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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Você já reparou que a maioria dos idosos que conhecemos já teve pneumonia?


Tratamento da disfagia em idosos é fator importante para prevenção de doenças

Fonoaudióloga Letícia Freixo atua de maneira inovadora e especializada na reabilitação de idosos
 
O envelhecimento é um processo contínuo que ocorre em todo organismo e, mesmo assim, é falado muito pouco sobre ele. Nesse processo é natural que as estruturas e funções de vários órgãos sejam alterados e uma das mais comuns é a alteração na biomecânica da deglutição, chamada de presbifagia. 
A presbifagia se caracteriza pelas modificações na função da deglutição durante o envelhecimento do ser humano, que desencadeia uma adaptação ao processo de alimentação e deixa o idoso propenso a desenvolver disfagia. 
 
Os idosos que sofrem de presbifagia podem acabar fazendo mudanças e adaptações na alimentação que podem acarretar em um emagrecimento, perda de força muscular, desnutrição, desidratação e até pneumonia ou seja, consequências que podem impactar muito na qualidade de vida dos idosos.
 Já a disfagia é um sintoma que geralmente vem de outras doenças, como um AVC, neurodegenerativas, neuromusculares, ou então, quando a pessoa passa por uma alteração mecânica como uma cirurgia de retirada de câncer de cabeça e pescoço, por exemplo.

Tal alteração é acompanhada por uma redução das habilidades musculares e da sensibilidade orofacial e a maior predisposição à redução do reflexo de proteção das vias aéreas, possibilitando a penetração e aspiração de corpos estranhos e, consequentemente, a ocorrência de pneumonias. 
Outro ponto importantíssimo é que, segundo demonstrado no X Congresso de Geriatria e Gerontologia do Rio de Janeiro, a taxa de perda de massa muscular de um idoso em 72 horas de internação ou quando infecta é elevadíssima, podendo representar quase 1kg de massa magra perdida por dia de internação. Existem diversas complicações associadas à perda de peso como a redução da imunidade e aumento de risco de infecção. Perda de força muscular, dificuldade para sentar, lesão por pressão, pneumonia e dificuldade de cicatrização são outros problemas graves que podem surgir por conta da desnutrição e perda de massa magra. 
O grande problema é que por acharem que a alteração no processo de deglutição é algo inerente à idade, muitos idosos acabam não relatam para os profissionais de saúde que, por sua vez, muitas vezes também não analisam e questionam o quadro da maneira mais adequada e acabam perdendo muito tempo para dar início ao tratamento. Estabelecer o que seria o esperado para as funções orofaciais nessa etapa da vida e identificar as anormalidades é essencial visto que o envelhecimento é uma realidade na sociedade mundial.

Ou seja, o aparecimento de problemas como a disfagia em idosos é crescente e a tendência é que continue cada vez maior. Inclusive, um estudo publicado pela universidade norte-americana John Hopkins indica que 1 a cada 3 adultos sofrerá com disfagia. Com esse diagnóstico os pesquisadores acreditam que será possível prevenir milhares de mortes de pessoas com essa condição.

A fonoaudióloga do Rio de Janeiro, Letícia Freixo, estudou em seu mestrado na Universidade de São Paulo (USP) as características supraglóticas dos idosos e suas relações com a deglutição.

No estudo, ela analisou características vocais de algumas pessoas que já têm alterações, além do comportamento faríngeo da deglutição e observou que o comportamento vocal do idoso está associado a alguns componentes faríngeos que já estão comprometidos e que podem ser uma aliados na investigação da deglutição dos idosos. Para isso é preciso uma avaliação minuciosa dos aspectos nutricionais e físicos, além dos fonoaudiológicos e na detecção precoce dos distúrbios de deglutição dos pacientes que acabam chegando já muito comprometidos para tratamento.

A profissional, que possui mais de 15 anos de atendimento especializado com idosos, pôde perceber que a incidência de doenças graves decorrentes de infecções, por exemplo, podem ser prevenidas e/ou tratadas com avaliação e terapia clínica e que o grande ponto está na avaliação, descoberta e encaminhamento para o profissional adequado com agilidade, além da inclusão do profissional de fonoaudiologia nas equipes multidisciplinares que cuidam de idosos para que a detecção do problema seja precoce.



Letícia Freixo - Fonoaudióloga formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, pós graduada pela FOB-USP e mestre na linha de distúrbios da voz, fala e funções orofaciais também pela FOB-USP, a profissional atua de forma integrada aos profissionais de medicina, fisioterapia e nutrição. Letícia Freixo consagrou-se na fonoaudiologia através do atendimento domiciliar de pacientes idosos e, atualmente, vem se destacando pelos seus resultados nos tratamentos de apneia do sono leve, moderada e grave.

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