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quarta-feira, 20 de maio de 2020

Estudos sugerem relação entre Covid-19 e lesões nos rins


Novo coronavírus já foi detectado por pesquisadores
em células de vários outros órgãos além dos pulmões


Conforme a pandemia do novo coronavírus avança, uma série de novos sintomas entram no radar das equipes de saúde. Os mais comuns, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) continuam a ser febre, coriza, tosse e falta de ar, mas essa lista vem aumentando, com relatos de pacientes que passaram a apresentar diarreia, vômitos, perda do olfato e do paladar, dores de garganta e cabeça. Relatos e estudos médicos realizados ao redor do mundo têm apontado agora outras complicações relacionadas ao Covid-19, como os AVCs, doenças cardíacas, urinárias e lesões renais agudas, podendo evoluir para a insuficiência e falência dos rins. 

Ainda não se sabe bem a explicação para isso. Duas hipóteses são avaliadas pelos cientistas: se é um efeito direto da ação do vírus ou indireto. Receptores do coronavírus já foram detectados nas células das membranas que envolvem os vasos sanguíneos, o intestino, o coração e os rins. A outra hipótese considera uma reação exagerada do sistema imunológico do organismo a essa invasão ou a medicamentos usados no tratamento. 

De acordo com o médico nefrologista Bruno P. Biluca, da Fenix Alphaville, os pacientes renais crônicos fazem parte do grupo de risco de contágio pelo Covid-19. Além disso, a doença acomete principalmente idosos, que são maioria entre os infectados pelo novo coronavírus. Outro fator que deixa essas pessoas mais suscetíveis é o fato de boa parte delas terem problemas associados, como o diabetes mellitus e a hipertensão grave, o que também agrava o prognóstico na pandemia, como alerta a OMS.

Dados divulgados este mês na revista Pesquisa Fapesp apontam que entre 14% e 30% das pessoas com quadros graves da Covid-19 em UTIs tiveram falência renal, com necessidade de hemodiálise, tratamento em que máquinas fazem a filtração das impurezas do sangue quando os rins deixam de funcionar. Mas, mesmo nos casos moderados já foram detectadas lesões renais.

Os rins são fundamentais para o funcionamento do organismo. Eles são responsáveis por filtrar as toxinas do sangue para que sejam eliminadas pela urina. Também têm papel importante na regulação de líquidos e sais no corpo, na produção de hormônios e no controle da pressão arterial.

A evolução da doença renal crônica é lenta e, na maior parte do tempo, assintomática. Uma pessoa pode conviver anos sem notar o problema. Quando é descoberta, em geral, as funções do órgão já estão bastante comprometidas, precisando da diálise. Já a doença renal aguda se desenvolve rapidamente, podendo ser revertida ou não com tratamento.

“Os cientistas ainda têm muito a aprender sobre a Covid-19, a ação do vírus e como pode comprometer o organismo, e ainda não há uma vacina ou medicamento específico para tratar a doença. Portanto, a melhor atitude neste momento de crescimento do número de pessoas infectadas e de mortes no Brasil é a prevenção, com o isolamento de pessoas com sintomas, distanciamento social, correta e frequente higienização das mãos e o uso de máscaras”, recomenda Biluca.





Fenix Alphaville


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