cardiovasculares em mulheres seja quase quatro vezes maior em quem apresenta a infecção sexualmente transmissível por HPV. Nesse caso, além das orientações de ginecologistas, pode ser necessário consultar o médico da área de cardiologia para o monitoramento regular da saúde.

O Ministério da Saúde indica que a melhor forma de se prevenir contra o HPV é usar camisinha nas relações sexuais. Entretanto, algumas lesões podem estar presentes em áreas não protegidas e, dessa forma, o preservativo não impede totalmente a infecção. Por isso, a vacinação também se faz necessária. O imunizante é distribuído pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas com idade entre nove e 14 anos.


Desinformação causa baixa procura pela vacina 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classifica o câncer de colo de útero como um problema de saúde mundial e, em 2020, estabeleceu a meta de eliminá-lo. No Brasil, o Ministério da Saúde busca vacinar, pelo menos, 80% da população, sendo 90% o ideal de cobertura para prevenir a doença. No entanto, mesmo com a disponibilidade da vacina gratuita, os índices de vacinação estão abaixo do esperado e atingem apenas 57% das meninas e 40% dos meninos. 

O Ministério ressalta que o principal motivo para a baixa procura pelo imunizante é a desinformação. Muitas pessoas questionam a eficiência e a segurança da vacina e fazem associações equivocadas entre HPV e religião. Além disso, faltam campanhas de conscientização.

Segundo o Inca, o tabagismo, a iniciação sexual precoce e a multiplicidade de parceiros sexuais são considerados fatores de risco para câncer de colo do útero. A conscientização e a prevenção são essenciais no combate à doença. 

Já a realização regular do Papanicolau, exame preventivo para mulheres, ajuda a identificar lesões que causam esse tipo de câncer e contribui para diagnosticar a doença de forma precoce, aumentando as chances de cura e a qualidade de vida da paciente durante o tratamento.


Câncer de colo de útero: cirurgia e a radioterapia estão entre os principais tratamentos

Cerca de 291 milhões de mulheres portam o papilomavírus humano, mas nem todos os casos originam o câncer de colo do útero, que é o terceiro tipo da doença mais comum entre mulheres, atrás apenas dos tumores de pele não melanoma e do câncer de mama.  De acordo com o Inca, aproximadamente, 500 mil novos casos de câncer de colo do útero são registrados por ano.

Conforme informações do A.C.Camargo Cancer Center, o HPV reage de formas diferentes em cada organismo e pode "desaparecer" espontaneamente em algumas pessoas. Apesar da possibilidade, a infecção é responsável por mais de 70% dos casos de câncer de colo do útero. Os tipos mais frequentes que culminam em tumores são o HPV16 e o 18.

Não há tratamento específico para eliminar o vírus. Segundo o Ministério da Saúde, o tratamento das verrugas genitais deve ser individualizado, dependendo da localização, extensão e quantidade de lesões. Para melhorar o sistema de defesa do organismo, podem ser utilizados procedimentos como eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA), laser e medicamentos.

Já nos casos em que a infecção evolui para o câncer de colo de útero, o Inca indica que o tipo de tratamento depende do estadiamento da doença e tamanho do tumor, além de fatores pessoais, como o desejo de preservação da fertilidade. Entre os tratamentos mais comuns estão a cirurgia e a radioterapia. 

A cirurgia a laser é um procedimento simples e pouco invasivo, realizado para queimar as células pré-cancerosas, segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO). Em casos avançados de disseminação, a cirurgia pode ser apenas uma medida paliativa, sem efeitos de cura ou extirpação do tumor.

Já a radioterapia pode ser externa (teleterapia), procedimento indolor na qual a paciente recebe a radiação, geralmente raios-X, de maneira focada para matar as células tumorais, ou interna (braquiterapia), por meio de fontes radioativas inseridas dentro ou próximo ao tumor.


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