O conceito de inovação está
dominando o mercado no mundo todo. Isso porque ela nunca se fez tão necessária
para que as empresas, independentemente de seu ramo, atinjam novas metas,
superem desafios e reinventem seus mercados frente aos tempos de mudança. Mas,
onde o Brasil se encontra nesse cenário? Somos um país de empresas inovadoras?
O que está sendo feito a respeito? A verdade é que a maioria das empresas ainda
estão bastante perdidas diante de tantas transformações.
Na maior parte do país,
inovação é uma palavra seguida do “som de grilos”, indicando o silêncio. Quando
alguém se pronuncia, há muitas confusões conceituais. Tecnologias e
metodologias aparecem de forma soltas, desconexas, dificultando a assimilação
dos empresários. O ponto é que, além de termos apenas 2% de nossa indústria
pronta para aplicar novas tecnologias da chamada Indústria 4.0, apenas isso,
não significa inovar. A tecnologia, de um modo geral, é apenas um dos meios
para construir um cenário inovador.
Inovação é a gestão de ideias,
de riscos, de comportamentos. São pequenas coisas que, aos poucos, mudam os
panoramas dentro da empresa e despertam disrupções. Assim, ser inovador é dar
ouvidos à sua equipe, gerir novas possibilidades, aplicar normas de gestão que
incentivam a criatividade e, aí sim, aplicar tecnologias que tornem essas
ideias em algo capaz de vencer as novas barreiras impostas pelo mercado. Não se
pode ter indústria 4.0 sem antes ter um mindset de inovação.
Assim, ao brasileiro, primeiro
falta compreender bem esses conceitos para depois transformá-los em processos.
É preciso que governo e as empresas invistam nisso para então chegarmos a um
padrão de competitividade mundial. Felizmente, alguns bons exemplos já começam
a surgir.
Um deles é o Projeto de Lei
Complementar nº 2075, que quer instituir um Marco Legal de Ciência, Tecnologia
e Inovação no estado de Pernambuco. A proposta é atrair empresas, promover
desenvolvimento tecnológico, e tornar lei o investimento em startups. Não é à
toa que iniciativas assim partem do Nordeste do país. Na última década, a
região se tornou um polo de energia renovável, investimentos em gestão e
formação de empresas de tecnologia. Porém, como dito, é o mindset o principal
propulsor da inovação, e não apenas a tecnologia.
Apesar desses pequenos
movimentos, o Brasil ainda tem um longo caminho pela frente. Em um mundo cada
vez mais globalizado, onde as distâncias são encurtadas e a competitividade
está cada dia maior, a inovação se torna uma questão sobrevivência. As nossas
empresas precisam começar a se dedicar mais ao amanhã, em vez de ficarem apenas
tentando apagar os incêndios de hoje. Desenvolver estratégias de longo prazo é
a única forma de melhorarmos as nossas empresas e trazermos bons resultados
para o nosso país. Só assim construiremos um cenário de inovação e progresso.
Alexandre Pierro - engenheiro mecânico, bacharel em
física aplicada pela USP e fundador da PALAS, consultoria em gestão da
qualidade e inovação.
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