Reserva Natural Salto Morato (PR), é uma das reservas particulares que pertencem à Fundação Grupo Boticário. Foto: acervo Fundação Grupo Boticário.
Relatório
publicado pela Fundação Grupo Boticário mostra que, nos últimos 13 anos, o
turismo em áreas protegidas aumentou mais de 300%
Embora muitos turistas não saibam, alguns dos destinos mais desejados do Brasil estão em unidades de conservação, áreas naturais protegidas por lei. São destinos perfeitos para viajantes que buscam contato com a natureza. O Brasil conta hoje com cerca de 2 mil unidades de conservação (UCs). Considerando apenas as 334 unidades federais, menos de um terço está aberta ao público.
Um relatório publicado recentemente pela Fundação Grupo Boticário indica que, nos últimos 13 anos, o turismo em áreas protegidas aumentou mais de 300%, chegando a 15 milhões de visitantes nas UCs em 2019, último ano antes da pandemia. Levantamento do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), as UCs brasileiras receberam 8,4 milhões de visitas em 2020, mesmo com cerca de seis meses de severas restrições por causa da pandemia.
"Visivelmente, existe um aumento do interesse das pessoas em conhecer a natureza brasileira, especialmente com a questão da preservação ambiental em foco em diversas discussões no mundo", diz Emerson Oliveira, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.
Para o professor do Instituto de Biociências da UniRio e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), Carlos Augusto Figueiredo, a busca por contato com a natureza e a visitação de espaços naturais sempre foi de grande importância. “A indústria do turismo busca se apropriar do desejo humano de contato com paisagens extraordinárias e, em última análise, com a natureza, como motor econômico. A forma que essa exploração econômica se dá é determinante para a sustentabilidade das próprias paisagens e atributos naturais”, afirma.
Entre os principais atrativos das unidades de conservação estão rios, cachoeiras, chapadas e serras. Oliveira ressalta que o turismo praticado nessas áreas não é o de massa, mas aquele voltado "à educação ambiental, à pesquisa científica e à consciência da importância da conservação da fauna e da flora. Esse é um turismo que precisa ser mais especializado. Deve ser feito com cuidado para que essas áreas sensíveis não sofram impacto ambiental e degradação", explica.
Os brasileiros têm hoje diversas opções de parques e áreas naturais abertas para a visitação. Cada espaço possui regras de visitação específicas que precisam ser conhecidas antecipadamente pelo visitante. Conheça alguns desses locais que podem ser visitados:
Parque Nacional Chapada Diamantina (BA): o parque possui
dezenas de trilhas, grutas e cachoeiras para a visitação. Um dos destaques é o Morro
do Pai Inácio, monumento natural de onde os visitantes podem observar toda a
região. Com 1.120 metros de altura, está numa área que conta com mais de 100
tipos de orquídeas, além de bromélias, cactos, begônias, trepadeiras e
sempre-vivas. Entre os animais, destaque para o beija-flor-gravatinha-vermelha,
que só pode ser encontrado na região.
Parque Nacional da Serra da Canastra (MG): o parque
contribui com a proteção de um dos biomas mais ameaçados no país: o Cerrado. O
local dá acesso à nascente do Rio São Francisco e é conhecido por ser o habitat
natural de animais como tatu-canastra, lobo-guará e tamanduá-bandeira. Para
conhecer a região com mais segurança, é recomendada a contratação de um guia
local.
Reserva Natural Salto Morato (PR): localizada em
Guaraqueçaba (PR), no coração da Grande Reserva da Mata Atlântica, a reserva
possui rica biodiversidade que atrai pesquisadores, observadores de aves e
turistas de diversos estados e países. Os principais atrativos turísticos são a
queda d'água de cerca de 100 metros de altura, um aquário natural e uma
figueira centenária que forma uma ponte-viva sobre o Rio do Engenho, além de
diferentes experiências na natureza ao longo do ano.
Parque Nacional da Serra da Capivara (PI): criado em 1979
para preservar vestígios arqueológicos da presença humana na região, o parque
possui cerca de 130 mil hectares que abrigam cerca de 400 sítios arqueológicos
com pinturas e gravuras rupestres. O parque conta com serras, vales, planície e
um circuito de trilhas para acessar locais de interesse e conhecer as belezas
da Caatinga. É obrigatório o acompanhamento de guia credenciado para visitar o
parque.
Chapada dos Veadeiros e Emas (GO): os parques nacionais
da Chapada dos Veadeiros e das Emas formam uma área que integra a lista de
Patrimônios da Humanidade desde 2001. Juntos, protegem 381 mil hectares do
Cerrado. “Durante milênios, esses locais serviram de refúgio para diversas
espécies durante períodos de mudanças climáticas e serão vitais na manutenção
da biodiversidade do Cerrado durante futuras flutuações climáticas”, alerta a
Unesco. Além das trilhas e cachoeiras, a biodiversidade é a grande atração dos
parques, onde é possível observar animais como tamanduá-bandeira,
cachorro-do-mato, ema, anta, onça-pintada, tatu-canastra e lobo-guará.
Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (SP): também
conhecido como PETAR, o parque fica no extremo sul do estado de São Paulo.
Criado em 1958, o local possui mais de 35 mil hectares de Mata Atlântica. Além
de inúmeras trilhas pela floresta, é possível explorar mais de 10 cavernas abertas
para visitação, mergulhar em rios e cachoeiras e ainda conhecer uma comunidade
quilombola.
Fundação Grupo Boticário
Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN)
www.fundacaogrupoboticario.org.br