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segunda-feira, 8 de junho de 2020

"Quer ser minha quarentena?": o glossário do dating em tempos de Covid-19


 Namoro em tempos de covid Babbel 
Bando de Imagens

No Dia dos Namorados, linguistas internacionais da Babbel apontam as tendências linguísticas do "novo normal"




Enquanto o Dia dos Namorados se aproxima, os neologismos não param de surgir para comunicar as novas tendências em dating, já que as relações interpessoais não serão as mesmas por um bom tempo. Linguistas internacionais do aplicativo de idiomas Babbel, que é uma das empresas de educação mais inovadoras da Europa, elegeram as criações mais usadas e comentadas atualmente – e até arriscaram na criação de alguns neologismos eles mesmos.

Juntos na Quarentena

Para não passar a quarentena sozinhos, muitos casais, inclusive aqueles em início da relação, decidiram morar juntos durante o confinamento. O comportamento ganhou a denominação corona cuffing. O verbo cuff (algemar) é usado em expressões como winter cuffing, que se refere à pressa de começar um relacionamento um pouco antes do inverno. A ideia de passar a quarentena juntos virou até slogan de perfis em aplicativos: will you be my quarantine? (você quer ser minha quarentena?). Este é um trocadilho com a famosa frase do  Dia dos Namorados americano: will you be my Valentine? (você quer ser meu/minha namorado/a?). Até o amado Netflix & chill ganhou nova versão:  quarantine & chill (quarenta & chill).
Dating Virtual

A vida sentimental de muitas pessoas solteiras acabou ficando limitada ao mundo virtual. Casais em potencial passaram a ter dates virtuais ou vates – neologismo em inglês a partir da fusão de virtual e date. Por outro lado, alguns relacionamentos se tornaram um textlationship, que é a combinação de text (mensagem) e relationship (relacionamento). Graças ao textlationship, o slow dating (o processo de conhecer alguém lentamente) proporciona a chance de conhecer alguém bem melhor, por meio de longas conversas, até o dia que o casal finalmente se encontrará. 

Namoro em tempos de covid Babbel 
Banco de Imagens

Relacionamento à Distancia (1,5m)

Em países sem lockdown oficial, como Brasil, Alemanha e Suécia, dates andam se parecendo mais com cortejos de séculos passados, quando o contato físico era proibido antes do casamento. Ainda se vê casais se encontrando pelas primeiras vezes. É a essas caminhadas, mantendo 1,5m de distância, que se deve a mudança de significado do termo “relacionamento à distância”.

Agora sobre relacionamento à distância de verdade, alguns aplicativos de namoro passaram a permitir que crushes do mundo todo se cruzassem virtualmente. “Como linguista, eu aprovo essa nova funcionalidade dos apps. Afinal, nada mais motivador  do que um romance internacional para aprender um idioma”, comenta Vitor Shereiber, Gerente de Projetos Didáticos na Babbel


Tendências de dating antes do coronavírus 

O famoso ghosting, de ghost (fantasma), se refere ao ato de desaparecer virtualmente, bloqueando alguém de todos os meios de contato ou simplesmente deixando de responder mensagens e ligações. Uma das variantes é o orbiting (orbitando) – quando alguém perde o interesse e vai cessando a comunicação aos poucos, mas continua na “órbita” da outro pessoa, por meio de curtidas e comentários nas redes sociais. E há também os que reaparecem  do nada mandando o famoso “oi, sumida”. Em inglês, eles são chamados de ghosters (fantasmas) e essa atitude é zombing – referente a zombies

O termo breadcrumbing significa ficar em cima, mas sem intenção de começar uma relação, alimentando a outra pessoa com breadcrumbs (migalhas) de esperança. No Brasil, é a palavra mais próxima a essa ideia é o “contatinho”,  que se refere a uma pessoa da lista de contatos que é só para diversão/distração. Geralmente, o contatinho não tem muito prioridade. Daí vem o termo benching, que significa “deixar alguém no banco de reserva”.



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