A pressão alta é a
doença crônica mais comum entre os brasileiros e atinge mais de 30 milhões de
pessoas no país
O
mês de abril é marcado por uma importante campanha de conscientização, o Abril
Vermelho, como forma de prevenção e combate à hipertensão
arterial. Também conhecida como pressão alta, ela é um dos
principais fatores de risco para uma série de complicações de saúde, incluindo
doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral (AVC), insuficiência renal
e até mesmo problemas de visão.
Segundo
a Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que cerca de
1,3 bilhão de pessoas em todo o mundo sofrem de hipertensão, e
a obesidade é um dos principais impulsionadores desse cenário preocupante.
Outras doenças também estão ligadas à obesidade, como diabetes, asma, problemas
ortopédicos, aumento do colesterol, além dela estar relacionada a 13 tipos de
câncer.
O excesso de peso corporal está fortemente associado ao aumento da
pressão arterial, uma vez que o
tecido adiposo produz substâncias inflamatórias que podem levar à rigidez das
artérias e ao aumento da resistência vascular. Além disso, indivíduos com
obesidade têm maior probabilidade de desenvolver outras condições de saúde,
como diabetes tipo 2 e apneia do sono, que também contribuem para o
desenvolvimento da hipertensão.
Diante
desse cenário, a campanha Abril Vermelho busca não apenas conscientizar
a população sobre os riscos associados à hipertensão e à obesidade, mas também
incentivar a adoção de hábitos de vida saudáveis que possam ajudar na prevenção
e no controle dessas condições.
“Algumas
medidas recomendadas são adoção de uma dieta equilibrada, rica em frutas,
vegetais, grãos integrais, alimentos com baixo teor de gordura saturada e
sódio; prática regular de atividade física, conforme orientação médica;
controle do peso corporal, com o objetivo de alcançar e manter um índice de
massa corporal (IMC) saudável; e redução do consumo de álcool e cigarro”,
afirma a médica nutróloga Andrea Pereira, cofundadora da ONG Obesidade Brasil.
Um
estudo publicado recentemente no Journal of American College of Cardiology,
aponta que a cirurgia bariátrica ajuda no controle da pressão arterial.
Ele mostra que esse método é mais eficaz no controle das taxas de hipertensão
em pessoas com obesidade e pressão alta não controlada em comparação com
medicamentos para pressão arterial isoladamente.
“Na
prática clínica, a obesidade é uma condição negligenciada. Como consequência,
há uma falha frequente na abordagem da obesidade como um passo crucial para
amenizar o risco de importantes fatores de risco cardiovascular, incluindo a
hipertensão”, conclui Dr. Carlos Schiavon, principal autor do estudo,
presidente da ONG Obesidade Brasil e cirurgião especializado em cirurgia
bariátrica no Hospital do Coração (HCor) e na BP – A Beneficência Portuguesa de
São Paulo.
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