Lembro de um tempo, não tantos anos atrás, em que um encontro de
negócios entre orientais e ocidentais era composto de 5 ou 6 asiáticos e no
máximo 2 ou 3 caras pálidos. Entre os asiáticos, sempre um tradutor.
O motivo para tamanha desigualdade numérica de um lado: mais
cabeças pensam melhor. A presença do tradutor? Uma vantagem estratégica.
Explico: a delegação oriental invariavelmente falava a língua
dos ocidentais e não precisava de interprete. O tempo que o tradutor levava
para transmitir a fala dos estrangeiros era precisamente um tempo extra ganho
para pensar antes de se posicionar.
O que este modelo tem a ver com pandemia hoje?
Estamos sendo atropelados por um tsunami de informações
desencontradas, dificuldades reais porém magnificadas pelo pânico e pela
incerteza e impelidos a agir sem
um tempo para pensar. Está faltando o interprete que possa
ajudar a ganhar este tempo para baixar a pressão, ajudar a questionar e
refletir, mensurar e gerar ações piloto antes de se posicionar por inteiro.
O “papel do tradutor” poderá eventualmente ser praticado por
alguém de dentro da empresa, mas uma consultoria externa, mais preparada e
menos emocionalmente envolvido no contexto, poderia ser mais indicada para
conduzir o momento e obter os melhores resultados.
Simon M. Franco
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